José
Lopes da Silva Trovão foi um médico, jornalista e um dos líderes na corrente
radical republicana, que defendia uma participação maior do povo na política.
Nasceu em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, em 23 de março de 1848. Formou-se em
medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro. Chegou a ser diplomata, deputado
federal entre 1891 e 1894, como também senador da República entre 1895 e
1902.
Ele foi abolicionista e propagandista republicano
bem ativo, tendo sido um dos que assinaram o Manifesto Republicano de 1870.
Participou como um vigoroso manifestante na Revolta do Vintém, que
ocorreu no Rio de Janeiro (capital do
Império), em dezembro de 1879 e janeiro de 1880, durante o Segundo Reinado. Foi uma rebelião popular contra o aumento das tarifas dos bondes
(na época eram puxados à força animal, normalmente mulas sobre trilhos). Esse
nome foi dado porque “vintém” era a moeda utilizada na época.
Lopes Trovão foi editor da Gazeta da Tarde
e também do jornal O Combate,
além de colaborar na Galeria Republicana (1882-1883). Ele foi um
dos chamados republicanos da propaganda — aqueles que entre 1870, data do
Manifesto, e 1889, espalharam a ideia
republicana em atos públicos, jornais, panfletos e livros, mas acabaram excluídos do novo regime. Além de
Trovão, Júlio Ribeiro e Silva Jardim, assim como outros dessa linha de
pensamento e ação, foram deixados em um plano secundário, considerados meros
agitadores.
Quem ficou com o poder na chamada República Velha
foram lideranças políticas que excluíram a participação popular. As sucessões
regulares dos presidentes durante essa República (1889-1930) foram marcadas por
eleições fraudulentas e pela violência contra os que protestavam contra a
manipulação do voto.
Lopes Trovão liderou uma comitiva de republicanos
para a casa de Deodoro da Fonseca em 19 de novembro, defendendo uma proposta de
nova bandeira do Brasil, que não foi aceita por Deodoro. A bandeira de Trovão
teve o desenho inspirado na bandeira dos Estados Unidos. Mas Deodoro não
aceitou o modelo de Lopes Trovão, por achá-la parecida demais com a bandeira
estaduniense. Deodoro decidiu manter as
linhas gerais da bandeira imperial, oficializando a nova bandeira em 19 de
novembro de 1889.
Faleceu em
17 de julho de 1925, na cidade do Rio de Janeiro.
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
Figura: Google.
Figura: Google.
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