domingo, 5 de novembro de 2017

Os líderes republicanos brasileiros no fim do século XIX-artigo 2: Lopes Trovão






José Lopes da Silva Trovão foi um médico, jornalista e um dos líderes na corrente radical republicana, que defendia uma participação maior do povo na política. Nasceu em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, em 23 de março de 1848. Formou-se em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro. Chegou a ser diplomata, deputado federal entre 1891 e 1894, como também senador da República entre 1895 e 1902. 


Ele foi abolicionista e propagandista republicano bem ativo, tendo sido um dos que assinaram o Manifesto Republicano de 1870. Participou como um vigoroso manifestante na Revolta do Vintém, que ocorreu  no Rio de Janeiro (capital do Império), em dezembro de 1879 e janeiro de 1880, durante o Segundo Reinado. Foi uma rebelião popular contra o aumento das tarifas dos bondes (na época eram puxados à força animal, normalmente mulas sobre trilhos). Esse nome foi dado porque “vintém” era a moeda utilizada na época.


 Lopes Trovão foi editor da Gazeta da Tarde e também do jornal O Combate,  além de colaborar na Galeria Republicana (1882-1883). Ele foi um dos chamados republicanos da propaganda — aqueles que entre 1870, data do Manifesto, e  1889, espalharam a ideia republicana em atos públicos, jornais, panfletos e livros, mas  acabaram excluídos do novo regime. Além de Trovão, Júlio Ribeiro e Silva Jardim, assim como outros dessa linha de pensamento e ação, foram deixados em um plano secundário, considerados meros agitadores.


Quem ficou com o poder na chamada República Velha foram lideranças políticas que excluíram a participação popular. As sucessões regulares dos presidentes durante essa República (1889-1930) foram marcadas por eleições fraudulentas e pela violência contra os que protestavam contra a manipulação do voto. 


Lopes Trovão liderou uma comitiva de republicanos para a casa de Deodoro da Fonseca em 19 de novembro, defendendo uma proposta de nova bandeira do Brasil, que não foi aceita por Deodoro. A bandeira de Trovão teve o desenho inspirado na bandeira dos Estados Unidos. Mas Deodoro não aceitou o modelo de Lopes Trovão, por achá-la parecida demais com a bandeira estaduniense. Deodoro decidiu  manter as linhas gerais da bandeira imperial, oficializando a nova bandeira em 19 de novembro de 1889.


Faleceu  em 17 de julho de 1925, na cidade do Rio de Janeiro. 

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

Figura: Google.




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