Todos os anos, de 18 a 25 de
setembro, acontece a Semana Nacional de Trânsito, criada pelo Código de
Trânsito Brasileiro em 1997 (art. 326) , com o objetivo de estimular a
existência de um trânsito mais seguro na sociedade. Durante esse período ações
são realizadas ações para conscientizar os integrantes do sistema de trânsito
(motoristas, passageiros, motociclistas, ciclistas ou pedestres). O Dia
Nacional do Trânsito é comemorado no dia 25 de setembro. O tema da Semana
Nacional de Trânsito de 2021 é: “No trânsito, sua responsabilidade, salva
vidas”.
Deve-se
considerar na realização da Semana Nacional de Trânsito as recomendações que
estão no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS).
Não devemos esquecer que acidentes de trânsito causam milhares de mortos todos
os anos no Brasil e outros milhares de sequelados, além de outras consequências
ruins (problemas psicológicos em vítimas e familiares; danos materiais; enormes
gastos com hospitais, remédios, cuidados médicos etc). Assim é preciso
preservar a vida humana e evitar sofrimentos, como também as grandes despesas,
pois os recursos que se gastam no atendimento aos feridos nos acidentes
poderiam ser utilizados em outras questões que beneficiariam a sociedade.
Para
termos um trânsito melhor é necessário se considerar as ações em educação,
fiscalização, engenharia; incentivar os debates; melhorar a estatística dos
dados; organizar mais o sistema de trânsito; melhorar a comunicação,
desenvolver mais o transporte público, dar melhores condições aos pedestres e
ciclistas etc.
O sentido
original de responsabilidade está ligado ao verbo latino respondere (responder).
A pessoa responsável é aquela que tem condições de pensar sobre seus
atos. Podendo pensar sobre seus atos, do passado como do presente, a
pessoa pode escolher como agir no futuro.
O
participante no trânsito assim, tem de refletir sobre seus papeis no trânsito,
sobre o que está fazendo no trânsito e quais as consequências de seus atos no
trânsito. A liberdade individual não raramente é confundida como se cada um
pudesse fazer o que bem entendesse, desconsiderando que está em um ambiente
social, com outras pessoas. A liberdade individual não deve afetar o bem estar
dos outros, não deve levar ao prejuízo de outros participantes do trânsito. É
preciso estar consciente disto, assumindo uma responsabilidade no trânsito, por
sua segurança e sua vida, pela segurançae pela vida dos outros. E o poder público
também tem a responsabilidade de buscar meios para um trânsito mais seguro e
pelo bem estar das pessoas no trânsito. As pessoas precisam pensar nas
consequências de seus atos no trânsito. Por exemplo, o uso de celular enquanto
se dirige, o dirigir sob efeito de álcool ou outras drogas, o excesso de
velocidade, agir com imprudência ou negligência são comportamentos perigosos no
trânsito. A falta de responsabilidade está ligada a uma falta de respeito pelos
outros participantes no trânsito.
Todos que
estão no trânsito tem que estar conscientes de que a forma como se comportam
influencia no sistema. É preciso saber seus direitos no trânsito, como também
seus deveres, suas responsabilidades. E assim, pode-se fazer a ligação com o
tema da Semana de Trânsito: No trânsito, sua
responsabilidade salva vidas”. E sua responsabilidade contribuirá para menos
sofrimentos, menos conflitos, um convívio melhor no trânsito.
A Semana
Nacional do Trânsito deve levar a uma reflexão que tem de estar ligada a
questões éticas, ao humanismo, à cidadania, a uma maior educação, à gentileza e
a cooperação entre as pessoas, ao respeito às leis de trânsito. Mas esta
reflexão deve continuar além da duração das Semanas de Trânsito. É preciso se
combater os vícios no trânsito, pois quando a liberdade é usada por alguém sem
responsabilidade moral há o vício e não a virtude, que se origina no
latim virtus, que quer dizer: força ou qualidade essencial.
Segundo
Hans Jonas: “...Age de
modo que os efeitos de tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma vida
autêntica humana sobre a terra. Age de modo que os efeitos da tua ação não
sejam destruidores para a possibilidade futura de tal vida...”
E
segundo Bruno Bergamo: “A escolha de contribuir com a redução de
acidentes está nas mãos de cada condutor, que pode optar por dirigir de forma
consciente e defensiva, além de se atentar às normas de cada via. Para tanto,
torna-se fundamental a avaliação de riscos e o respeito à cidadania, cuidando
da sua própria segurança e também das outras pessoas.
Para mudarmos essa
realidade, é fundamental que todos os motoristas façam a sua parte na redução
do número de acidentes nas cidades, como: dirigir com cuidado, respeitar as
leis de trânsito, usar os equipamentos de segurança corretamente, dirigir na
velocidade permitida da via, utilizar os faróis corretamente à noite, não usar
o smartphone ao dirigir, fazer manutenção periódica no veículo e não
conduzir sob o efeito de substâncias tóxicas, álcool ou remédios”.
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Márcio José Matos Rodrigues-Psicólogo
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