Em 10 de junho de 1931, em Juazeiro,
sertão da Bahia, às margens do rio São Francisco, nascia o cantor, compositor e
violonista João Gilberto Pereira de Oliveira, um dos grandes nomes da música
brasileira, que críticos musicais consideram como um autor genial e como um artista
que revolucionou a música brasileira ao criar a “bossa nova”. Também cantores
brasileiros foram influenciados pelo jeito suave de cantar dele. A Revista
Rolling Stone Brasil o considerou um dos 30 maiores ícones brasileiros da
guitarra e do violão e, após Tom Jobim, o segundo maior artista brasileiro de
todos os tempos. João Gilberto levou a música popular brasileira a países como
os Estados Unidos, Japão e outros da Europa, tendo sido um dos músicos mais
influentes no jazzamericano do século XX.
O pai de João Gilberto era Joviniano
Domingos de Oliveira, comerciante bem sucedido e sua mãe era Martinha do Prado
Pereira de Oliveira. Quando criança João era conhecido como Joãozinho da Patu.
Ele viveu em Juazeiro até 1942, ano em que foi estudar na capital de Sergipe,
Aracaju e nessa cidade passou a tocar na banda da escola. Voltou a
sua cidade natal em 1946 e nessa ocasião teve a oportunidade de escutar nos
alto-falantes da cidade os famosos Dorival Caymmi, Carmen Miranda, Duke
Ellington, Tommy Dorsey e Charles Trenet. O pai de João também proporcionou
mais contatos com a música, pois tocava cavaquinho e saxofone, como também era
um apoiador financeiro da Banda de Música 22 de Março. Foi por esses tempos que
João formava conjuntos vocais junto com colegas de escola. Desde a infância
mostrava ter um ouvido privilegiado para a música e ganhou de seu pai seu
primeiro violão, aos 14 anos. Formou em Juazeiro o conjunto vocal Enamorados do
Ritmo. Tinha como seu maio ídolo o cantor Orlando Silva. Em 1947 foi morar em
Salvador. Lá ficou por três anos e se dedicou exclusivamente à musica, tendo
iniciado aos 18 anos sua carreira artística na Rádio Sociedade da Bahia.
Em 1950, João Gilberto foi para a
cidade do Rio de Janeiro, tendo sido convidado para fazer parte do conjunto
vocal Garotos da Lua. Conseguiu em 1951 se destacar na rádio. O conjunto gravou
dois discos de 78 rpm. Porém, devidos a atrasos, foi mandado embora do grupo.
Em 1952 ele gravou um disco solo para a gravadora Copacabana, havendo nessa
época uma semelhança entre o canto de João (que cantou sem violão) e o de
Orlando Silva. Mas o disco não teve sucesso. Por sugestão de Lúcio Alves, João
Gilberto gravou “Um minuto só”, uma versão de Haroldo Barbosa para “Just one
more chance”. A namorada de João era a futura cantora Sylvia Telles. E em 1953
em parceria com Russo do Pandeiro e com a voz de Marisa Gata Mansa foi
gravada em 1953. Por esse tempo João gravou alguns jingles no estúdio de Russo
do Pandeiro. Por exemplo, esse para a Toddy: "Eu era um garoto magricelo/
Muito feio e amarelo.// Toddy todo dia ele tomou/ Engordou e melhorou/ Forte
ficou.// As garotas agora me chamam bonitão/ No esporte eu sou campeão".
Também tocava em festa da sociedade, ganhando pouco.
Tendo conhecido em 1954 Carlos Machado,
conhecido como o Rei da Noite, João participou com ele na boate Casablanca do
show Esta Vida é um Carnaval. Também participaram Grande Otelo,
Ataulfo Alves e outros artistas. O público gostou e foi muito
elogiado pela crítica o espetáculo. No mesmo ano João fez parte do
conjunto Quitandinha Serenaders. Por um curto tempo também
integrou o conjunto Anjos do Inferno.
Em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em
1955, João Gilberto conheceu o compositor, pianista, violinista, professor,
musicólogo Armando Albuquerque . Aramando era amigo de Radamés Gnatalli que
ensinou aspectos relacionados à música para João, que meses depois
foi morar com sua irmã Dadainha em Diamantina, Monas Gerais. Foi nessa época
que João, em seus estudos musicais desenvolveu uma nova técnica de cantar.
Depois de Diamantina ele foi para Juazeiro, ficando lá dois meses com
familiares. Nesse tempo ele compôs “Bim Bom” e considerou que tinha encontrado
a batida que estava querendo.
João foi para o Rio de Janeiro, em
1957, com 26 anos, depois de ter passado alguns dias em
Salvador. No Rio João mostrou sua batida para outros músicos.
Quando apresentou “Bim Bom”para Roberto Menescal que gostou muito do que ouviu
e apresentou a nova batida para artistas como Ronaldo Bôscoli e também no apartamento
de Nara Leão. Tendo se apresentado na casa de Chico Pereira, que gravou a
apresentação e que possibilitou que João conhecesse Tom Jobim, que na época
estava trabalhando na gravadora Odeon. Tom ficou impressionado com a forma de
tocar violão de João e percebeu que poderia se modernizar o samba por meio da
simplificação do ritmo e adicionando novas harmonias, havendo mais liberdade
para os arranjos. Tom então mostrou a João a composição Chega de
Saudade, que tinha feito com o poeta Vinicius de Moraes. Cada vez mais João
ficava conhecido no ambiente musical da cidade do Rio de Janeiro, tocando com
Severino Filho e Badeco, Chaim e João Donato, com os quais fez a música Minha
Saudade. Também João apresentou-se com frequência na boate do hotel Plaza, junto
com Milton Banana, que adaptou sua bateria ao tipo de tocar música de João Gilberto. Um
frequentador do local era Tom Jobim.
Em 1958 houve fatos muito importantes
que influenciariam a música brasileira. Em julho a cantora Elisete Cardoso
lançou o LP Canção do Amor Demais, com músicas de Tom Jobim e
Vinicius de Moraes. Nas faixas Chega de Saudade e Outra Vez João Gilberto
acompanhava Elisete ao violão. Foram as primeiras gravações em disco da “batida
da bossa nova”. Com o apoio de Tom Jobim, Dorival Caymi e Aloysio de Oliveira,
João lançou um disco gravado na Odeon, de 78 rpm com as músicas “Chega de
saudade” e “Bim Bom”, com a participação da orquestra de Milton Banana e
arranjos de Tom Jobim. Foi esse disco que inaugurou o gênero da bossa nova,
tornando-se um sucesso comercial, com uma alta vendagem e chegando ao primeiro
lugar nas rádios. Uma inovação nesse disco foi o uso de dois gravadores por
João, um para ele e outro para o seu violão. A partir daí, ele foi convidado a
participar de programas nas rádios e na TV, dando entrevistas e fazendo shows.
Outro disco de 78 rpm foi lançado por
João em 1959, com a música “Desafinado” (de Tom Jobim e Newton Mendonça) e
Hô-bá-lá-lá (de João Gilberto). Mais outro disco no mesmo ano foi lançado por
João: o LP “Chega de Saudade”.
O LP Chega de Saudade foi um marco na
música popular brasileira e tornou a nova batida de violão uma moda entre
universitários e secundaristas e influenciou gerações de jovens que decidiram
se tornar músicos. Entre os que foram influenciados podem ser citados: Gilberto
Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Edu Lobo, Francis Hime,
Roberto Carlos, Paulinho da Viola etc. O estilo de João era revolucionário,
porém não houve um total rompimento com a música do passado, pois gravou
composições antigas de Ary Barroso, Dorival Caymmi e Orlando Silva. João
renovou velhas canções. Na canção Chega de Saudade, que era originalmente um
chorinho, foi transformada em um tipo de samba, no qual o violão não era
acompanhamento, pois dividia o primeiro plano com a voz.
Em 1959 João participou da gravação do
disco 78 rpm de Luiz Claúdio, com acompanhamento de violão, na primeira
gravação da canção de Tom Jobim chamada Este Seu Olhar, de Tom
Jobim, que fez o arranjo e tocou piano. Para o filme Orfeu de Carnaval João
gravou três canções, lançadas em um compacto duplo. A gravadora era a Odeon.
Nessa época João esteve na boate Meia Noite, do hotel Copacabana Palace e
no Country Club, no Rio de Janeiro. A batida de João incentivou a
realização de festivais de bossa nova pelo Rio
João pôde contracenar e fazer dueto com
Orlando Silva no programa “Brasil 60”, na TV Excelsior. Teve um programa
próprio, o Musical Três Leões, na TV Tupi, em São Paulo. Ele participou do show
de inauguração da TV Excelsior. Os músicos novos que entraram no movimento da
bossa nova imitavam o modo de tocar e cantar de João. Ele fez apresentações em
Minas Gerais, Salvador, Rio de Janeiro e fez um jingle para a multinacional
Lever, atual Unilever.
João Gilberto gravou segundo LP em 1960
chamado O Amor, o Sorriso e a Flor. Esse disco chegou em 1962 aos Estados
Unidos. Nesse LP havia a inovação de trazer na contracapa as letras das
músicas. Como destaque nesse disco entre as canções, havia a composição Samba
de Uma Nota Só, de Tom Jobim e Newton Mendonça. Essa música representava uma
síntese da bossa nova nos elementos fundamentais letra, melodia, ritmo e
harmonia.
O terceiro álbum de João Gilberto foi
gravado em 1961. O LP foi gravado em duas fases: a primeira com Walter
Wanderley e seu conjunto e a segunda com orquestra e regência de Tom Jobim.
Velhos sambas vinham alterados, rítimica e harmonicamente, soando como novos
sambas. Um efeito usado por João foi o rubato. Nesse efeito são
apressadas ou encurtadas frases, cantando em tempo ligeiramente diferente do
acompanhamento, tirando algum tempo das notas, para depois aguardar com o
violão e seguir normalmente. Foi o primeiro disco em que João gravou só ele e o
violão. No mesmo ano da gravação desse disco ele realizou apresentações em São
Paulo. Na Universidade Mackenzie se apresentou para 1500 pessoas e lotou tanto
o teatro do clube Harmonia como o do clube Pinheiros.
A cantora Lena Horne cantou “Bin Bom”em
português no Copacabana Palace e declarou ser uma admiradora de João Gilberto.
Também o o discjockey Felix Grant tocou por vários dias os
discos de João na rádio WMAL, de Washington. Isso influenciou artistas de jazz
dos Estados Unidos e chamou a atenção para a música brasileira. Em 1962 o
jornalista Joaquín Segura, da revista Life en Español, escreveu
sobrea bossa nova de João Gilberto, destacando viagens ao Brasil de astros do
jazz como Dizzy Gillespie, Charlie Byrd e Herbie Mann e que ao retornarem
procuraram imitar o jeito de tocar violão e a voz de João Gilberto. Nessa época
na França chegaram as canções Bim bom, Ho Ba La La e Um Abraço no
Bonfá de João Gilberto e ele se apresentava no Uruguai e na
Argentina.
João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Os
Cariocas, Milton Banana e Otávio Bailly, se apresentaram no mesmo palco, sob
direção de Aloysio de Oliveira. Foi uma temporada de um mês. O público era
formado por pessoas da alta sociedade carioca e dos círculos de artistas. Foi
um show histórico, chamado O Encontro, realizado em 1962 no
restaurante Au Bon Gourmet, em Copacabana. Grandes sucessos da bossa nova foram
apresentados como Só Danço Samba, Samba da Bênção, O Astronauta, Samba do Avião
e Garota de Ipanema.
Na sua vida particular, o primeiro
casamento de João Gilberto foi com a talentosa cantora Astrud Evangelina
Weinert, que passou a ser conhecida como Astrud Gilberto. Os dois se conheceram
por meio de Nara Leão. O casal teve o filho João Marcelo, nascido em 1960.
João Gilberto esteve nos Estados Unidos
em 1962 participando de um concerto no Carnegie Hall, em Nova York. O objetivo
foi promover a bossa nova nos estados Unidos. Também participaram Tom Jobim,
Luiz Bonfá, Agostinho dos Santos, Carlos Lyra, Sérgio Mendes etc. João Gilberto
e Tom Jobim se apresentaram em novembro desse ano, com a presença de estrelas
da música dos Estados Unidos como Tony Benner, Dizzy Gillespie, Milles Davis e
outros. Houve uma grande cobertura da imprensa e até uma rádio transmitiu para
Moscou. Uma emissora de Tv dos Estados Unidos filmou o show. A mídia desse país
elogiou muito o desempenho de João Gilberto, que cantou em português. João fez
outras apresentações em Nova York e Washington. Ele a partir de então passou a
divulgar a bossa nova em diversos países.
No filme Seara Vermelha,
lançado no Brasil, incluiu na trilha sonora uma composição chamada Lamento
da Morte de Dalva na Beira do Rio São Francisco dos anos 1950 de
autoria de João com parceria de Jorge Amado.
João Gilberto, o músico norte-americano Stan
Getz, Astrud Gilberto, Tom Jobim, Milton Banana e Tião Neto, se uniram para
gravar o disco Getz/Gilberto nos dias 18 e 19 de março de 1963, na A&R
Studios, em Nova York. Nessa época João foi homenageado por
jazzistas e o cantor Jon Hendricks gravou o disco Salud! João Gilberto
– Originator of the Bossa Nova.O disco de João com Getz concorreu
em nove categorias e venceu 4 prêmios Grammy. Foi descrito elogiosamente nos
Estados Unidos como bossa nova verdadeira e foi best-seller durante
anos, tanto nos Estados Unidos como em outros países pelo mundo. Na Itália
chegou a atingir as paradas de sucesso . É considerado na atualidade um
clássico da discografia mundial. Influenciou gerações de jazzistas.
João Gilberto, João Donato, Tião Neto e
Milton Banana foram para a Europa e se apresentaram na Itália (Roma,
Viareggio). João passou a ter problemas na mão direita e o grupo encerrou as
apresentações. Em Paris ele se tratou com um acupunturista. Estava
separado de Astrud e conheceu nessa cidade a então estudante conhecida como
Miúcha.
João foi para Nova
York e tratou a sua mão com médicos dos Estados Unidos e fez tratamentos de
fisioterapia. Depois apresentou-se no Carnegie Hall com Stan Getz e surgiria
então o disco número 2 deles. Também João se apresentou em clubes de Nova York
e em cidades como Washington, Boston e Los Angeles e na Califórnia. Em 1965
João e Miúcha se casaram. Fez um tratamento médico para a voz. Apresentou-se em
1966 no programa O fino da Bossa, na Tv Record. Nesse ano nasceu em Nova York a
sua filha Isabel, conhecida depois como Bebel Gilberto. João participou em 1967
de um programa de TV alemão e fez apresentações em 1967 e 1968 em Nova York e
Los Angeles e Washington.
No México, em 1969, João participou de
festivais de jazz em Guadalajara, Guanajuato, Cidade do México e Puebla. Nesse
ano, passou a morar na Cidade do México. Nesse país, recebeu o
prêmio Troféu Chimal. Lançou o disco Em Mexico, em 1970, com
boleros como "Besame Mucho" e "Farolito" e
com arranjos de Oscar Castro Neves.
No Brasil, em 1971,
João gravou um especial na Tv Tupi com Caetano Veloso e Gal Costa. Em 1972
voltou a residir em Nova York. De novo apresentou-se com Stan Getz, dessa vez no
Rainbow Grill. João em 1973 lançou o álbum João Gilberto, conhecido como o
álbum branco. Lançou o álbum The Best ofTwo Worlds, com Stan Getz e
participação de Miúcha no ano de 1976. Em1977 foi lançado o
álbum Amoroso. O álbum virou um clássico. Fez uma temporada de shows em
Nova York, com muito sucesso e uma das presentes foi Jacqueline Onassis. Também
se apresentou em São Francisco e Los Angeles. Em 1978 participou de um especial
para uma Tv holandesa e no Brasil se apresentou no Teatro Castro Alves em
Salvador e no Teatro Municipal de São Paulo. Em Nova York apresentou-se no
Carnagie Hall com Charlie Byrd e Stan Getz no Newport Festival.
No ano de 1980 João Gilberto gravou ao
vivo no Teatro Fênix, do Rio de Janeiro, para a Série Grandes Nomes um especial
para a Tv Globo. O Nome do programa era João Gilberto Prado Pereira de
Oliveira. O especial virou disco. Houve a participação de Rita Lee. Nesse
ano João teve participação especial no disco de Miúcha. Com Caetano Veloso,
Gilberto Gil e Maria Bethânia. João gravou o disco Brasil, em 1981.
E gravou "Brazil com S” uma participação especial em um disco de Rita Lee
. Na época gravou em especial na Tv Bandeirantes chamado "João Gilberto: A
arte e o ofício de cantar”, com a participação de Ney Mato Grosso e fez
concertos no Teatro Castro Alves. João se apresentou no Festival de Águas
Claras em 1983, em São Paulo e em Roma fez concerto para o festival Festival
Bahia de Todos os Sambas. Em Lisboa ele se apresentou no Coliseu dos
Recreios, em 1984 e em 1985 na Suiça, no 19° Festival de Jazz de
Montreux. Em 1986, para integrar a trilha sonora da novela Hipertensão,
João gravou a música Me Chama, de Lobão, que adorou a forma como
João executou a música, embora de início tenha ficado aborrecido porque João
tirou o verso "nem sempre se vê mágica no absurdo". Em 1987 João
recebeu do Tribunal Superior do Trabalho a Ordem do Mérito Judiciário do
Trabalho, no grau de comendador. Também em 1987 houve uma questão judicial
entre João Gilberto e a EMI, que tinha ficado com o acervo musical da Odeon. A
EMI tinha lançado sem permissão uma coletânea e João acusou a gravadora de
adulterar a sonoridade das gravações e alteração a ordem das faixas. Essa
disputa judicial durou muitos anos.
No fim dos anos de 1980 João foi
indicado em 1989 ao Grammy na categoria Melhor Performance
Vocal de Jazz, pelo disco "Live in Montreux". Em 1990 gravou uma
participação no disco de Maria Bethania. Nos Estados Unidos nesse ano foi
lançado o CD The legendary João Gilberto. Em 1991 houve o
lançamento do CD João. Foi gravado somente com voz e violão. Havia a gravação
de músicas em outras línguas: inglês e francês. No videoclipe Sampa, de Caetano
Veloso, João Gilberto participou da gravação. Para a Brahma João gravou
o jingle chamado Bossa Nova nº 1. Em 1992 ele se apresentou no aniversário
da cidade de São Paulo com Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Rita Lee, no
Parque Ibirapuera. E no mesmo ano se apresentou com Tom Jobim no Teatro Municipal
do Rio de Janeiro e foi convidado de Tom show dele no Palace, de São Paulo.
João em 1993 fez um show em Salvador com a participação de Gal Costa e Maria
Bethânia. Em 1994 apresentou-se em São Paulo, no Palace e para um especial da
Tv Cultura sobre João Gilberto. Em 1995 com outros artistas brasileiros
participou de uma homenagem a Tom Jobim em Nova York. Nos anos de 1996, 1997 e
1998 participou do Festival de Jazz de Umbria, em Perugia, Itália, fez um especial
para a Tv Bandeirantes, apresentou-se em Buenos Aires e no Carnegie Hall, nos
Estados Unidos. Também fez shows na Itália. Em 1999 apresentou-se com Caetano
Veloso em Buenos Aires e fez um show inaugurando o Credicard Hall, em São
Paulo. Mas os problemas no som neste show causaram reclamações de João.
Em 2000 foi lançado por João Gilberto o
disco João Voz e Violão. Por esse disco João recebeu em 2001 um Grammy,
na categoria Melhor Álbum de World Music. João gostou muito desse
disco, no qual se ouve o arranhar das cordas do violão, a percussão sutil da
pronúncia dos fonemas e a controladíssima respiração. Novas harmonias foram
apresentadas para Desafinado e Chega de Saudade.
No início dos anos 2000 João
apresentou-se em Paris, sendo muito elogiado e agradou muito o público ao
tocar Que Reste-t-il de nos Amours. Ele sabia como tocar as pessoas
que o assistiam em apresentações pelos países que ia, como no Brasil, em São
Paulo, quando tocava Saudosa Maloca e em Portugal quando
tocou Casa Portuguesa. Quando houve a 22ª edição do Festival
Internacional de Jazz de Montreal, no Canadá, João se apresentou. Recebeu a
Ordem de Rio Branco, no grau de comendador, do Itamaraty. Lançou em 2002 o CD “Live
at Umbria Jazz, com gravação de 1996. Na Itália em 2003 , recebeu
o Premio della Critica Heineken. Em 2003 fez shows no Japão. Foi
muito aplaudido. Em 2003 João teve mais uma filha, com sua nova esposa, Claudia
Faissol. Em 2004 fez mais um turnê pelo Japão. No show em Osaka recebeu trinta
e oito minutos de aplausos ininterruptos. Em 2005 o Ministério da Cultura do
Brasil homenageou João com Ordem do Mérito Cultural. Em 2006 João fez a sua
última turnê ao Japão. Ele homenageou o país com a composição "Je Vous
Aime, Japão". Foi escolhido em 2007 pela revista Down Beat como
um dos melhores cantores de jazz e em 2009 a mesma revista o elegeu como um dos 75 melhores guitarristas da história do jazz. No aniversário
da bossa nova em 2008 ele se apresentou em São Paulo, no Rio, Salvador e
no Carnegie Hall.
Em 6 de julho de 2019, com 88 anos,
João Gilberto morreu em sua casa na cidade do Rio de Janeiro. O corpo foi
sepultado em Niteroi, no Cemitério Parque da Colina.
Citação:
“Este ícone do movimento que se tornou
conhecido como Bossa Nova nasceu João Gilberto do
Prado Pereira de Oliveira, no dia 10 de junho de 1931, em Juazeiro, na Bahia.
Quando ainda tinha 14 anos, ganhou um presente que definiria sua vida, um
violão. Ele se tornou sua mais cara obsessão, da qual nunca se libertou, para a
sorte dos amantes deste ritmo brasileiro que marcou o universo musical dos anos
50 e até hoje é um símbolo do país, conhecido e respeitado internacionalmente.
Ele cresceu ouvindo Duke Ellington,
Tommy Dorsey, Dorival Caymmi e Dalva de Oliveira, no seio de uma família de
músicos amadores. Na sua adolescência integrou o grupo Enamorados do Ritmo. Com
apenas 18 anos, agora na cidade de Salvador, tornou-se crooner da Rádio
Sociedade da Bahia. No início da década de 50, porém, tomou uma decisão
crucial, mudar-se para o Rio de Janeiro.
Na Cidade Maravilhosa ele alcançou um
certo êxito como cantor do Garotos da Lua, que se apresentava na Rádio Tupi.
Seu temperamento rebelde não lhe permitiu continuar por muito tempo neste
conjunto, do qual foi expulso por falta de disciplina. Mas, antes do período em
que mergulharia no trabalho individual, gravou com este grupo dois discos.
João alimentava sem cessar a idéia fixa
que lhe trouxera ao Rio de Janeiro, gerar um meio original e revolucionário de
se exprimir com seu violão. Assim, exilou-se do ambiente carioca entre 1955 e
1957, com o objetivo de estudar e desenvolver uma técnica diferente. Desta forma,
chegou ao estilo desejado, voltando para o Rio de Janeiro com a Bossa Nova em
sua bagagem, gravada em um disco de 78 rotações por minuto. Agora João Gilberto
estava pronto para subverter os rumos da música brasileira (...)”
Infoescola-biografias-João Gilberto
__________________________________
Márcio José Matos Rodrigues-Professor
de História
Figura:
https://www.google.com/search?q=imagem+de+jo%C3%A3o+gilberto&sxsrf=ALiCzsaIMnvVsPkSo5BZouWlvqB8kZZRjA:1655653037294&tbm=isch&source=
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