Neste artigo vou homenagear Angenor de Oliveira (Apesar de ter
recebido o nome de Agenor, foi registrado como Angenor), conhecido como Cartola.
Cartola foi um talentoso sambista brasileiro.
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no bairro carioca do Catete, em 11 de outubro de 1908 e
morreu em 30 de novembro de 1980. Ele foi compositor, poeta, cantor e
violonista. Aprendeu a tocar cavaquinho e violão com o pai. Dois grandes
sucessos dele foram: As Rosas não falam e
O Mundo é um Moinho. Quando tinha oito anos, sua família se
mudou para as Laranjeiras, onde ele se tornou torcedor do time do bairro, o Fluminense.
Nas Laranjeiras, entrou em contato com
os ranchos carnavalescos "União da Aliança" e "Arrepiados. Tinha
17 anos quando sua mãe morreu. Pouco depois, após conflitos crescentes com o pai,
inimigo da vida boêmia que ele levava, acabou expulso de casa.
Viveu muitos anos no morro da Mangueira. Quando
trabalhou como servente de obra passou a usar um chapéu coco para se proteger
do cimento que caía e assim foi chamado de Cartola pelos colegas de trabalho.
Ele e alguns amigos criaram o Bloco dos Arengueiros em 1925 e desse núcleo surgiu
em 1928 a Estação Primeira de Mangueira. Outro morador da Mangueira, Carlos Cachaça, seis
anos mais velho que Cartola, se tornaria o seu parceiro mais constante em
dezenas de sambas Os
sambas de Cartola foram se se tornando populares nos anos 30, sendo cantados
por artistas como Araci de Almeida, Carmem Miranda, Mário Reis, Francisco Alves
e Silvio Caldas. Vendeu
sambas para Francisco Alves, maior ídolo da música brasileira na época, cedendo
apenas os direitos sobre a vendagem de discos. Com Noel
Rosa compôs as canções "Tenho Um
Novo Amor", interpretada por Carmem Miranda, "Não Faz,
Amor" e "Qual Foi o Mal Que Eu Te Fiz", interpretadas
por Francisco Alves.
Foi convidado em
1940 pelo maestro e compositor erudito Heitor
Villa-Lobos, seu admirador, a formar um grupo de sambistas - entre eles, Pixinguinha,
Donga, João da Baiana- para fazer algumas gravações para outro maestro
mundialmente famoso, Leopold Stokowski realizadas a bordo do navio Uruguai, ancorado no
Rio de Janeiro. Também atuou como cantor de rádio com músicas suas e de outros compositores. Ainda nos anos 40 chegou a contrair meningite, ficando três dias em estado
de coma e um ano com muletas. Teve
momentos difíceis em sua vida. Sua
primeira mulher havia morrido e passou a morar em uma favela no bairro do Caju. Ele trabalhava
na época como lavador de carros e vigia de edifícios.
A sua última e
definitiva mulher alterou o seu destino:
Eusébia Silva do Nascimento, mais conhecida como Zica. Ela encontrou Cartola em uma triste condição,
entregue à bebida, desdentado e sobrevivendo de biscates - sem contar ainda com um
problema no nariz, devido a uma afecção
denominada rinofima. Ela o
levou de volta ao morro da Mangueira, onde o casal se instalou em uma casa na
subida do morro, perto da quadra da escola de samba.
Seu primeiro de seus quatro discos-solo foi
gravado em 1974. O
disco, que recebeu vários prêmios, foi considerado um dos melhores daquele ano. Em 1976, a mesma
gravadora lançou o segundo LP. Em outubro de 1977, a gravadora RCA lançou seu terceiro disco solo, com igual sucesso de
crítica. O quarto disco foi lançado em 1979. No final da década de 1970, mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá,
onde morou até a morte.
"As Rosas Não Falam"
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim
Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai...
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhar os meus sonhos
por fim.
Cartola
Para ouvir acesse: https://www.vagalume.com.br/cartola/as-rosas-nao-falam.html
______________________________________________
Márcio José Matos Rodrigues
Figura: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário