quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Homenagem a Cartola aniversariante de outubro





Neste artigo vou homenagear  Angenor de Oliveira (Apesar de ter recebido o nome de Agenor, foi registrado como Angenor), conhecido como Cartola.

Cartola foi um talentoso sambista brasileiro. Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no bairro carioca do Catete, em 11 de outubro de 1908 e morreu em 30 de novembro de 1980. Ele foi compositor, poeta, cantor e violonista. Aprendeu a tocar cavaquinho e violão com o pai. Dois grandes sucessos dele foram: As Rosas não falam e O Mundo é um Moinho. Quando tinha oito anos, sua família se mudou para as Laranjeiras, onde ele se tornou torcedor do time do bairro, o Fluminense.  Nas Laranjeiras, entrou em contato com os ranchos carnavalescos "União da Aliança" e "Arrepiados. Tinha 17 anos quando sua mãe morreu. Pouco depois, após conflitos crescentes com o pai, inimigo da vida boêmia que ele levava, acabou expulso de casa.

Viveu muitos anos no morro da Mangueira. Quando trabalhou como servente de obra passou a usar um chapéu coco para se proteger do cimento que caía e assim foi chamado de Cartola pelos colegas de trabalho. Ele e alguns amigos criaram o Bloco dos Arengueiros em 1925 e desse núcleo surgiu em 1928 a Estação Primeira de Mangueira. Outro  morador da Mangueira, Carlos Cachaça, seis anos mais velho que Cartola, se tornaria o seu parceiro mais constante em dezenas de sambas Os sambas de Cartola foram se se tornando populares nos anos 30, sendo cantados por artistas como Araci de Almeida, Carmem Miranda, Mário Reis, Francisco Alves e Silvio Caldas. Vendeu sambas para Francisco Alves, maior ídolo da música brasileira na época, cedendo apenas os direitos sobre a vendagem de discos.  Com  Noel Rosa  compôs as canções "Tenho Um Novo Amor", interpretada por Carmem Miranda, "Não Faz, Amor" e "Qual Foi o Mal Que Eu Te Fiz", interpretadas por Francisco Alves.

Foi convidado em 1940 pelo maestro  e compositor erudito Heitor Villa-Lobos, seu admirador, a formar um grupo de sambistas - entre eles, Pixinguinha, Donga, João da Baiana- para fazer algumas gravações para outro maestro mundialmente famoso, Leopold  Stokowski  realizadas a bordo do navio Uruguai, ancorado no Rio de Janeiro. Também atuou como cantor de rádio com músicas suas e de outros  compositores. Ainda nos anos 40 chegou a  contrair meningite, ficando três dias em estado de coma e um ano com muletas.  Teve momentos difíceis  em sua vida. Sua primeira mulher havia morrido e passou a morar  em uma favela no bairro do Caju. Ele trabalhava na época  como  lavador de carros e vigia de edifícios.

A sua última e definitiva mulher  alterou o seu destino: Eusébia Silva do Nascimento, mais conhecida como Zica. Ela  encontrou Cartola em uma triste condição, entregue à bebida, desdentado e sobrevivendo de biscates - sem contar ainda com um problema no nariz,  devido a uma afecção denominada rinofima. Ela  o levou de volta ao morro da Mangueira, onde o casal se instalou em uma casa na subida do morro, perto da quadra da escola de samba.

Seu primeiro de seus quatro discos-solo foi gravado em 1974. O disco, que recebeu vários prêmios, foi considerado um dos melhores daquele ano. Em 1976, a mesma gravadora lançou o segundo LP. Em outubro de 1977, a gravadora RCA  lançou  seu terceiro disco solo, com igual sucesso de crítica. O quarto disco foi lançado em 1979. No final da década de 1970, mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte.















"As Rosas Não Falam"

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim

Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai...

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhar os meus sonhos
por fim.


Cartola

Para ouvir acesse: https://www.vagalume.com.br/cartola/as-rosas-nao-falam.html

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Márcio José Matos Rodrigues

Figura: Google

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