domingo, 18 de abril de 2021

O Dia Nacional do Choro e o compositor Pixinguinha

 









No dia 23 de abril é comemorado o Dia Nacional do Choro. A data foi criada para homenagear o compositor Pixinguina, pois se acreditava que ele tinha nascido em 23 de abril de 1897. Oficialmente esta data especial foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, devido a uma inciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello. Em 2016 foi decoberto que Pixinguinha nasceu em 4 de maio de 1897, porém foi mantido a data 23 de abril como Dia Nacional do Choro.

Foi na segunda metade do século XIX que o Choro via se afirmando no cenário musical brasileiro, destacando-se músicos como Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. De início eram misturados elementos oriundos da música africana e da europeia, em especial a música popular portuguesa. E se chamava choro porque era resultado dos sons plangentes, graves das modulações que os violonistas tocavam partindo de passagens de polcas que lhes eram passadas por tocadores de cavaquinhos, levando a um sentimento de melancolia. As características do choro são a forma rondó, presença de compasso binário e um fraseado peculiar. Os principais instrumentos que começaram a ser utilizados quando surgiu este gênero musical eram violão, flauta, cavaquinho, que davam à música o lado mais sentimental e “choroso”. Segundo Luís da Câmara Cascudo, o choro pode ter vindo de xolo, que era um baile que reunia escravos de fazendas. E para Ary Vasconcelos poderia ser uma ligação do termo à corporação musical dos choromeleiros, que tinham atuação no tempo colonial. No começo do século XX passou também a ser cantado e ganhou novas características, como tendo um ritmo mais rápido, agitado e alegre.

O rádio e o o investimento de gravadoras possibilitaram que o choro tivesse sucesso pelo Brasil na década de 30 do século XX. O maior nome no choro na nesse século foi Pixinguinha. A partir dos anos 50 a Bossa Nova foi tomando espaço que era do choro, mas este não deixou de ser importante e em 1970 foram criados os Clubes do Choro, surgindo grupos novos de músicos dedicados a este gênero por vários lugares do Brasil.

A seguir destacarei alguns apsectos do grande compositor Pixinguinha, que foi um grande compositor brasileiro, inclusive no gênero do choro.

Pixinguinha nasceu em 1897, na cidade do Rio de Janeiro. Era compositor, maestro, flautista, saxofonista e arranjador. Considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira e cujo nome mesmo era Alfredo da Rocha Vianna Filho. Ele se especializou nos gêneros Choro, Maxixe, Samba e Valsa. O pai de Pixinguinha era Alfredo da Rocha Vianna, que além de funcionário dos correios também era flautista, possuidor de muitas partituras de choros antigos. Pixinguinha tina dezessete irmãos. Começou seus estudos no colégio mantido pelo Mosteiro de São Bento. Ele quando pequeno escutava atento valsas, lundus e pelas polcas tocadas em serenatas que o pai promovia em casa. O apelido de “Pixinguinha” surgiu do nome oriundo de um dialeto africano que sua avó, africana de nascimento, lhe chamava, “Pizindin” (menino bom). Pixinguinha aprendeu a tocar flauta com o pai com 12 anos ele já dominava conhecimentos de teoria musical ensinados por César Borges Leitão, já tocando flauta, cavaquinho e bandolim. 

O professor Irineu de Almeida em 1911 levou Pixinguinha aos 14 anos para o grupo carnavalesco “Filhas da Jardineira” e nesse ano   Pixinguinha compôs sua primeira música, i o chorinho “Lata de Leite”. Seu irmão China possibilitou que fosse contratado pelo conjunto da “Concha”, uma casa de chope do bairro da Lapa. Pixinguinha passou assim a tocar em 1912, em cabarés na Lapa, no Rio de Janeiro. Depois veio a substituir o flautista que tocava na orquestra da sala de projeção do Cine Rio Branco. E assim começou sua carreira como músico em salas de cinema, ranchos carnavalescos , casas noturnas e no teatro de revista. Pixinguinha se juntou aos parceiros Donga e João Pernambuco, formando o grupo Caxangá e com base nesse grupo formou-se o conjunto Oito batutas.

A gravadora RCA Victor contratou Pixinguinha nos anos de 1930 como arranjador. Ele criou arranjos que ficaram famosos sendo cantados por cantores como Francisco Alves e Mário Reis. Anos depois Pixinguinha foi substituído por Radamés Gnattali. Nos anos 40 passou a tocar o saxofone tenor no regional de Benedito Lacerda. Esse pagava para Pixinguinha para aparecer como parceiro em obras registradas, que na verdade eram da autoria só de Pixinguinha.

Pixinguinha recebeu críticas de pessoas conservadoras quando compôs Carinhoso entre 1916 e 1917 e Lamentos, em 1928. As críticas diziam que ele estava sendo influenciado pelo jazz. Teve outras composições de sucesso, como "Rosa", "Vou vivendo", "Lamentos", "1 x 0", "Naquele tempo" e "Sofres porque Queres”, entre outras.

Pixinguinha foi estudante no Instituto Nacional de Música (instituição incorporada à Universidade do Brasil), atualmente Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em homenagem a Pixinguinha, foi criado em 23 de abril o Dia Nacional do Choro.

 Pixinguinha faleceu em 17 de fevereiro de 1973, aos 75 anos, na cidade do Rio de Janeiro.

História da música Carinhoso

Segundo o site   Catraca Livre de 26 de abril de 2014, atualizado em 6 de maio de 2020:

“Carinhoso” é uma das musicas mais conhecidas pelos brasileiros. E sua história tem passagens interessantes.

Para começar, surgiu como uma música instrumental: uma ‘polca lenta’. Isso foi no ano de 1917, quando Pixinguinha, então com 20 anos, a compôs. Mas, naquele tempo, as músicas deveriam ter três partes e a polca apresentava apenas duas. Então, o tema foi deixado ‘na gaveta’. Somente 11 anos depois é que foi levada ao disco pela Orquestra Típica Pixinguinha-Donga, no lado B de um 78 rotações. Em 1929 fez-se nova versão orquestral com a Orquestra Victor Brasileira. Em 1935, o bandolinista Luperce Miranda também a gravou. Nestas duas ocasiões, saiu como “Carinhos”.

 Por conta de um espetáculo que a cantora Heloisa Helena iria participar, foi pedido a João de Barro, o Braguinha, que compusesse uma letra para a ocasião, em 1936. Ele o fez de imediato e chamou a atenção do público. Porém, o cantor Orlando Silva não gostou do texto e pediu a Pedro Caetano uma alternativa. Conta-se que Aracy Cortes também criou a sua. A RCA Victor ia gravar “Carinhoso”. Todavia, o diretor do selo decidiu pela letra de Braguinha e a ofereceu a Carlos Galhardo e Chico Alves, que não se entusiasmaram. Sobrou então para Orlando Silva, ainda em ascensão, cumprir a tarefa, que tinha como outro lado a valsa “Rosa”, também de Pixinguinha em 1917, letrada por Otávio Souza. E foi um sucesso.

“Carinhoso” já extrapolou há tempos os 200 registros! E no selo original do disco de Orlando Silva é identificado como samba!”

 

Para escutar:

https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=escutar+musica+carinhoso

Carinhoso (Pixinguinha/Braguinha) - YouTube

 

https://www.youtube.com/watch?v=nN4l-nBi3x

ROSA com MARISA MONTE, edição MOACIR SILVEIRA

 

 

https://www.youtube.com/watch?v=RKRuJpKYEiI

Ingênuo - Pixinguinha

 

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História


Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de+pixinguinha&sxsrf=ALeKk01SxhFfGmIBALK_VQ39c5e4HQEuEA:1618792995866&tbm=isch&source=iu&ictx=


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