segunda-feira, 14 de junho de 2021

O compositor alemão Richard Strauss

 



                                                                                                                                        

                                                               

 

Richard Strauss foi um compositor e maestro que nasceu em 11 de junho de 1864, em Munique, na Alemanha, considerado uma figura relevante da música entre o fim da Era Romântica e a primeira metade do século XX. Destacou-se por obras como as óperas Salomé e O Cavaleiro da Rosa; suas canções (lieder), em especial a obra Quatro Últimas Canções; poemas sinfônicos, entre eles Assim falou Zaratrusta; e grandes obras orquestrais como Metamorfose. Ele ficou famoso como maestro na Alemanha e na Áustria. Ele e Mahler são os principais representantes do Romantismo alemão tardio após Richard Wagner.

Era filho do primeiro trompista da orquestra da Ópera de Munique, Franz Strauss, que participou da estreia da ópera Tristão e Isolda, tendo sido elogiado pelo compositor Wagner. Richard Strauss quando criança estudou violino e harpa com participantes da mesma orquestra em que seu pai tocava. Antes mesmo de ter dez anos Richard escreveu uma serenata para instrumentos de sopro. Ao terminar a escola em 1882 ele já tinha composto 140 trabalhos. Passou a fazer contatos com diversos compositores e tornou-se importante no universo musical europeu. Teve influências de Richard Wagner, Berlioz e Liszt. Fez a fusão entre o fim do romantismo alemão e o período neoclássico. Dedicou-se à razão e à filosofia na sua visão de mundo e afastou-se da teologia.

A carreira de Richard Strauss progrediu, tendo ele se tornado assistente do famoso maestro Hans Von Bullow em 1885 e depois de um mês Richard já era regente titular da orquestra. De 1889 a 1894 foi diretor das casas de ópera da cidade de Weimar, de 1889 a 1919 de Berlim e em Viena, de 1919 a 1924. A viúva de Wagnes, Cosima, o convidou a reger a ópera Tannhauser em 1894. E no período entre 1886 e 1898 Strauss foi bem sucedido com uma série de poemas sinfônicos e sinfonias.

Richard Strauss casou-se em 1893 com a soprano Pauline de Ahna, que cantou em sua ópera Guntram. Em 1909 ele conheceu o poeta Hugo Von Hofmannsthal, o que influenciou na sua produção musical. Strauss foi simpático à causa monarquista Hohenzollern na I Guerra Mundial. Mesmo com esse seu apoio, nos anos 20 foi respeitado no mundo da música. Em 1923 esteve nas cidades brasileiras de Rio de Janeiro e São Paulo dando concertos notáveis.

No regime nazista, Strauss recebeu um cargo importante ligado à música nacional em 1934. Houve suspeitas de que o compositor tivesse aderido ao nazismo, o que provocou críticas de outros artistas da música como Toscanini e Rubistein. Strauss chegou a dedicar uma música ao ministro nazista Goebbels. Mas, por outro lado, teve ligações com o escritor judeu Stefan Zweig, que foi autor do libreto de uma de uma ópera sua. Também Strauss procurou proteger sua nora que era judia. Após a derrota alemã na guerra, Strauss foi acusado de ter se filiado ao partido nazista, porém foi inocentado em tribunal. E em 1947 apresentou-se em Londres como regente e foi muito aplaudido. Sua última obra foi Quatro Últimas Canções. Em 8 de setembro de 1949 ele faleceu em Garmish-Partenkirchen, na Baviera. Sua obra mais popular é o poema sinfônico Assim falou Zaratrusta, Opus 30 (1891). O diretor Stanley Kubrick usou a introdução dessa obra como tema central de 2001: Uma Odisseia no Espaço, de 1968.

A ópera “Salomé” de 1905, baseada em um drama de Oscar Wilde provocou por um lado protestos dos mais conservadores por causa do erotismo da encenação, mas por outro lado houve aplausos entusiasmados de muita gente do público, fazendo com que cantores e atores tivessem de voltar várias vezes ao palco. Havia gente que gostava de encenações de vanguarda e aquela ópera continha escândalo, decadência e perversão, temas cultuados naquela época em que começavam a despontar as análises de Freud sobre a sexualidade e escritores como Oscar Wilde tinham se tornado famosos pelo seu estilo de escrever, com conteúdos libertinos.

Citação:

“Quando somos jovens, imagina-se que um libreto só é interessante se contém cenas violentas e assassinatos terríveis. Depois começa-se a compreender que também nos pequenos acontecimentos da vida quotidiana há coisas que merecem ser notadas e exaltadas com intenso lirismo. É preciso aprender a descobrir quanto existe de profundo nos fatos e nas coisas que parecem humildes. Debaixo de um manto de púrpura muitas vezes vive uma mesquinha criatura; sob a roupa desalinhada de um pequeno-burguês dos nossos dias palpita às vezes um coração de herói. Temos que nos curar da mania do heroísmo cenográfico, e especialmente renunciar aos venenos, aos punhais e aos incestos.”(Richard Strauss)

Sugestão para escutar:



 A aurora do Homem (2001, uma odisseia no espaço)

 

https://www.youtube.com/watch?v=EGrKMF5OgfE

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 Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História


Figura:https://www.google.com/search?sxsrf=ALeKk03ElxdlihqLFH26mu-

oMh4JmC3VeQ:1623726310246&source=univ&tbm=isch&q=imagens+de+Richard+Strauss&sa=X&ved


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