segunda-feira, 21 de junho de 2021

O escritor francês Saint-Exupéry

 








     

Em 29 de junho de 1900 nascia em Lyon, na França o famoso escritor Antoine Jean Batiste Marie Roger Foscolombe de Saint-Exupéry, mais conhecido como Antoine de Saint-Exupéry. Além de escritor foi também ilustrador e piloto. Ganhou os prêmios Femina (1931) e o Grande Prêmio de Romance da Academia Francesa (1939). Ele era o terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe. Sua mãe o incentivou a escrever contos e prosas.

Entre 1909 e 1914 estudou no colégio jesuíta de Notre-Dame, em Mans. Em 1914, com a guerra mundial atingindo a França,ele e seu irmão François transferem-se para a Suiça, para estudarem no colégio dos Marianista.  Tenta anos depois entrar na Escola naval, mas não é aprovado.

Apaixonou-se por aviação quando fez um passeio de avião com um amigo. Em abril de 1921 começa a servir no Segundo Regimento de Aviação de Estrasburgo, na França. Em 1922,com seu brevê de piloto, já é um piloto militar, com o posto de subtenente da reserva. Com a recomendação de um amigo entra na Sociedade Latécoere de Aviação em 1926, passando a ser piloto de linha, com voos entre Toulouse, Casablanca e Dacar. Marroquinos islâmicos lhe chamaram de senhor das areias, quando ele chefiou um posto no norte da África, no Cabo Juby, tendo ficado nessa região por 18 meses. Nessa época escreveu o romance “Correio do Sul” e negociava com tribos do deserto a libertação de pilotos que tinham feito pousos forçados ou sofrido acidentes na área e estavam presos.

Saint-Exupéry esteve por volta de 25 meses na América do Norte e depois voltou para a Europa e se integrou às Forças Francesas Livres em um esquadrão do Mediterrâneo para lutar junto aos Aliados contra os alemães. Ele estava já com 43 anos, sendo mais velho que a maioria dos pilotos. Tinha dores porque tinha muitas fraturas. Ele passou a pilotar um avião do tipo P-38 Lightning.

Em 1944 Saint-Exupéry foi enviado para obter informações a respeito dos movimentos das forças alemães na região do Vale do Ródano. O sul da França seria invadido pouco tempo depois pelos Aliados. Assim, ele saiu em 31 de julho de 1944 com seu avião de uma base aérea na Córsega, mas não voltou da missão. Tempos depois um piloto alemão disse que tinha abatido o avião do escritor e lamentou a morte dele. Uma pulseira com o nome do escritor foi encontrada por um pescador francês em 1998. Os restos do avião do autor francês só foram encontrados em 2004 a poucos quilômetros da costa de Marselha. O corpo do escritor nunca foi encontrado. 

Durante sua vida Saint-Exupéry escreveu artigos para revistas e jornais franceses e de outros países, sobre assuntos como a guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França. Suas obras continham aspectos ligados à aviação e à guerra. No Brasil o livro O Pequeno Príncipe (1943) é o livro mais lido do autor, obra que vendeu dezenas de milhões de exemplares em muitos países, sendo traduzido para mais de 180 línguas. Mas o escritor não pôde ver o sucesso que teve com a obra, pois morreu cerca de um ano depois da publicação de seu livro, que tem personagens cheios de simbolismos. O livro busca uma reflexão dos leitores sobre a vida adulta, os valores e a criança que ainda há em cada adulto.

Além do Pequeno Príncipe há outras obras do autor: O aviador (1926); Correio do Sul (1929); Voo Noturno (1931); Terra dos Homens (1939); Piloto de Guerra (1942); Carta a um refém (1943/1944); Cidadela, obra póstuma. (1948).

Segundo a autora Dilva Frazão: “Antoine-Marie-Roger de Saint-Exupéry nasceu em Lyon (França), no dia 29 de junho de 1900. Era o terceiro filho do conde Saint-Exupéry e da condessa Marie Fascolombe, família aristocrática empobrecida. Estudou no colégio jesuíta Notre Dame de Saint Croix e no colégio dos Marianistas, em Friburgo, na Suíça.

Ajudou a implantar rotas de correio aéreo na África, América do Sul e Atlântico Sul, além de ter sido pioneiro nos voos Paris - Saigon e Nova Iorque - Terra do Fogo. Nessa época, publicou Correio do Sul (1929).

Na década de 30, Exupéry trabalhou como piloto de provas para a Air-France e repórter do Paris- Soir. Em 1931, publicou Voo Noturno, onde exaltou os primeiros pilotos comerciais que enfrentavam a morte no cumprimento do dever. Registrou suas próprias aventuras em “Terra dos Homens” (1939).

Com a invasão dos nazistas na França, Exupéry fugiu para os Estados Unidos. Nesse período, escreveu Carta a Um Refém (1943) e incentivado por editores americanos, que viram sua habilidade como desenhista amador, a fazer uma obra para crianças. Até ali, seus livros falavam de sua paixão profissional: a aviação. 

Em 1943, Antoine de Saint-Exupéry escreveu seu livro mais importante O Pequeno Príncipe (1943), uma fábula infantil para adultos, cuja obra é rica em simbolismo, com personagens como a serpente, a rosa, o adulto solitário e a raposa.

O personagem principal do livro vivia sozinho num planeta pequeno, onde existiam três vulcões, dois ativos e um já extinto. Outro personagem representativo é a rosa, cujo orgulho, levou o pequeno príncipe a uma viagem pela terra.

Na viagem, encontrou outros personagens que o levaram ao desvendamento do sentido da vida. (...)”

 

Algumas frases de Saint-Exupéry:

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".

“Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”

“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”

“A Terra ensina-nos mais acerca de nós próprios do que todos os livros. Porque ela nos resiste.”

“Se a vida não tem preço, nós comportamo-nos sempre como se alguma coisa ultrapassasse, em valor, a vida humana... Mas o quê?”

“O verdadeiro homem mede a sua força quando se defronta com o obstáculo.”

“Não há uma fatalidade exterior. Mas existe uma fatalidade interior: há sempre um minuto em que nos descobrimos vulneráveis; então, os erros atraem-nos como uma vertigem.”

“Sacrifício não significa nem amputação nem penitência. (...) Ele é uma oferta de nós próprios ao Ser a que recorremos.”

“Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.”

“A verdade não é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo que se simplifica.”

“Também somos ricos das nossas misérias.”

“O que nos salva é dar um passo e outro ainda.”

“Apenas se vê bem com o coração, pois nas horas graves os olhos ficam cegos.”

“Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam.”

“As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações... Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações.”

“Ser homem é ser responsável. É sentir que colabora na construção do mundo.”

“Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo.”

“Na vida, não existem soluções. Existem forças em marcha: é preciso criá-las e, então, a elas seguem-se as soluções.”

“É o mesmo sol que derrete a cera e seca a argila.”

“Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.”

“A gente só conhece bem as coisas que cativou.”

 “Fiz mal em envelhecer. Foi uma pena. Eu era tão feliz quando criança...”

“Sou um pouco de todos que conheci, um pouco dos lugares que fui, um pouco das saudades que deixei e sou muito das coisas que gostei.”

“Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa.”

“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração...”

“O futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quando o destino.”

“Preparar o futuro significa fundamentar o presente.”

“É tão misterioso o país das lágrimas”

“A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar.”

 “Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é única no mundo.”

“É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar.”

“Minha vida é monótona. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente de outros...”

“Um monte de pedras deixa de ser um monte de pedras no momento em que um único homem o contempla, nascendo dentro dele a imagem de uma catedral.”

“Em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos secretos.”

“Ainda que seus passos pareçam inúteis; vá abrindo caminhos como a água que desce cantando da montanha. Outros te seguirão...”

“Disse a flor para o pequeno príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.”

“Uma pessoa para compreender tem de se transformar.”

“Assentei o amor pelos meus nessa dádiva de sangue, assim como a mãe assenta o seu amor no leite que dá. É aí que reside o mistério. É preciso começar pelo sacrifício para alicerçar o amor.”

“Todas as grandes personagens começaram por serem crianças, mas poucas se recordam disso.”

“Se queres compreender o significado de 'felicidade', deves primeiro entendê-la como recompensa e não como fim.”

“O Amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte.”

“Ninguém te sacudiu pelos ombros quando ainda era tempo. Agora, a argila de que és feitos já secou e endureceu e nada mais poderá despertar em ti o místico adormecido ou o poeta ou o astrônomo que talvez te habitassem.”

"A vida não é tudo que ela pode nos dar, mas sim tudo o que podemos dar por ela."

“É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio.”

“A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.”

“Quando acende o lampião, é como se fizesse nascer mais uma estrela, mais uma flor. Quando o apaga, porém, é estrela ou flor que adormecem. É uma ocupação bonita. E é útil, porque é bonita.”

“Eu conheço um planeta onde há um homem vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete como tu: "Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!" e isso o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!”

“E eu compreendi que não podia suportar a ideia de nunca mais escutar esse riso. Ele era para mim como uma fonte no deserto.”

“Na minha civilização, aquele que é diferente de mim não me empobrece; me enriquece.”

“Se você quer construir um navio, não chame as pessoas para juntar madeira ou atribua-lhes tarefas e trabalho, mas sim ensine-os a desejar a infinita imensidão do oceano.”

“Tu não compras nem a alegria, nem a saúde, nem o amor verdadeiro.”

“A verdadeira felicidade vem da alegria de atos bem feitos, do sabor de criar coisas renovadas.”

“Escrevo deitado e as linhas ficam tortas, como se eu tivesse bebido. Só bebi um pouco de tristeza.”

“Se o escultor despreza a argila, terá de modelar o vento. Se o teu amor despreza os sinais do amor a pretexto de atingir a essência, o teu amor não passa de palavreado.”

"Você não se sente sozinha aqui no deserto?” "No meio da multidão também nos sentimos sozinhos."

 “Não existe nada igual ao sabor do pão partilhado.”

“Quem luta com a única esperança de recolher bens materiais, efetivamente não recolhe nada que valha a pena viver (...) Que são os cem anos de história da máquina comparados com os cem mil anos de história do homem?”

“A imagem pode ser a mesma que cada um ama à sua maneira.”

“É certo que, quanto mais rude é o trabalho em que te consomes, em nome do amor, mais ele te exalta. Quanto mais te dás, mais cresces.”

"É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou."

“Quem tem a capacidade de sonhar não foge do real mas complementa-o de uma forma diferente .”

“A inteligência apenas vale ao serviço do amor.”

“Mesmo os nossos fracassos são uma parte de nossos pertences.”

“Nenhum incidente isolado pode despertar dentro de nós um estranho totalmente desconhecido. Viver é nascer lentamente.”

 “A idade do homem é algo impressionante. É um resumo de sua vida: a maturidade é alcançada lentamente e sobre muitos obstáculos, doenças curadas, perdas, desesperanças superadas e riscos assumidos inconscientemente; a maturidade formada por tantos desejos, esperanças, remorsos, coisas esquecidas, amores. A idade do homem representa uma carga preciosa de experiências e memórias.”

 

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Márcio José Matos Rodrigues


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