Em 29 de junho de 1900 nascia em Lyon,
na França o famoso escritor Antoine Jean Batiste Marie Roger Foscolombe de
Saint-Exupéry, mais conhecido como Antoine de Saint-Exupéry. Além de escritor
foi também ilustrador e piloto. Ganhou os prêmios Femina (1931) e o Grande
Prêmio de Romance da Academia Francesa (1939). Ele era o terceiro filho do
conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe.
Sua mãe o incentivou a escrever contos e prosas.
Entre 1909 e 1914 estudou no colégio
jesuíta de Notre-Dame, em Mans. Em 1914, com a guerra mundial atingindo a
França,ele e seu irmão François transferem-se para a Suiça, para estudarem no
colégio dos Marianista. Tenta anos depois entrar na Escola naval, mas
não é aprovado.
Apaixonou-se por aviação quando fez um
passeio de avião com um amigo. Em abril de 1921 começa a servir no Segundo
Regimento de Aviação de Estrasburgo, na França. Em 1922,com seu brevê de
piloto, já é um piloto militar, com o posto de subtenente da reserva. Com a
recomendação de um amigo entra na Sociedade Latécoere de Aviação em 1926,
passando a ser piloto de linha, com voos entre Toulouse, Casablanca e Dacar.
Marroquinos islâmicos lhe chamaram de senhor das areias, quando ele
chefiou um posto no norte da África, no Cabo Juby, tendo ficado nessa região
por 18 meses. Nessa época escreveu o romance “Correio do Sul” e negociava com
tribos do deserto a libertação de pilotos que tinham feito pousos forçados ou
sofrido acidentes na área e estavam presos.
Saint-Exupéry esteve por volta de 25
meses na América do Norte e depois voltou para a Europa e se integrou às Forças
Francesas Livres em um esquadrão do Mediterrâneo para lutar junto aos Aliados
contra os alemães. Ele estava já com 43 anos, sendo mais velho que a maioria
dos pilotos. Tinha dores porque tinha muitas fraturas. Ele passou a pilotar um
avião do tipo P-38 Lightning.
Em 1944 Saint-Exupéry foi enviado para
obter informações a respeito dos movimentos das forças alemães na região do
Vale do Ródano. O sul da França seria invadido pouco tempo depois pelos
Aliados. Assim, ele saiu em 31 de julho de 1944 com seu avião de uma base aérea
na Córsega, mas não voltou da missão. Tempos depois um piloto alemão disse que
tinha abatido o avião do escritor e lamentou a morte dele. Uma pulseira com o
nome do escritor foi encontrada por um pescador francês em 1998. Os restos do
avião do autor francês só foram encontrados em 2004 a poucos quilômetros da
costa de Marselha. O corpo do escritor nunca foi encontrado.
Durante sua vida Saint-Exupéry escreveu artigos para revistas e jornais franceses e de outros países, sobre assuntos como a guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França. Suas obras continham aspectos ligados à aviação e à guerra. No Brasil o livro O Pequeno Príncipe (1943) é o livro mais lido do autor, obra que vendeu dezenas de milhões de exemplares em muitos países, sendo traduzido para mais de 180 línguas. Mas o escritor não pôde ver o sucesso que teve com a obra, pois morreu cerca de um ano depois da publicação de seu livro, que tem personagens cheios de simbolismos. O livro busca uma reflexão dos leitores sobre a vida adulta, os valores e a criança que ainda há em cada adulto.
Além do Pequeno Príncipe há outras obras do autor: O aviador (1926); Correio do Sul (1929); Voo Noturno (1931); Terra dos Homens (1939); Piloto de Guerra (1942); Carta a um refém (1943/1944); Cidadela, obra póstuma. (1948).
Segundo a autora Dilva Frazão:
“Antoine-Marie-Roger de Saint-Exupéry nasceu em Lyon (França), no dia 29
de junho de 1900. Era o terceiro filho do conde Saint-Exupéry e da condessa
Marie Fascolombe, família aristocrática empobrecida. Estudou no colégio jesuíta
Notre Dame de Saint Croix e no colégio dos Marianistas, em Friburgo, na Suíça.
Ajudou a implantar rotas de correio
aéreo na África, América do Sul e Atlântico Sul, além de ter sido pioneiro nos
voos Paris - Saigon e Nova Iorque - Terra do Fogo. Nessa época, publicou Correio
do Sul (1929).
Na década de 30, Exupéry trabalhou como
piloto de provas para a Air-France e repórter do Paris- Soir. Em 1931, publicou Voo Noturno, onde exaltou os primeiros pilotos comerciais que enfrentavam a
morte no cumprimento do dever. Registrou suas próprias aventuras em “Terra dos
Homens” (1939).
Com a invasão dos nazistas na França,
Exupéry fugiu para os Estados Unidos. Nesse período, escreveu Carta a
Um Refém (1943) e incentivado por editores americanos, que viram sua
habilidade como desenhista amador, a fazer uma obra para crianças. Até ali,
seus livros falavam de sua paixão profissional: a aviação.
Em 1943, Antoine de Saint-Exupéry
escreveu seu livro mais importante O Pequeno Príncipe (1943),
uma fábula infantil para adultos, cuja obra é rica em simbolismo, com
personagens como a serpente, a rosa, o adulto solitário e a raposa.
O personagem principal do livro vivia
sozinho num planeta pequeno, onde existiam três vulcões, dois ativos e um já
extinto. Outro personagem representativo é a rosa, cujo orgulho, levou o
pequeno príncipe a uma viagem pela terra.
Na viagem, encontrou outros personagens
que o levaram ao desvendamento do sentido da vida. (...)”
Algumas frases de Saint-Exupéry:
“Tu te tornas eternamente responsável
por aquilo que cativas".
“Aqueles que passam por nós não
vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”
“Só se vê bem com o coração. O
essencial é invisível aos olhos”
“A Terra ensina-nos mais acerca de nós
próprios do que todos os livros. Porque ela nos resiste.”
“Se a vida não tem preço, nós
comportamo-nos sempre como se alguma coisa ultrapassasse, em valor, a vida
humana... Mas o quê?”
“O verdadeiro homem mede a sua força
quando se defronta com o obstáculo.”
“Não há uma fatalidade exterior. Mas
existe uma fatalidade interior: há sempre um minuto em que nos descobrimos
vulneráveis; então, os erros atraem-nos como uma vertigem.”
“Sacrifício não significa nem amputação
nem penitência. (...) Ele é uma oferta de nós próprios ao Ser a que
recorremos.”
“Amar não é olhar um para o outro, é
olhar juntos na mesma direção.”
“A verdade não é, de modo algum, aquilo
que se demonstra, mas aquilo que se simplifica.”
“Também somos ricos das nossas
misérias.”
“O que nos salva é dar um passo e outro
ainda.”
“Apenas se vê bem com o coração, pois
nas horas graves os olhos ficam cegos.”
“Há vitórias que exaltam, outras que
corrompem; derrotas que matam, outras que despertam.”
“As pessoas crescidas têm sempre
necessidade de explicações... Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante
para as crianças estarem sempre a dar explicações.”
“Ser homem é ser responsável. É sentir
que colabora na construção do mundo.”
“Num mundo que se faz deserto, temos
sede de encontrar um amigo.”
“Na vida, não existem soluções. Existem
forças em marcha: é preciso criá-las e, então, a elas seguem-se as soluções.”
“É o mesmo sol que derrete a cera e
seca a argila.”
“Foi o tempo que perdeste com tua rosa
que fez tua rosa tão importante.”
“A gente só conhece bem as coisas que
cativou.”
“Fiz mal em envelhecer. Foi uma
pena. Eu era tão feliz quando criança...”
“Sou um pouco de todos que conheci, um
pouco dos lugares que fui, um pouco das saudades que deixei e sou muito das
coisas que gostei.”
“Os homens cultivam cinco mil rosas num
mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam
poderia ser achado numa só rosa.”
“Se tu vens, por exemplo, às quatro da
tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando,
mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado:
descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca
saberei a hora de preparar o coração...”
“O futuro não é um lugar onde estamos
indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado,
mas construído e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quando o destino.”
“Preparar o futuro significa
fundamentar o presente.”
“É tão misterioso o país das lágrimas”
“A gente corre o risco de chorar um
pouco quando se deixa cativar.”
“Vós não sois absolutamente
iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem
cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem
mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é única no mundo.”
“É preciso exigir de cada um o que cada
um pode dar.”
“Minha vida é monótona. Mas se tu me
cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos
que será diferente de outros...”
“Um monte de pedras deixa de ser um
monte de pedras no momento em que um único homem o contempla, nascendo dentro
dele a imagem de uma catedral.”
“Em cada um de nós há um segredo, uma
paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos
secretos.”
“Ainda que seus passos pareçam inúteis;
vá abrindo caminhos como a água que desce cantando da montanha. Outros te
seguirão...”
“Disse a flor para o pequeno príncipe:
é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.”
“Uma pessoa para compreender tem de se
transformar.”
“Assentei o amor pelos meus nessa
dádiva de sangue, assim como a mãe assenta o seu amor no leite que dá. É aí que
reside o mistério. É preciso começar pelo sacrifício para alicerçar o amor.”
“Todas as grandes personagens começaram
por serem crianças, mas poucas se recordam disso.”
“Se queres compreender o significado de
'felicidade', deves primeiro entendê-la como recompensa e não como fim.”
“O Amor é a única coisa que cresce à
medida que se reparte.”
“Ninguém te sacudiu pelos ombros quando
ainda era tempo. Agora, a argila de que és feitos já secou e endureceu e nada
mais poderá despertar em ti o místico adormecido ou o poeta ou o astrônomo que
talvez te habitassem.”
"A vida não é tudo que ela pode
nos dar, mas sim tudo o que podemos dar por ela."
“É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer
um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio.”
“A linguagem é uma fonte de
mal-entendidos.”
“Quando acende o lampião, é como se
fizesse nascer mais uma estrela, mais uma flor. Quando o apaga, porém, é
estrela ou flor que adormecem. É uma ocupação bonita. E é útil, porque é
bonita.”
“Eu conheço um planeta onde há um homem
vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca
amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete como tu:
"Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!" e isso o faz
inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!”
“E eu compreendi que não podia suportar
a ideia de nunca mais escutar esse riso. Ele era para mim como uma fonte no
deserto.”
“Na minha civilização, aquele que é
diferente de mim não me empobrece; me enriquece.”
“Se você quer construir um navio, não
chame as pessoas para juntar madeira ou atribua-lhes tarefas e trabalho, mas
sim ensine-os a desejar a infinita imensidão do oceano.”
“Tu não compras nem a alegria, nem a
saúde, nem o amor verdadeiro.”
“A verdadeira felicidade vem da alegria
de atos bem feitos, do sabor de criar coisas renovadas.”
“Escrevo deitado e as linhas ficam
tortas, como se eu tivesse bebido. Só bebi um pouco de tristeza.”
“Se o escultor despreza a argila, terá
de modelar o vento. Se o teu amor despreza os sinais do amor a pretexto de
atingir a essência, o teu amor não passa de palavreado.”
"Você não se sente sozinha aqui no deserto?” "No meio da multidão também nos sentimos sozinhos."
“Quem luta com a única esperança de
recolher bens materiais, efetivamente não recolhe nada que valha a pena viver
(...) Que são os cem anos de história da máquina comparados com os cem mil anos
de história do homem?”
“A imagem pode ser a mesma que cada um
ama à sua maneira.”
“É certo que, quanto mais rude é o
trabalho em que te consomes, em nome do amor, mais ele te exalta. Quanto mais
te dás, mais cresces.”
"É loucura odiar todas as rosas porque
uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se
realizou."
“Quem tem a capacidade de sonhar não foge do real mas complementa-o de
uma forma diferente .”
“A inteligência apenas vale ao serviço
do amor.”
“Mesmo os nossos fracassos são uma
parte de nossos pertences.”
“Nenhum incidente isolado pode
despertar dentro de nós um estranho totalmente desconhecido. Viver é nascer
lentamente.”
“A idade do homem é algo
impressionante. É um resumo de sua vida: a maturidade é alcançada lentamente e
sobre muitos obstáculos, doenças curadas, perdas, desesperanças superadas e
riscos assumidos inconscientemente; a maturidade formada por tantos desejos,
esperanças, remorsos, coisas esquecidas, amores. A idade do homem representa
uma carga preciosa de experiências e memórias.”
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Márcio
José Matos Rodrigues
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