Adam Smith nasceu em 5 de
junho de 1723, em Kirkcaldy, na Escócia e morreu em Edimburgo, também na
Escócia. Era Filho do advogado Adam Smith e de Margaret Douglas. O
seu contexto histórico estava ligado ao chamado “Século das luzes” (século
XVIII). É considerado o pai da economia moderna e tendo como sua maior obra
“Uma Investigação sobre a Natureza e a Causa da Riqueza das Nações”. Nela
destaca que a ação dos indivíduos, com seus interesses, é que produz a riqueza
das nações, havendo crescimento econômico e inovação tecnológica. Ele disse que: "não
é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que
saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu auto-interesse".
Defendia a iniciativa privada, dizia que o sistema bancário para ele tem que
ser livre e que não deve haver intervenção governamental na economia. Ele
afirmava que a queda de preços de mercadorias e as inovações tecnológicas estão
relacionadas à livre competição entre os produtores que querem que os custos de
produção caiam e que possam ultrapassar os concorrentes.
Smith acreditava que uma
“mão invisível” leva, por exemplo, um comerciante, impulsionado por seu
interesse, a promover o bem estar da sociedade. É essa “mão” que, para ele,
pode fazer o preço de mercadorias cair e o valor dos salários deveria subir. O
que ele queria dizer é que se chegando a um estado de eficiência na economia, o
Estado poderia ser dispensado de certas funções porque os mercados seriam
dirigidos de tal forma que pareceria haver uma mão invisível regulando
automaticamente para se chegar a uma situação eficaz. Esse conceito de “mão
invisível” serve para dar explicações sobre as leis de mercado e sobre a
questão de oferta e procura.
Smith dizia que às vezes
poderia haver intervenção estatal nos bancos ou para reduzir a pobreza e para
instituir certas mudanças que apoiassem o trabalhador. Era contra as guerras e
defendia a regulação do mercado financeiro. Para ele, o aumento da riqueza
individual, com salários maiores, seria um incentivo ao maior envolvimento com
o trabalho e contribuiria para o aumento da riqueza de todos.
Foi a mãe de Smith que o
motivou para que trilhasse o caminho para ser um acadêmico. Ele estudou entre
1729 e 1737 no Burgh School of Kirkcaldy, uma escola bem
conceituada naquela época no ensino secundário. Nesse colégio Smith estudou
latim, matemática, História e escrita. Aos 14 anos foi estudar Filosofia moral
na Universidade de Glasgow, com o professor Francis Hutcheson e em 1740 entrou
na Universidade de Oxford. Smith renunciou à sua bolsa em 1746 e em 1748 passou
a lecionar em Edimburgo, com a proteção de Lord Kames.
No final dos anos de 1740
que Adam apresentou pela primeira vez a filosofia econômica
do "sistema simples e óbvio da liberdade natural" que ele iria
mostrar na sua Investigação sobre a Natureza e a Causa da Riqueza das
Nações. David Hume, importante filósofo naqueles tempos, veio a ser amigo
próximo de Smith. Outro amigo foi Edmund Burke, conhecido atualmente como
"pai do conservadorismo moderno", que elogiou as obras A
Riqueza das Nações e Teoria sobre os Sentimentos Morais,
ambas de Adam Smith que, em 1751, foi nomeado professor de Lógica na
Universidade de Glascow e em 1752 também passou a lecionar filosofia moral. As
duas disciplinas possibilitam a Smith atingir os campos da ética, retórica,
jurisprudência e política econômica.
A Teoria dos
Sentimentos Morais foi publicada em 1759 e dizia respeito
à explicação da aprovação ou desaprovação moral. Nessa obra percebe-se a
capacidade de Smith de argumentação, fluência e persuasão. Sua explicação se
baseia na empatia e na simpatia. Ele faz em sua obra uma análise crítica da
moral do seu tempo, sugerindo que a consciência surge das relações sociais.
Procura explicar como as pessoas chegam a formar juízos morais, mesmo havendo
em cada ser humano uma natural tendência ao auto-interesse. Ele diz que
imaginar-se no lugar dos outros leva a se tornar consciente de si e da
moralidade de seu comportamento.
Na
obra A Riqueza das Nações é preciso que se entenda que houve a
influência da economia política dos fisiocratas. Alguns analistas das
obras de Smith dizem que não há contradição entre o que ele defende na
obra A Teoria dos Sentimentos Morais com o que ele diz
em A Riqueza das Nações. Para esses estudiosos as duas obras
destacam aspectos diferentes da natureza humana, variando de acordo com o
momento.
Na
primeira obra Smith diz que os homens buscam aprovação por meio do “observador
imparcial”, que é resultante de um ato de imaginação, em que se busca observar
a própria ação de um ponto de vista imparcial, com o objetivo de julgá-la
moralmente. Tal obra, para certos analistas, é centrada em situações onde a
moralidade tende a desempenhar um papel de predomínio entre as relações das pessoas.
A segunda
obra, segundo esses analistas, baseia-se em situações onde a moralidade do
homem está mais sob influências para desempenhar um papel menor, por exemplo, o
trabalhador envolvido na elaboração do trabalho. Essa obra influenciou bastante
para o estudo da economia e para que ela passasse a ser uma disciplina
independente.
Para Adam
Smith a economia, exemplificando o caso do comércio, tinha como um efeito
benéfico a liberação dos pobres de sua dependência em relação aos ricos. Smith
se baseava em uma estrutura baseada na origem da renda obtida e, nesse
sentido, os trabalhadores seriam uma classe intermediária, já que seriam
os parceiros mais diretos no empreendimento econômico. Ele não via com uma
ótica de divisão entre classes. Ele explicava o comércio como um impulso
natural sendo para ele "comum a todos os homens”. Defendia em suas idéias
que poderia haver uma igualdade básica na sociedade não em aspectos econômicos
ou políticos e sim por intermédio da educação, que proporcionaria oportunidades.
Smith
em A Riqueza das Nações criticava o mercantilismo e quando foi
publicada não havia ainda crença no livre comércio, que era criticado. Levou
algum tempo, mesmo com a obra de Smith, para o parlamento inglês e capitalistas
da época fossem se desligando do mercantilismo.
Em 1763 Adam Smith deixa o
cargo de professor para ser tutor de um jovem nobre. Em viagem pela França
conheceu de 1764 a 1766 os intelectuais franceses Turgot, d’Alembert, André
Morellet, Helvetius e François Quesnay. Em 1778 passou a ser comissário da
alfândega da Escócia e faleceu em 17 de julho de 1790.
Críticas:
Para o economista Alfred
Marshall, em sua crítica ao pensamento de Adam Smith, o ser humano deve ser tão
importante em uma sociedade como o dinheiro, que os serviços tem sua
importância da mesma forma que os bens e que precisa haver um destaque maior na
questão do bem estar dos seres humanos e que a “mão invisível não funciona bem
em todas as situações, pois havendo condições de monopólio e oligopólio a tal
mão falha.
Há outros críticos que
dizem que ao falar de “mão invisível” se dá muita liberdade ao indivíduo e aos
seus interesses, deixando de lado os interesses da coletividade.
Segundo a professora de História Juliana Bezerra:
“Um das
grandes influências no pensamento de Adam Smith foi o pensamento do filósofo
escocês David Hume. Para Hume, havia uma relação entre a moral natural, baseada
no impulso egoísta e o altruísmo.
Mais do que a bondade, o que levava o ser humano a agir corretamente era a sobrevivência. Curiosamente, isto era positivo, pois ao pensar em si mesmo, por várias vezes o indivíduo terminava por beneficiar seu entorno.
Em 1759, Adam Smith publica “Teoria dos sentimentos morais”. Nessa obra, ele analisa criticamente a moral do seu tempo e da natureza humana, buscando entender suas motivações para atuar na sociedade.
Principais Obras: Teoria dos Sentimentos Morais (1759); Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações (1776); Ensaio sobre Temas Filosóficos (1795). (...)”
Pensamento e frases de Adam
Smith:
“Todo
indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o rendimento
anual da sociedade seja o maior possível. Na verdade, ele geralmente não tem
intenção de promover o interesse público, nem sabe o quanto o promove. Ao
preferir dar sustento mais à atividade doméstica que à exterior, ele tem em
vista apenas sua própria segurança; e, ao dirigir essa atividade de maneira que
sua produção seja de maior valor possível, ele tem em vista apenas seu próprio
lucro, e neste caso, como em muitos outros, ele é guiado por uma mão invisível
a promover um fim que não fazia parte de sua intenção. E o fato de este fim não
fazer parte de sua intenção nem sempre é o pior para a sociedade. Ao buscar seu
próprio interesse, frequentemente ele promove o da sociedade de maneira mais
eficiente do que quando realmente tem a intenção de promovê-lo.”
“O que vai gerar a riqueza das nações é o fato de
cada indivíduo procurar o seu desenvolvimento e crescimento econômico pessoal.”
“Onde há grande propriedade, há grande desigualdade. Para um muito rico, há no mínimo quinhentos pobres, e a riqueza de poucos presume da indigência de muitos.”
“A ciência é o grande antídoto contra o veneno do
entusiasmo e da superstição.”
“É injusto que toda a sociedade contribua para
custear uma despesa cujo benefício vai a apenas uma parte dessa sociedade.”
“A ambição universal dos homens é viver colhendo o
que nunca plantaram.”
“A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo
e não pela riqueza dos príncipes.”
“O verdadeiro valor das coisas é o esforço e o
problema de as adquirir.”
“Nenhuma nação pode florescer e ser feliz enquanto
grande parte de seus membros for formada de pobres e miseráveis.”
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História
Figura: https://br.images.search.yahoo.com/search/images;_ylt=A2KLfRcvCcBgxPsAH2nz6Qt.;_ylu=Y29sbwNiZjEEcG9zAzEEdnRpZAMEc2VjA3Nj?p=imagem+de+adam+smith
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