terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Meus passeios para Bragança e Augusto Corrêa

 




Por muito tempo eu acalentava o desejo de conhecer uma cidade antiga do Pará, a cidade de Bragança, chamada de “Pérola do Caeté”. Não conhecia e ainda não conheço muitas cidades no meu Estado e Bragança, até 2021 era uma dessas cidades. Assim, em um ano que a pandemia de COVID ainda ceifava muitas vidas, porém já se mostrando um controle por meio da vacinação, com o número de óbitos em queda no Brasil, eu resolvi passar dois dias em julho desse ano em Bragança para conhecer esta cidade bela e histórica. Nesses dias pude conhecer pontos turísticos bragantinos e também a praia de Ajuruteua, um dos locais mais belos do município de Bragança, tendo tido o suporte de um motorista local, o “Seu Beto”, que me conduziu por Bragança e até Ajuruteua.

 

A segunda vez que fui para Bragança foi em meados de janeiro, por três dias, em um período em que tirei uma  licença do trabalho. Novamente assistido pelo “Seu Beto”. Dessa vez, eu novamente visitei a estátua de São Benedito, um grande monumento situado às proximidades do rio Caeté e também fui a Ajuruteua. Completando meu passeio, fui até o município de Augusto Corrêa, que no passado fez parte de Bragança. É um pequeno, mas agradável lugar, com uma simpática orla. Uma localidade que conheci pertencente a Augusto Corrêa foi a orla de Perimirim. Muito bonita. E os almoços e jantares nos restaurantes bragantinos também foram ótimos, em especial os pratos de peixes e mariscos, que saboreei acompanhados de algumas cerpinhas (“cerpinha” é uma cerveja paraense muito elogiada dentro e fora do Pará).

Bem, diante deste relato de minha passagem pelos municípios de Bragança e Augusto Corrêa, aproveito para mostrar um pouco da história dos mesmos.

Bragança:

Antes da ocupação europeia, o local onde Bragança está era habitado pelos índios apotiangas da nação dos Tupinambás. Segundo relatos históricos, os franceses foram os primeiros europeus que chegaram nas terras onde hoje está Bragança. Conforme a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros: “decerto foram os franceses os primeiros europeus que, em explorações marítimas, investigaram os meandros da costa paraense, entre o rio Gurupi e a cidade de Belém.” A criação da capitania do Gurupi pelos portugueses foi no século XVII, graças a uma doação em 9 de fevereiro de 1622 pelo rei espanhol Felipe III para o Governador-Geral do Brasil, Gaspar de Souza. Houve uma questão envolvendo a capitania, porque em 1633 Francisco Coelho de Carvalho deu ao seu filho Feliciano Coelho de Carvalho a mesma capitania, surgindo uma disputa, já que Álvaro de Souza, filho de Gaspar de Souza, reclamou ao rei da Espanha (essa época Portugal estava ligado à Espanha pela União Ibérica)a posse da capitania .

 

A influência portuguesa na cidade pode ser notada, por exemplo, em prédios como aIgreja de São Benedito, do século XVIII e nos estilos arquitetônicos da catedral de Nossa Senhora do Rosário, construída na segunda metade do século XIX e no prédio do Instituto de Santa Teresinha, assim como em outras edificações.

 

Segundo o historiador Dário Benedito Rodrigues:

“Banhada pelo rio Caeté, Bragança é uma das cidades mais importantes da História do Pará e da Região Norte do Brasil, uma cidade do interior. Com um ornamento nobre com palmeiras imperiais, a frente da cidade é um monumento de imponência peculiar. É uma terra que traz uma sensação acolhedora característica para locais onde os rios ainda ditam, de certa forma, o ritmo da vida em geral. Bragançapossui ao Norte de seu território, belezas incomparáveis que brotam de um ecossistema em que se destacam manguezais e quilômetros de praias.

As origens de Bragança remontam a 1613, sendo os franceses da expedição de Daniel de La Touche, os primeiros brancos a conhecerem a região do Caeté, então habitada pelos índios Tupinambás, a 08 de julho daquele ano, porém existem controvérsias acerca da exatidão dessa data.

Em 1612, o conquistador francês Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière, à frente de seus expedicionários, fundou São Luís no Maranhão, estabelecendo proveitosas alianças com as tribos indígenas da região, muitas oriundas da poderosa nação Tupinambá. Logo depois, Ravardière partia para a conquista francesa da Amazônia. Em 8 de julho de 1613, com uma escolta de quarenta soldados, partiu rumo ao vale dos rios amazônicos, estabelecendo amizade com os Tupinambás que povoavam densamente essa área, escorraçados das costas baiana e pernambucana.

Os primórdios de Bragança remontam a esse episódio, onde os franceses, tentaram organizar o primeiro núcleo da colonização na região do rio Caeté (ou Caité = caa + y + eté = mato bom, verdadeiro, na língua tupi). Prosseguiu então para o vale do rio Pará e, mais adiante, ao rio Tocantins, buscando firmar sua tentativa de dominação nas áreas de posse da união ibérica na América.

Os momentos iniciais da formação da capitania foram difíceis. Os índios foram praticamente exterminados tanto pela guerra contra franceses e holandeses, quanto pelos males físicos e doenças dos europeus, além de o serem alocados para um trabalho obrigatório junto aos primeiros colonos. Por causa da perda da mão-de-obra indígena, Gaspar de Souza não investiu nestas terras, nem investiu ou povoou o território da capitania. Diante da proeminência na perda da capitania, doze anos depois, Álvaro de Souza, filho e sucessor de Gaspar, erigiu a vila de Souza do Caeté. Em seguida, após a criação da vila, ocorreu a fundação do aldeamento de São João Batista, pelos padres jesuítas que lideravam índios tupinambás.

O conflito inicial que envolveu o território data de 1633, ainda com a posse do território dada a um donatário particular. Francisco Coelho de Carvalho, governador do Maranhão, solicitou poderes sobre o local para doar a área a seu filho, que chegou a fundar a sede da capitania do Caité às margens do rio Piriá, no Maranhão, com o nome de Vera Cruz do Gurupi. Inconformado, Álvaro de Souza, herdeiro legítimo, reclamou seu território diretamente a Filipe IV da Espanha, que resolveu a questão da posse junto a seu Conselho, dando definitivamente a Capitania a Álvaro de Souza, que imediatamente fundou a Vila Souza do Caeté, hoje Vila-que-era, ao lado direito do rio Caeté, mais próxima da saída para o Oceano Atlântico, porém com dificuldades de acesso e comunicação com Belém. A partir de então, a sede é transferida para o outro lado o rio. Portanto, desfazem-se certos mitos recém-publicados dos nomes do local, dos recortes temporais e da explicação de que Bragança teve duas origens, uma maranhense e uma propriamente local.

Em 1640, já encontram-se registros da “villa de Caité”, num documento português de “Descrição de todo o Marítimo da Terra de Santa Cruz”, de João Teixeira, responsável pela cartografia real e pelo levantamento de praticamente todo o litoral conquistado pelos portugueses. Esse período foi marcado pela conquista e fundação de diversas vilas e povoações, como Cananéia, na Paraíba em 1585, Natal em 1599, São Luiz em 1612, Cabo Frio em 1615, Caeté em 1634, Cametá em 1635, Tapuitapera (Alcântara no Maranhão) em 1637, Gurupá em 1639 dentre outras,

Em 1750, Manoel Antônio de Souza e Melo requereu do Rei D. João V, em carta de 12 de março de 1750, ajuda para administrar a Capitania do Caité, com mão-de-obra de índios, ajuda na coleta de sal, além de solicitar condições como legítimo filho e herdeiro de José de Souza e Melo, chamado de Porteiro-Mor. Com o falecimento do rei em 1750, assume o trono D. José I. Sebastião José de Carvalho e Melo foi nomeado como Secretário de Estado e em 1751, o irmão de Sebastião Carvalho foi nomeado Governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão. Era Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Tais autoridades tornaram-se referências especiais para os estudos acerca do projeto de consolidação do que era o estado do Grão-Pará a partir do território de Caité e a Vila de Bragança.

Contrário ao pedido de Manoel o rei D. José I decidiu retirar dele os direitos sobre a Capitania do Caité, através de um decreto datado de 14 de junho de 1753, incorporando seu território ao Estado português, de volta ao domínio da Coroa real. Terminava assim, a Capitania do Caité que passava definitivamente a pertencer ao Pará.

Os conflitos principais estavam relacionados com a falta de mão-de-obra para os colonos, com muitos desentendimentos entre os colonos e indígenas, como a sublevação de 1741, na capitania do Caeté, quando os moradores fizeram um motim conspiratório, expulsando dois padres jesuítas da aldeia de São João Batista, fato comunicado ao rei D. João V em carta de 22 de outubro de 1742, pelo Governador João de Abreu de Castelo Branco. Três anos depois desse documento, o mesmo relato foi feito pelo padre provincial dos jesuítas ao rei, em carta de 25 de outubro de 1745, onde são expostos os fatos com minúcias. Esses dois documentos se complementam com a devassa sobre o tumulto documentado pelo Ouvidor Geral. Conforme os documentos, a motivação da expulsão dos padres jesuítas foi a de não terem conseguido índios para o trabalho junto a autoridades e moradores da vila.

Em 1751, Mendonça Furtado havia feito um levantamento das condições das comunidades existentes para determinar onde se poderiam estabelecer novos núcleos urbanos, dentro do projeto pombalino. Deste levantamento, em 1753, Furtado comunica a escolha da povoação de Souza do Caeté como um local de antecipação para o projeto como uma primeira vila oficial. Sem perda de tempo, o Ouvidor Geral da capitania do Grão-Pará toma posse da capitania, fundando naquele sítio uma Vila com o nome de Bragança. Daí em diante a Vila Souza do Caeté passou a chamar-se Vila de Bragança, sendo um dos documentos principais a carta do governador e capitão-general do Estado do Maranhão e Pará, Mendonça Furtado ao rei D. José I em 11 de outubro de 1753.

Furtado comunica também as providências para a nova vila, como a vinda de 30 casais de açorianos para povoá-la. Já existia, entretanto, um aldeamento indígena que conforme o documento sustentaria as relações de trabalho suplementar para a agricultura e transporte (terrestre e fluvial) de produtos da lavoura para Belém. Uma escola de língua portuguesa também foi criada para facilitar o contato e a comunicação entre portugueses e indígenas.

Para sustentar ainda mais o contato com Belém, Mendonça Furtado viabilizou a criação da Vila de Ourém, no rio Guamá, como entreposto de comércio e comunicação com Bragança. Um povoado chamado Tentugal faria uma ligação fluvial com Bragança, via rio Caeté. De Tentugal a Ourém por um caminho terrestre e de lá à Belém em embarcações pelo rio Guamá, um reordenamento territorial antecipado aos propósitos do Diretório dos Índios, estabelecido anos mais tarde.

A Vila de Bragança foi palco das experiências que serviriam de base para o Diretório dos Índios de 1755/1757. O mesmo aconteceu com a aldeia de São João Batista (no local onde é o bairro da Aldeia hoje em dia). Os indígenas seriam acomodados junto aos europeus, passando a trabalhar em diversos serviços, muitos com remuneração, sendo inclusive permitido o casamento entre europeus e índios, tudo com o apoio da Coroa portuguesa. Em relação à língua materna – o tupi ou língua geral – sua proibição foi feita, valorizando o uso da língua portuguesa para a comunicação. Os índios passaram a ter direitos civis de cidadãos/súditos portugueses.

Esses inúmeros desafios foram superados na medida em que, antes das regras do Diretório, a Capitania do Caité e Gurupi passou para os domínios da administração real portuguesa. Uma das bases principais para essa solução foi a justificativa de desenvolvimento agrícola da região. E o nome do lugar também foi modificado. Partiu de uma carta de 11 de outubro de 1753, quando Mendonça Furtado escreveu ao rei D. José I sugerindo o nome –Bragança – em homenagem à dinastia reinante.

Foi o Ouvidor Geral do Pará, João da Cruz Diniz Pinheiro, por ordem de Mendonça Furtado, que ergueu a Vila de Bragança. Dois anos depois, ele relatou seus progressos o Conde de Oeiras, Sebastião José de Carvalho e Melo, informando que trouxe, segundo ofício de 30 de setembro de 1754 destinado ao Secretário de Estado da Marinha e Ultramar, Diogo Mendonça Corte Real, um grupo de engenheiros e astrólogos para traçar a estrada entre a Vila de Bragança e Ourém, por exemplo. Provavelmente, foi o engenheiro Galuzzi, trazido em 1754, quem organizou o traçado da estrada entre Bragança e seu principal entreposto à época.

O documento traz ainda um relato de insatisfação do Ouvidor Geral em relação ao tratamento de desprezo recebido por ele em contato com o padre jesuíta Theodoro da Cruz, missionário da Aldeia de São João Batista, contrários à nova administração real portuguesa sobre a extinta capitania e indispostos a colaborar com a autoridade portuguesa, não concedendo inclusive índios para os trabalhos dos colonos e até mesmo provocando o Ouvidor para que ele cometesse algum excesso contra os jesuítas, podendo depois queixar-se ao rei. Foi o que bastou para que o governador Mendonça Furtado mandasse para a Vila um destacamento militar para assegurar a ordem e o trabalho dos indígenas junto aos colonos.

Esses trabalhos foram confirmados pelo Provedor Mor da Capitania do Pará, João Inácio de Brito e Abreu, ao Secretário de Estado da Marinha e Ultramar Tomé Joaquim da Costa Corte Real, conforme ofício de 20 de outubro de 1758, quando descreve as duas localidades que deram origem à cidade de Bragança na atualidade. Na descrição da vila, informa que ela era separada da parte onde ficava a Aldeia de São João Batista por um pequeno braço de rio que se atravessava por uma ponte de madeira, que media sete braças de comprimento por doze palmos de largura. Do lado dos colonos, na área onde hoje é traçado o polígono histórico de Bragança, existiam 52 moradas e do lado onde é atualmente o Cruzeiro da Aldeia, 22 casas velhas onde moravam poucos índios que lá moravam e permaneceram e hoje extinta Igreja de São João Batista. A distância entre as casas mais próximas era de 30 braças (uma braça mede 2,2 metros). Do lado dos colonos, existia outra Igreja para frente do rio, a igreja paroquial de Nossa Senhora do Rosário, coberta de telhas, com 12 braças de comprimento por 7 de largura, ao lado da qual existia a casa da residência que acomodava o pároco e o diretor da vila. Isso nos determina o primeiro traçado urbano de Bragança, com uma representação onde havia também algumas ruas e duas praças, duas igreja, Casa de Câmara e Cadeia, dezenas de casas e uma população formada por colonos portugueses, açorianos e indígenas.

A existência de um local para a Casa da Câmara significa que já estava organizado um poder legislativo local, já que os agentes oficiais da Câmara pediram o auxílio de outro vigário para atender a população da freguesia no início de 1761, conforme os documentos do Arquivo Histórico Ultramarino. A leitura desse documento é importante ao retratar o papel da Igreja à época, concentrando esforços para os serviços religiosos, com o pároco (provavelmente de uma outra ordem religiosa que não a da Companhia de Jesus) e o diretor da Vila morando na mesma residência. O diretor era um funcionário do governo que substituiu o Principal quando os padres jesuítas foram expulsos das aldeias em 1757. Essa convivência de pároco e diretor pode suscitar uma aproximação melhor de interesses entre essas autoridades (civil e religiosa), contraditório ao que havia acontecido com os missionários jesuítas e os capitães.

Bragança então foi originada pela vila já constituída de Souza do Caeté após sua transferência de local para a margem esquerda do rio Caeté e a incorporação da Aldeia missionária de São João Batista como parte da cidade, que graças à sua posição geográfica privilegiada, entre Belém e São Luís, ganhou importância política e econômica. E só em 1854, através da resolução n.º 252, de 02 de outubro, a vila tornou-se cidade, por determinação do Presidente da Província, tenente-coronel Sebastião do Rego Barros, com o nome de Bragança.

Bragança já teve seu período áureo na história do Pará, quando da instalação em 03 de abril de 1908 da Estrada de Ferro de Bragança-Belém, cuja extinção, em 31 de dezembro de 1965, contribuiu para o declínio considerável da economia e do desenvolvimento da região e do município. Muitas marcas daquele período ainda se percebem na arquitetura bragantina e nas lembranças de muitas pessoas.

Toda a cultura exposta na história de Bragança se manifesta de forma mais completa na celebração da Festividade do Glorioso São Benedito, com a Marujada, fundada a 03 de setembro de 1798, maior contribuição de fé e cultura, de história e folclore do povo, em honra ao Santo Preto, iniciada pelos antigos escravos da vila, cujas datas principais são os dias que compreendem o período de 18 a 26 de dezembro, quando acontece a festa e a procissão solene.

Aliada a festa e não podendo dela ser desvencilhada, acontece a festa da Marujada, que reúne rituais coreográficos como a Roda, o Retumbão, o Chorado, a Mazurca (ou Mazunga), o Xote, a Valsa, o Arrasta-pé e a Contra-dança. O que o quotidiano nega àquelas pessoas o tempo da festa proporciona. Certa posição de superioridade perante os demais, dando mais ênfase aos humildes. É o binômio festa e dança que permite a recriação, pelos marujos e marujas, da sua identidade de grupo social dentro de um sistema mais abrangente que é o conjunto da sociedade. É pela festa e pela dança que a presença da Marujada, cada vez mais operante na vida bragantina e paraense, se recria e retoma o amplo aspecto de dominação que a gerou e o espírito que a sustentou durante os mais de duzentos anos de sua história, comemorados em 1998.

Estamos diante de manifestações de dança, reza, canto e louvores ao padroeiro de Bragança (ao lado de Nossa Senhora do Rosário) que correspondem a uma dualidade de aspectos culturais, religiosos e profanos dentro de um só contexto. Identificam-se, no catolicismo, que envolve apenas o ritual (e sob a égide da dominação), três formas de encontrar a homenagem e a volta às origens que fundamentam essa característica: a devoção, o prazer e a mescla desses dois amplos aspectos numa só manifestação folclórico-religiosa.

Os pontos mais visitados da cidade de Bragança no período são os ligados ao Centro Histórico e ao Largo de São Benedito. Todo o complexo, formado pela Igreja (construída por volta de 1753, de herança jesuíta, com traços barrocos na parte interna, abrigando a efígie de São Benedito, centro dos festejos da Marujada); Praça Fernando Guilhom, Prefeitura Municipal de Bragança (Palacete Augusto Corrêa, construção datada de 1902); Coreto Pavilhão Senador Antonio Lemos, trazido da Europa e montado em 1910, na administração do Intendente Antônio da Costa Rodrigues, no centro da Praça Antônio Pereira.”

Sobre Ajuruteua diz o historiador:

“Considerada uma das mais belas praias do litoral brasileiro, Ajuruteua, uma das mais belas praias do litoral paraense, a 36 km da sede, tendo como acesso estrada asfaltada, recebe a cada ano, nas férias de julho e outras datas, considerável número de turistas que vão curtir sua paisagem natural de manguezais e um agitado programa de veraneio. Com ela, destaca-se a Ilha de Canelas, santuário ecológico, na costa oceânica de Bragança, com acesso pelo Taperaçu Porto, à uma hora de barco. Abriga várias espécies de aves, com ênfase ao guará, que faz da ilha seu ninhal e as áreas de manguezal, ecossistema de transição entre ambientes terrestres e marinhos, característico de regiões tropicais costeiras, sujeito ao regime de marés. Todo o território já foi protegido pela criação da Reserva Marinha Caeté Taperaçu e ocupa o município como uma das maiores áreas de manguezal do mundo.”

Augusto Corrêa

Sobre Augusto Corrêa, em 1895, surge com nome de Urumajó, como um povoado de Bragança. Mas há referências a um início de ocupação da área em 1875, com a construção de uma capela. Em 1961 o distrito bragantino de Urumajó passa a ser um município, com nome de Augusto Corrêa (uma homenagem a uma liderança política local), por meio da Lei Estadual n.º 2460, de 29-12-1961, constituído pelos distritos de Urumajó, Emboraí e Itapixuna.

Pelo Decreto-lei n.º 164, de 23-01-1970, a sede do município que tinha a denominação de Urumajó passou a denominar-se Augusto Corrêa. Atualmente o município é constituído pelos distritos Augusto Corrêa (ex-Urumajó), Aturiaí, Emboraí e Itapixuna.

Na formação da população do município de Augusto Corrêa há elementos indígenas, quilombolas e mais tarde de migrantes nordestinos, em especial maranhenses e cearenses.


A seguir fotos de meus passeios por Bragança e Augusto Corrêa:

 

 



O Hotel onde fiquei nas duas ocasiões. Parte de fora e parte de dentro






Rio Caeté




Lua Cheia sobre o rio Caeté 




Estátua de São Benedito -Foto em 2021


                                                                                  Foto tirada em 2023









Coreto





Casarão antigo




Prédio antigo de escola





                                                                 Praia de Ajuruteua-2021 e 2023




















                                                 Restaurante Benquerença em Bragança









                                                                 Área de Mangue





Perimirim






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Márcio José Matos Rodrigues








domingo, 22 de janeiro de 2023

Uma Noite de Paz

 






Eu estava lendo uma revista de História neste último fim de semana e me deparei com uma interessante história. Um caso de confraternização de Natal em plena Segunda Guerra Mundial, em 1944. Não foi tão extensivo como no Natal de 1914 quando milhares de oponentes na guerra fizeram uma trégua para comemorarem o Natal. Foi algo bem mais reduzido, porém muito significativo. Bem, vamos lá com esta micro- história dentro da História!

Era dezembro de 1944. Os alemães estavam em situação dificílima na guerra. Os soviéticos já estavam empurrando as tropas nazistas para a Alemanha e em poucos meses estariam dentro da Alemanha. Na frente ocidental os alemães tinham sido sofrido várias derrotas, com os Aliados avançando em direção à Alemanha e na Itália somente o norte estava nas mãos dos nazi-fascistas. A aviação dos Aliados tinha já causado danos consideráveis à estrutura de produção do Terceiro Reich e a muitas cidades alemães. Foi então que Hitler ordenou uma grande contra-ofensiva que começou em 16 de dezembro de 1944, aproveitando o tempo ruim, impedindo o uso maciço da força aérea dos Aliados e também esses estavam com problemas de logística, o que atrasava a continuação do avanço. A intenção era causar um impacto profundo nas tropas inimigas e atingir Antuérpia, um importante porto por onde parte significativa do abastecimento dos Aliados estava chegando.

O ataque alemão deu-se então no inverno, pelas Ardenas, uma região florestal, que foi por onde os alemães fizeram uma forte penetração nas linhas franco-britânicas durante a grande ofensiva de 1940, que levou a França à rendição e à retirada britânica pelo canal da Mancha. Com o ataque em dezembro de 1944 começava a Batalha das Ardenas ou Batalha do Bulge.

Os alemães usaram um poderoso ataque blindado e causaram problemas sérios nas linhas Aliadas. Porém, os alemães careciam de combustível e de mais aviões, tendo que correr contra o tempo, pois se houvesse condições climáticas favoráveis para a aviação dos Estados Unidos e Grã-Bretanha, esta seria muito superior à alemã e se o combustível acabasse, os tanques não poderiam continuar atacando. Assim, de início, com a situação das forças aliadas muito espalhadas e sem esperar um ataque dessa magnitude, os alemães de início foram avançando. Mas já no fim de dezembro os Aliados foram se recuperando, conseguiram dar uma forte resposta aos atacantes e os alemães não atingiram seus objetivos principais. Foi nesse contexto da Batalha das Ardenas que se passa essa pequena história.

Uma mulher alemã, Elisabeth Vincken com seu filho Fritz, de 12 anos procuravam sobreviver em uma casa na floresta. Eles tinham vindo de Aachen, uma cidade alemã. O marido de Elisabeth tinha uma padaria. Em abril de 1944 aviões ingleses atacaram a cidade, causando muita destruição. A casa e a padaria da família Vincken foram bastante danificadas, porém a família não teve ferimentos e foi evacuada para fora da cidade. O pai foi chamado para trabalhar como cozinheiro em uma unidade do exército alemão. Para proteger sua família, ele levou sua esposa e filho para o interior da floresta das Ardenas, na área de fronteira entre a Alemanha e a Bélgica. Lá existia uma cabana de caça entre as árvores. Na véspera do Natal de 1944, Elisabeth e o filho estavam lá.

No dia 24 de dezembro, o dia amanheceu claro, sem nuvens, e a aviação dos Aliados aproveitou para fazer ataques devastadores sobre as tropas alemães. À noite a mãe e seu filho olhavam o céu e conversavam sobre o futuro, desejando o fim da guerra. Depois entraram na cabana para a ceia do Natal. Passado pouco tempo disso, os dois ouviram batidas na porta. Assustada, a mãe apagou as velas. Mãe e filho abriram a porta e viram dois soldados do exército dos Estados Unidos. Um deles apontou para um terceiro deitado no chão cheio de neve e ferido. O que fazer? Elisabeth e seu filho ao perceberam que eram soldados de um exército inimigo ficaram inicialmente em silêncio. Mas viram que os soldados não forçaram a porta e, tomando coragem, Elisabeth deixou-os entrar, mesmo sabendo que a lei alemã não permitia e punia com a morte quem escondesse soldados considerados inimigos pelo governo. Todos os três soldados eram muito novos.

Ao entrarem os soldados, um deles falava francês e Elisabeth também, o que possibilitou uma comunicação. Segundo contou o soldado, eles tinham se perdido na floresta e estavam andando por três dias, procurando se esconder até poderem se juntar à unidade de seu próprio exército. Elisabeth disse ao filho para colocar mais batatas no fogo que foram misturadas a “Hermann”, um galo que foi preparado para ser servido naquela ceia de Natal. Os soldados disseram seus nomes, depois foram para um quarto onde o ferido descansava e a mesa foi sendo arrumada pelo menino para a ceia. Foi então que mãe e filho ouviram fortes batidas na porta da cabana. Seriam outros norte-americanos perdidos? O menino Fritz abriu a porta e aí o espanto. Eram quatro soldados alemães! O que fazer agora, já que do lado de fora estavam os alemães e dentro os americanos?

Elisabeth atendeu os soldados alemães e os cumprimentou com um “Feliz Natal”. Os soldados retribuíram o cumprimento. Um deles, um cabo, disse que estavam perdidos e pediu abrigo para eles até o dia amanhecer. Calmamente, embora interiormente preocupada, Elisabeth concordou, disse que eles poderiam jantar e descansar. E os avisou que já tinha convidados e disse que eram soldados do outro exército. Porém, com voz firme e séria disse: “É véspera de Natal e não haverá nenhum tiro aqui”. E destacou: “Nesta noite de Natal todos devem esquecer a matança”.

O cabo ficou olhando para ela espantado e em silêncio. E ela disse então: “Chega de falar”, batendo palmas. E continuou: “Por favor, coloquem suas armas aqui na pilha de lenha, e se apressem para comer o jantar!” Talvez lembrando de suas mães nas noites de Natal, os soldados alemães colocaram suas armas sobre a pilha de lenha ao lado da porta. Em francês ela falou com Jim, o soldado do exército dos Estados Unidos que falava esta língua. Disse que eles tinham de entregar também suas armas. E eles obedeceram. Feito isso, ela foi terminar o jantar. Um dos alemães, que tinha estudado medicina comentou sobre a ferida do soldado ferido e disse que o frio ajudava a não infeccionar o ferimento. Os soldados alemães eram também muito jovens. Dois deles tinham 16 anos. O cabo era o mais velho, com 23 anos. Foi ele que tirou de seu saco de comida uma garrafa de vinho.

Elisabeth agradeceu a Deus pela ceia e lacrimejando disse: “Vamos agradecer ao Senhor por essa noite. Vamos aproveitar o jantar, as pequenas coisas que temos. Vamos também rezar pelo fim desta terrível guerra, para que todos possamos ir para casa o mais rápido possível. Feliz Natal”. O menino que contou toda essa história quando adulto viu lágrimas nos olhos dos soldados de ambos os exércitos. O soldado ferido pegou sua Bíblia e leu uma passagem e comentou que ao menos naquela noite haveria paz na guerra. Todos se mostraram de acordo e compartilharam aquele jantar. Depois de comer todos foram dormir. De manhã o cabo alemão deu uma dica para os soldados americanos para poderem voltar para suas linhas e para evitarem as tropas alemães em uma vila próxima. Elisabeth devolveu as armas a todos quando saíram. Os soldados dos dois lados se cumprimentaram e foram embora.

A família Vincken sobreviveu à guerra. O marido faleceu em 1963. Elisabeth em 1966. Fritz foi para o Canadá em 1958 e depois foi para os Estados Unidos, indo morar no Havaí. Ele passou anos tentando achar os soldados daquela véspera de Natal. Um dia ele contou o que aconteceu para a revista Reader’s Digest e depois para um emissora de TV em 1995, em um programa chamado Mistérios não resolvidos. Depois disso, familiares de Ralph Henry Blank, um veterano da Segunda Guerra Mundial, ligaram para a emissora. Ralph tinha contado essa mesma história para várias pessoas. Em janeiro de 1996 Fritz e Ralph se encontraram em Maryland, nos Estados Unidos. Ralph disse a Frtiz que Elisabeth tinha sido um anjo que abençoara o Natal de todos naquela noite. Depois Fritz se encontrou com mais um outro soldado norte-americano sobrevivente e que participou daquele jantar. Não conseguiu contato com nenhum dos alemães, mesmo a história tendo sido conhecida em vários países.

O soldado Ralph Henry Blank  faleceu aos 79 anos em 1999. Fritz Vincken faleceu no dia 10 de janeiro de 2002, aos 69 anos, na cidade de Salem, Oregon

Esta história foi contada também no filme “Uma Noite Silenciosa” (https://filmow.com/uma-noite-silenciosa-t91232/).

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

 

Figura:

https://www.google.com/search?sxsrf=AJOqlzWYUuecQnrytfSTvfrKWAWm_DmSPQ:1674438773303&q=imagem+de+ardenas+na+segunda+guerra+mundial&tbm


quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

O escritor francês Sthendall

 





                                                                        




Em 23 de janeiro de 1783, nascia o escritor e redator de jonais Marie-Henri Beyle, em Grenoble, França. Ficou conhecido com Sthendal. Seu pai era Querubim Beyle e sua mãe Henriette Gagnon. Sua irmã era Pauline Beyle. Escreveu romances como O Vermelho e o Negro, A Cartuxa de de Parma e o inacabado Lucien Leuwen. Foi um dos maiores romancistas franceses do século XIX  como Flaubert, Vitor Hugo, Balzac e Zola. Nos seus romances, considerados como de características psicológicas, os personagens estão em conflitos entre suas intenções verdadeiras e as máscaras sociais que adotam em busca de seus objetivos. Os personagens mesmo desprezando convenções da sociedade burguesa, precisam se adaptar ao contexto. Os estilos do autor são o romantismo e  o realista.

Como características do seu estilo literário podem ser citadas: Valorização dos sentimentos e paixões dos personagens; Valorização dos aspectos psicológicos dos personagens; Valorização do prazer (hedonismo);  Recursos literários para analisar a sociedade; Estilo seco.

Em 1789 a mãe de Stendhal morre. Ele tinha seis anos e passa a ser criado pelo pai e pela tia. A morte da mãe o afeta fazendo-o a ter uma inclinação para a solidão e a se distanciar do pai. Ele não aceita as qualidades da monarquia e da religião que sua família queria lhe fazer crer. Logo alimenta desejo de sair de sua cidade natal. Torna-se republicano e se alegra com a execução do rei e com a breve prisão de seu pai. Foi aluno da Escola central de Grenoble a partir de 1796 e ganhou o primeiro prêmio de matemática em 1799. Não conseguiu ir fazer a prova de acesso para entrar como aluno na Escola Politécnica em Paris porque estava doente. Pierre Daru, com parentesco distante, o apoia e graças a essa proteção Stendhal inicia seu trabalho no ministério de Guerra. Ele tinha um sonho de se tornar um dramaturgo.

Em 1800, como auxiliar do general Michaud, vai para a Itália. Fica entusiasmado pela paisagem e arte deste país. Mas desiludido com o Exército, sai em 1801. Passa a frequentar salões e teatros parisienses e se apaixonar por algumas mulheres, assim como começa a ter ambições na área da literatura, porém nessa época ainda sem sucesso. Sua vida econômica estava mal e graças a Daru pode ingressar em um posto como intendente militar em Brunswick, lá ficando entre 1806 e 1808. Torna-se um grande admirador do imperador Napoleão, tendo cargos oficiais e participado em campanhas do exército napoleônico.

Após o fim da Era Napoleônica, Stendhal foi para em Milão, morando nessa cidade de 1817 a 1821 e conheceu várias cidades italianas. Aproximou-se de liberais milaneses e de integrantes do movimento nacionalista carbonário. Estudou artes e música. Seus primeiros livros de crítica de arte foram publicados sob o pseudônimo de L. A. C. Bombet. Escreveu em 1817 Roma, Nápoles e Florença, no qual a crítica é misturada com recordações pessoais. Passa a usar o pseudônimo de Stendhal. Teve de abandonar Milão em 1821, porque o governo austríaco o acusou de apoiar o movimento de independência da Itália. Foi então para Londres e depois para Paris, onde passou a ter boa frequência nos salões e tinha rendimentos ligados à colaborações em revistas literárias inglesas. Publicou a obra Sobre o amor, que era um ensaio com base em grande parte nas experiências pessoais do autor. Nessa obra mostrava ideias avançadas para a época, como a sua teoria da cristalização.

Com sua obra Vida de Rossini e duas partes de Racine e Shakespeare, um manifesto autêntico do romantismo, Stendhal vai se tornando mais conhecido como escritor. Teve um caso sentimental com a atriz Clémentine Curial, que foi até 1826. Depois viajou para a Inglaterra e Itália, tendo escrito sua novela Armance. Mal das finanças e sem ainda se firmar bem como escritor de sucesso, tentou um posto na Biblioteca Real, sem conseguir. O seu protetor, conde Daru, faleceu em 1829. Stendhal nesse tempo estava sem recursos financeiros. Mas superou as dificuldades, tendo conseguido o cargo de consul em Trieste e depois em Civitavecchia, ao mesmo tempo que se dedicou a escrever, até que publica em 1830 sua crônica analítica da sociedade francesa na época da Restauração e considerada sua primeira obra-prima: O Vermelho e o Negro. O escritor com essa obra relata as contradições da emergente sociedade de classes, fazendo uma análise psicológica das personagens, com uma narração de estilo direto e objetivo.

A obra A Cartuxa de Parma foi publicada em 1839, de estilo mais novelesco que a obra anterior. Constitui-se uma confissão poética muito sincera por sua espontaneidade. Obra elogiada pelo escritor Balzac.

Nas duas obras percebe-se um novo tipo de heroi, moderno, que tem como características o seu isolamento da sociedade e o seu confronto com as suas convenções e ideais, refletindo aspectos pessoais de Stendhal.

Em 1837 Stendhal escreve Napoleão. Nessa obra são descritos momentos de destaque da vida do general Bonaparte. O autor disse, na época que  escreveu a obra, que havia carência de registros sobre o período da carreira militar do general e também o autor era um admirador dele. No livro o foco principal é a guerra na Itália e a ascensão militar de Napoleão entre 1796 e 1797.

O escritor morreu de um AVC em 23 de março de 1842 em Paris, aos 59 anos, em uma rua, sem ter concluído sua obra Lamiel, publicada anos depois de sua morte.

Stendhal tinha dito que o reconhecimento de sua obra se daria muito depois de sua morte, o que realmente aconteceu, aproximadamente 50 anos depois dele ter falecido.

 

  Frases de Sthendal:

 

"Já vivi o suficiente para ver que a diferença causa o ódio."

 

 "Só há uma lei no amor; fazer feliz a quem se ama."

 

“O amor é uma flor delicada, mas é preciso ter coragem de ir colhê-la à beira de um precipício.”

  

“A coragem consiste em escolher o mal menor, por mais que ele ainda possa ser.”

 

“Eu só tenho realmente valor em certos momentos de exaltação.”

 

“O homem que não amou apaixonadamente, ignora a metade mais formosa da existência.”

 

“O que torna a dor do ciúme tão aguda é que a vaidade não pode ajudar-nos a suportá-la.”

 

“O escritor precisa de quase tanta coragem como o guerreiro; um não deve preocupar-se mais com os jornalistas do que o outro com o hospital.”

 

“Honro com o nome de virtude o hábito de praticar ações penosas e úteis aos outros.”

 

“Um romance é como um arco de violino, a caixa que produz os sons é a alma do leitor.”

 

“As alegrias do amor são sempre proporcionais ao medo de as perdermos.”

 

“Quanto mais forte é um caráter, menos sujeito está à inconstância.”

 

“A beleza é apenas a promessa da felicidade.”

 

“O amor é um sentimento tão delicioso porque o interesse de quem ama confunde-se com o do amado.”

 

“A presença do perigo confere gênio ao homem sensato.

 

“Podemos conhecer tudo, salvo a nós próprios.”

 

“Investe-se maior paixão para obter o que se não tem, do que para conservar o que já se tem.”

 

“O ideal é um poderoso bálsamo que duplica a força dos homens de gênio e mata os fracos.”

 

“O medo nunca está no perigo, mas em nós.”

 

“O despotismo impressiona pela estupidez do estilo.”

 

“Os homens só se compreendem uns aos outros na medida em que os animam as mesmas paixões.”

 

“Quando se está preso, o pior é não poder fechar-se a porta.”

 

“Chamo caráter de um homem à sua maneira habitual de ir à caça da felicidade.”

 

“O amor é como a febre, nasce e extingue-se sem que a vontade tome minimamente parte nele.”


"O amor é a única paixão que se paga com uma moeda que ela mesmo fabrica.”

 

“Saber que um rival é amado já é bastante cruel, mas receber a confissão do amor que ele inspira feita pela própria mulher que se ama é sem dúvida o cúmulo do sofrimento.”

 

Para que um bom relacionamento possa continuar de modo agradável, é preciso não apenas suspeitar prudentemente como ocultar discretamente a suspeita.”

 

“Basta um grão muito pequeno de esperança para que nasça o amor!”

 

“A lembrança do que perdemos parece sempre superior ao que podemos esperar do futuro.”

 

“Um bom livro é um evento na minha vida.”

 

"Só a imaginação escapa sempre à saciedade."

 

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História.


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