domingo, 30 de abril de 2023

A Greve Geral de 1917 no Brasil

 








Dia primeiro de maio é comemorado o Dia do Internacional do Trabalhador. E, devido a isto, resolvi escrever um artigo sobre a Greve Geral de 1917 ocorrida em julho de 1917 nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e no Estado do Rio Grande do Sul. A greve foi organizada pelo movimento anarquista presente no meio operário e contando com apoio da imprensa libertária.  Envolveu principalmente operários de indústrias, mas também camponeses e trabalhadores rurais. A maior manifestação foi na cidade de São Paulo. As principais reivindicações eram em torno de direitos trabalhistas, diminuição da jornada de trabalho, melhores condições de trabalho e fim da exploração de menores. Na ocasião da greve estava acontecendo a Primeira Guerra Mundial.

 A politização do operariado brasileiro no inicio do século XX deu-se em grande parte graças à influência de trabalhadores imigrantes italianos e espanhóis. Os imigrantes italianos que na segunda metade  do século XIX tinham vindo trabalhar no campo e na província (depois Estado) de São Paulo sofreram muito com a exploração de fazendeiros e parte deles conseguiu ir para a capital São Paulo. Lá esses imigrantes passaram a contestar também a exploração nas fábricas, com jornadas de muitas horas e salários baixos e com o desumano trabalho infantil. Trabalhadores imigrantes italianos, espanhóis e portugueses entraram em contato entre si e com líderes dos movimentos de  trabalhadores brasileiros. Assim foram fundadas organizações e sindicatos para lutar por direitos dos trabalhadores.

Integrantes das camadas econômicas dominantes do Brasil começaram a encarar como perigosas as organizações do movimento operário. Assim, esses poderosos passaram a usar um discurso nacionalista contra os trabalhadores estrangeiros. Autoridades brasileiras afinadas com os empresários e também a mídia ligada a esses interesses se moveram contra os movimentos dos trabalhadores. Em 1906 o futuro presidente do Brasil, Washington Luís, que era secretario da segurança pública do Estado de São Paulo, combateu com rigor a Greve Geral de 1906.

O movimento anarcossindicalista, que existia também em países europeus, no Brasil mobilizou trabalhadores na luta por direitos, fundou sindicatos, creches, escolas de orientação libertária e jornais. A greve geral para os líderes anarquistas era defendida junto a trabalhadores rurais e urbanos como uma forma de luta por melhores condições de vida e libertação em relação às camadas que dominavam economicamente e politicamente a sociedade brasileira.

Na época que houve a greve de 1917 a luta era por resultados imediatos (melhores condições de trabalho e melhores salários) e existiam outros objetivos entre as lideranças anarquistas que eram mais abrangentes e ligados ao fim do capitalismo e à mudança para uma sociedade sem classe sociais. As manifestações dos trabalhadores aconteciam mais na cidade de São Paulo porque era a cidade mais industrializada do país. Em 1907 houve nessa cidade uma greve por oito horas de trabalho por dia,  direito à férias , proibição do trabalho noturno para as mulheres, proibição do trabalho infantil, aposentadoria etc. Várias categorias de trabalhadores aderiram e além de São Paulo a greve chegou até as cidades paulistas de Santos, Ribeirão Preto, Campinas e outras.

A Primeira Guerra Mundial afetou o Brasil, pois principalmente a partir de 1915 ele tornou-se um importante exportador de alimentos para países da Tríplice Entente (formada por França, Inglaterra e Rússia, tendo a mesma saído da guerra em 1917 e os Estados Unidos entraram como país aliado de França e Inglaterra). A quantidade de alimentos para consumo dos brasileiros diminuiu, porque a prioridade era a exportação. Assim os preços dos alimentos aumentaram para o consumo interno. Os preços aumentavam muito mais que os salários. O movimento contou com 70 mil participantes e foi criado para defender a greve o Comitê de Defesa Proletária. Edgard Leuenroth foi um dos principais porta-vozes.

Segundo Edgard Leuenroth:

…a greve geral de 1917 não pode, de maneira alguma, ser equiparada sob qualquer aspecto que seja examinada, com outros movimentos que posteriormente se verificaram como sendo manifestações do operariado. Isso não, absolutamente não! A greve geral de 1917 foi um movimento espontâneo do proletariado sem a interferência, direta ou indireta, de quem quer que seja. Foi uma manifestação explosiva, conseqüentemente de um longo período da vida tormentosa que então levava a classe trabalhadora. A carestia do indispensável à subsistência do povo trabalhador tinha como aliada a insuficiência dos ganhos; a possibilidade normal de legítimas reivindicações de indispensáveis melhorias de situação esbarrava com a sistemática reação policial; as organizações dos trabalhadores eram constantemente assaltadas e impedidas de funcionar; os postos policiais superlotavam-se de operários, cujas residências eram invadidas e devassadas; qualquer tentativa de reunião de trabalhadores provocava a intervenção brutal da Policia. A reação imperava nas mais odiosas modalidades. O ambiente proletário era de incertezas, de sobressaltos, de angústias. A situação tornava-se insustentável.

Foi nesse contexto que começou a  Greve Geral de 1917, na cidade de São Paulo. Os grevistas foram atacados em São Paulo em 9 de julho por uma força da cavalaria diante dos portões da fábrica Mariângela, no Brás, morrendo o imigrante anarquista espanhol José Martinez. Uma multidão compareceu ao seu funeral. Logo após esses fatos os operários em duas fábricas têxteis do grupo industrial de tecidos de algodão Rodolfo Crespi iniciaram uma greve. Servidores públicos aderiram e trabalhadores de toda a cidade passaram a participar, espalhando-se por outras cidades brasileiras. A inspiração eram as ideias anarquistas e socialistas. Vários líderes imigrantes espanhois e italianos participaram ativamente. Havia a participação de sindicatos por ramos e ofícios, as ligas e uniões operárias, as federações estaduais e a Confederação Operária Brasileira (de tendência anarquista).

Edgard Leuenroth sobre tais fatos relatou:

"O enterro dessa vitima da reação foi uma das mais impressionantes demonstrações populares até então verificadas em São Paulo. Partindo o féretro da Rua Caetano Pinto, no Brás, estendeu-se o cortejo, como um oceano humano, por toda a avenida Rangel Pestana até a então Ladeira do Carmo em caminho da Cidade, sob um silencio impressionante, que assumiu o aspecto de uma advertência. Foram percorridas as principais ruas do centro. Debalde a Policia cercava os encontros de ruas. A multidão ia rompendo todos os cordões, prosseguindo sua impetuosa marca até o cemitério. À beira da sepultura revezaram os oradores, em indignadas manifestações de repulsa à reação (…) No regresso do cemitério, uma parte da multidão reuniu-se em comício na Praça da Sé; a outra parte desceu para o Brás, até à rua Caetano Pinto, onde, em frente à casa da família do operário assassinado, foi realizado outro comício."

                                                                                                 

Os pontos que o movimento grevista decidiu divulgar em 11 de Julho de 1917 foram:  

1. - Que sejam postas em liberdade todas as pessoas detidas por motivo de greve;

2. - Que seja respeitado do modo mais absoluto o direito de associação para os trabalhadores;

3. - Que nenhum operário seja dispensado por haver participado ativa e ostensivamente no movimento grevista;

4. - Que seja abolida de fato a exploração do trabalho de menores de 14 anos nas fábricas, oficinas etc.;

5. - Que os trabalhadores com menos de 18 anos não sejam ocupados em trabalhos noturnos;

6. - Que seja abolido o trabalho noturno das mulheres;

7. - Aumento de 35% nos salários inferiores a $5000 e de 25% para os mais elevados;

8. - Que o pagamento dos salários seja efetuado pontualmente, cada 15 dias, e, o mais tardar, 5 dias após o vencimento;

9. - Que seja garantido aos operários trabalho permanente;

10. - Jornada de oito horas e semana inglesa;

11. - Aumento de 50% em todo o trabalho extraordinário.

Consequências:

Em São Paulo houve aumento de 20% no salário, direito de associação e a não demissão das pessoas que participaram da greve e a possibilidade de serem analisadas pelos patrões outras exigências dos trabalhadores. O movimento operário teve reconhecimento, os patrões passaram a ter uma consideração em suas decisões que não tinham antes a respeito dos operários. No dia 16 de julho a greve acabou.

 

Segundo a autora Clara Ribeiro:

“No ano de 1917 o mundo estava enfrentando a Primeira Guerra Mundial, trazendo destruição e estragos econômicos e sociais nos países europeus. Ademais, havia a ascensão no poder por comunistas na Rússia. 

No Brasil, a realidade era uma séria instabilidade econômica por conta da falta de alimentos e aumento da inflação. Dessa forma, as fábricas brasileiras começam a abrir atraindo pessoas do campo que procuravam melhores condições de vida. 

Entretanto, as condições de trabalho nas fábricas eram terríveis, visto que não existia legislação trabalhista, as jornadas de trabalho podiam durar 16 horas diárias, assim como mulheres e crianças eram sujeitados a trabalhos pesados. 

Greve Geral de 1917 – Movimento Operário

Até 1906 só havia uma instituição de nível nacional até que foi criada a chamada Confederação Operária Brasileira, por iniciativa dos sindicatos do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia. 

Todavia, existia as Sociedades de Socorro Mútuo e Caixas Beneficentes com objetivos sociais. Através delas eram garantidos que seus membros recebessem assistência médica e indenização em caso de acidente de trabalho. Contudo, a história começa a mudar com a chegada de imigrantes europeus para trabalharem nas fábricas, sobretudo italianos e espanhóis, que trouxeram contigo princípios socialista e de cunho organizacional. 

Por conta disso, eles buscavam demonstrar a necessidade da organização e movimentação por parte dos operários em busca de direitos trabalhistas. 

Greve Geral de 1917 – Como começou?

A primeira paralisação ocorreu no bairro da Mooca na cidade de São Paulo na fábrica Crespi que tinham ao menos 2000 trabalhadores. Os funcionários pediam aumento de salário, diminuição da jornada de trabalho, fim do trabalho infantil e do trabalho feminino nos turnos noturnos. 

Outras fábricas da região passam a aderir as movimento, além de comícios em realizados pela cidade inspirados por ideias anarquistas e socialistas. 

Cria-se então um Comitê de Greve em 8 de julho de 1917, entretanto, há uma forte repressão por parte da polícia, que ocasionou o assassinato do sapateiro espanhol José Martinez.”

Segundo a Professora de História Juliana Bezerra:

“A Greve Geral de 1917 foi um movimento provocado pelos operários e comerciantes de São Paulo nos meses de junho e julho.

Os trabalhadores pediam melhores condições de trabalho e aumento de salário. Depois de cinco dias de paralisação geral, os grevistas tiveram suas reivindicações atendidas.

Contexto Histórico

No final do século 19, com a Segunda Revolução Industrial, o operariado de países como Inglaterra, Espanha e Alemanha, organiza-se para pressionar os patrões garantirem condições dignas de trabalho.

Porém, nem sempre os problemas eram resolvidos de forma pacífica. Como exemplo temos a Semana Trágica de Barcelona, 1909, quando os operários em greve foram massacrados pelo governo.

Em 1917, o mundo vivia a Primeira Guerra Mundial que fazia estragos econômicos e sociais nos países europeus. Igualmente, assistia a tomada do poder por socialistas e comunistas, na Rússia.

Por sua vez, o Brasil vivia um período de instabilidade econômica provocada pela escassez de alimentos e, consequentemente, de inflação.

As primeiras fábricas, no Brasil, começaram a abrir atraindo camponeses que buscavam na cidade melhores oportunidades de salário e vida. As condições de trabalho nessas fábricas eram as piores possíveis. Não havia legislação trabalhista, as jornadas duravam até 16 horas por dia, mulheres e crianças realizavam trabalhos pesados e as questões laborais eram resolvidas com a polícia.”

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História.

 

Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+da+greve+geral+de+1917+no+brasil&hl=en&sxsrf=APwXEdcf5uJlY60aNq6A3tMR1bo62Rbw3g%3A






sábado, 22 de abril de 2023

O Carimbó-Parte 2

 

Continuando sobre o Carimbó, a seguir mais duas grandes figuras do Carimbó:

Pinduca e Dona Onete:

 

1-Pinduca:





O cantor e compositor brasileiro Pinduca, cujo nome é Aurino Quirino Gonçalves,nasceu em Igarapé-Miri, no Pará, em 4 de junho de 1937. É chamado de “Rei do Carimbó”. Criou ritmos como o Sirimbó e o Lári-Lári. Em suas composições, misturou referências de musicas típicas da América central, asim como das Guianas e Suriname. Ele tem misturado ritmos destes locais  ao Carimbó Raíz, cujas grandes figuras simbólicas são Mestre Verequete (considerado o primeiro Rei do Carimbó) e o Grande Mestre Lucindo (Rei do Carimbó da região do Salgado paraense). A forma de se vestir de Pinduca em suas apresentações tem influências caribenhas, como o uso de um grande chapéu, uma espécie de sombreiro, repleto de pequenos adereços tropicanos.

Seu pai era o professor de música José Plácido Gonçalves, falecido no dia 06/09/1997 com 103 anos. Sua mãe era Luzia Tereza de Oliveira Gonçalves. O casal teve 13 filhos: 9 homens e 4 mulheres.

Aos 14 anos Pinduca começou sua carreira musical como pandeirista. Em uma ocasião, ele tocou a alvorada, durante as comemorações da festa de Nossa Senhora do Rosário, abrindo os festejos às 5 horas no coreto da praça na vila de Maiauatá, que pertence à Igarapé-Miri. Era costume os conjuntos musicais tocarem instrumentos acústicos, com todos os músicos sentados ao redor do cantor. Mas ele começou a dançar, enquanto tocava suas maracás. Foi um sucesso. Tempo depois, autorizado por seu pai, Pinduca foi para o município de  Abaetetuba. Lá ele participou da Orquestra Brasil. Estava com 16 anos. Em Belém, participou da Orquestra de Orlando Pereira, como baterista, tendo completado a idade para se alistar, foi servir o Exército e depois foi fazer carreira na Polícia Militar do Pará, tendo chegado a Tenente Mestre da Banda de Música da PM.

Em 1957 Pinduca formou sua banda e por essa época ele organizou a decoração dos chapéus de palha que seriam utilizados na apresentação de uma quadrilha de festa junina, colocando neles, nomes caipiras, como: Tio Bené, Nhô Zé, entre outros. Ele tinha o apelido de Noca, mas escolheu um chapéu com o nome de Pinduca e desde então passou a ser chamado de Pinduca. Em 1973 Pinduca gravou seu primeiro disco, tendo vendido 15 mil cópias, com discos vendidos em outros Estados além do Pará, como Amazonas e Bahia. Ele passava a ficar famoso no Brasil.

Pinduca é casado a 40 anos com Deuzarina Santos Gonçalves. Eles tem 6 seis filhos e 7 netos. Quatro dos filhos dele participam de sua banda. Ele ganhou a Ordem do Mérito Cultural (2005) e foi indicado ao Grammy Latino de 2017 por seu album No Embalo do Pinduca . Seguindo as tendências da indústria cultural brasileira, ele e outros músicos mais atuais do Pará transformaram alguns Carimbós Pau e Corda do interior do Estado paraense em ritmos prontos para serem consumidos e vendidos pela indústria radiofônica.

Pinduca, atendendo às demandas da indústria cultural brasileira, fez parte de uma geração de músicos que transformaram alguns Carimbós Pau e Corda do interior do Estado paraense em ritmos prontos para serem consumidos e vendidos pela indústria radiofônica. O cantor é conhecido no Estado do Pará por seu contato com os músicos carimbozeiros-raiz, ressignificando as composições do Carimbó Pau e Corda.

Álbuns gravados em estúdio: 1973 - Carimbó e sirimbó do Pinduca (Beverly Som e Eletrônica LTDA); 1974 - Carimbó e sirimbó no embalo do Pinduca v.2 (Beverly Som e Eletrônica LTDA); 1974 - Carimbó e sirimbó no embalo do Pinduca v.3 (Beverly Som e Eletrônica LTDA); 1975 - Carimbó e sirimbó no embalo do Pinduca v.4 (Beverly Som e Eletrônica LTDA); 1976 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.5 (Som Indústria e Comércio S/A); 1977 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.6 (Beverly Som e Eletrônica LTDA); 1978 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.7 (Som Indústria e Comércio S/A); 1979 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.8 (Som Indústria e Comércio S/A); 1980 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.9 (Som Indústria e Comércio S/A); 1981 - Pinduca no embalo do carimbó e sirimbó v.10; 1982 - Pinduca v.11;1983 - Pinduca O Rei do Carimbó v.12; 1984 - Pinduca o Rei do Carimbó v.13; 1985 - Pinduca o Rei do Carimbó, Eu Faço o Show; 1986 - Pinduca v.15; 1987 - Pinduca O Criador da Lambada;1988 - Pinduca Apresenta Kizomba; 1989 - Pinduca Na Onda do Surubá;1993 - Pinduca Na Explosão Do Carimbó (BMG); 1997 - Pinduca Na base do Xengo Xengo; 2003 - Pinduca Sempre;2005 - Pinduca: ao Vivo; 2007 - Pinduca 40 anos de Sucesso ;2009 - Pinduca Vol.33

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Letra de música-Pinduca

Simbora!

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Braço pra cima, braço pra baixo
Agora eu já sei como é que é
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Braço pra cima, braço pra baixo
Agora eu já sei como é que é
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Braço pra cima, braço pra baixo
Agora eu já sei como é que é
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Dona Maria, que dança é essa
Que a gente dança só?
Dona Maria, que dança é essa?
É carimbó, é carimbó

Braço pra cima, braço pra baixo
Agora eu já sei como é que é
Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Só falta bater a mão
Batendo também o pé
Só falta bater a mão
Batendo também o pé

Só falta bater a mão
Batendo também o pé...

 

Para ver: Pinduca-Dança Do Carimbó (pinduca rei do carimbó)

https://www.youtube.com/watch?v=_wCYqiG0Goo

 

2- Dona Onete:

 

 



Ionete da Silveira Gama é uma cantora e compositora brasileira, nascida em 16 de junho de 1939 em Cachoeira do Arari, Ilha do Marajó, no Pará e passou anos de sua infância na capital Belém e depois foi o para o município de Igarapé-Miri. Foi professora de História por 25 anos e de Estudos Paraenses. Também foi Secretária de Cultura e fundadora de grupos de danças folclóricas e agremiações carnavalescas em Igarapé- Miri, sendo considerada a “Diva do carimbó chamegado". 

Aos 62 anos, já aposentada, Dona Onete estava certa vez cantando sozinha e um grupo de Carimbó estava ensaiando nas proximidades. Membros do conjunto ficaram curiosos, mas não se interessaram no momento ao verem se tratar de uma senhora com mais de 60 anos. Mas dois dias depois outro grupo fez convite para ela ser uma das vocalistas. A partir daí ela fez parte de grupos folclóricos como o Raízes do Cafezal e grupo pop regional Coletivo Radio Cipó. No cinema ela interpretou uma cantora de carimbó no filme Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios. Também se destacou na série de espetáculos Terruá Pará, com a presença de artistas da música paraense, promovida pelo governo do Pará.

O primeiro CD foi gravado por ela com o nome Feitiço Caboclo, em 2012. Ela cintinua a compor, tendo já mais de 300 composições (boleros e outras de carimbó chamegado). Empresas ligadas à música, de outros países como Portugal, França e Inglaterra já demonstraram interesse pelas músicas de Dona Onete. Em 2016 foi lançado o CD Banzeiro, com músicas inéditas. Nesse mesmo ano ela fez sua primeira turnê nos Estados Unidos, com cinco shows, o último em Nova York. Uma de suas músicas "Boto Namorador”, se destacou na novela Força do Querer, da Rede Globo. As músicas "Jamburana" e "Feitiço Caboclo" já também fizeram parte das músicas de novelas da Globo. Ela também participou de programas na Globo e para emissoras de Tv e rádios de outros países, como por exemplo, dois shows na BBC de Londres.

Dona Onete foi capa da revista Songlines, a maior revista especialista em world music do mundo, em 2017, ano em que fez sua quarta turnê pela Europa, em países como Alemanha, Holanda e França. E nesse ano também foi foi nomeada para a Ordem do Mérito Cultural. A Associação Paulista de Críticos de Arte escolheu o disco dela Rebujo como um dos 25 melhores álbuns brasileiros do primeiro semestre de 2019. Também houve a participação de Dona Onete em dois álbuns da cantora paraense Gaby Amarantos.

Cds gravados: Feitiço Caboclo (2012);Banzeiro (2016)Flor da Lua [Live] (2018)Rebujo (2019).

 

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No Meio do Pitiú

Canção de Dona Onete


Letra da música

A garça namoradeira
Namora o malandro urubu
Eles passam a tarde inteira
Causando o maior rebu

Na doca do Ver-o-Peso
No meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú

Eu fui cantar carimbó
Lá no Ver-o-Peso
Urubu sobrevoando
Eu logo pude prever
Parece que vai chover
Parece que vai chover
Depois que a chuva passar
Vou cantar carimbó pra você

No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú

Urubu malandro
Foi passear lá no Marajó
Comeu de tudo
Mas vivia numa tristeza só
Urubu lhe perguntou
O que se passa, compadre?
Tô com saudade da minha branca
Do Ver-o-Peso, da sacanagem
Lá eu sou pop star
No meio da malandragem
Fico bem na foto
Na entrevista e na reportagem

No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú

Alô, pessoal da Pedra! Alô, os barqueiros
Todas as pessoas que trabalham
Com esse peixe maravilhoso do meu Pará
Que tem esse nome tão bonito
Dessa Pedra do Ver-o-Peso!
Pitiú dos nossos peixes, da água doce!)

No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú
No meio do Pitiú, no meio do Pitiú

Vídeos

Dona Onete - No Meio do Pitiú (VIDEO)

https://www.youtube.com/watch?v=CkFpmCP-R04

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

 

 Figura1: https://www.google.com/search?q=imagem+de+pinduca+rei+do+carimb%C3%B3&sxsrf=APwXEdfuB3HEhWccSACWY4C2By-uVNUw7A%3A1682213959486&ei=

Figura2:

https://www.google.com/search?sxsrf=APwXEdfgTF-AZlXtlHWnn6OmsEXHYhMkgQ:1682214009716&q=Imagem+de+dona+onete&tbm=isch&source=univ&fir=

 








sexta-feira, 14 de abril de 2023

O Carimbó -Parte 1

 






 

Sou paraense,e, como tal, quis escrever um artigo sobre o Carimbó, que é definido atualmente como um conjunto musical que envolve o uso de  instrumentos como os tambores (carimbós), onça (nome dado para a cuíca), reco-reco (instrumento dentado feito de bambu), viola e outros e mais a dança. O termo “Carimbó”, conforme o Glossário Paraense de Vicente Chermont de Miranda, publicado em 1905, seria um “tambor feito de madeira oca e coberto, em uma de suas extremidades, por um couro de veado”. A definição serve na atualidade como explicação do formato do instrumento com suas características principais. Há nos dias atuais uma variante musical que é o “carimbo eletrônico”, que utiliza uma bateria eletrônica e guitarras, em vez de marcação rítmica com os tradicionais tambores.

Segundo a Professora licenciada em Letras Márcia Fernandes:

“O Carimbó é uma dança de roda típica do nordeste do Pará, estado da Região Norte do Brasil, popular entre os nortistas e nordestinos.

Também chamado de Pau e Corda, Samba de roda do Marajó e Baião típico de Marajó, a dança do Carimbó é realizada em pares e marcada por movimentos giratórios.

Origem do Carimbó

A palavra "carimbó" é de origem indígena. Do tupi korimbó (pau que produz som) resulta da junção dos elementos curi, que significa “pau”, e mbó, que significa “furado”.

O nome faz referência ao curimbó, principal instrumento musical utilizado nessa manifestação folclórica. O curimbó é uma espécie de tambor tocado com as mãos, feito com um tronco escavado e oco.

O Carimbó do Pará foi trazido ao Brasil pelos escravos africanos. Posteriormente, foram incorporadas influências indígenas e europeias, especialmente ibéricas.

O costume da dança surgiu com o hábito dos agricultores e dos pescadores que, ao fim dos trabalhos diários, dançavam ao ritmo do tambor.”

Segundo especialistas sobre o Carimbó, este surgiu do batuque e como foi dito antes, tem influências dos negros, mestiços e caboclos na dança que passou a fazer parte aos costumes do folclore. A questão regional é forte , podendo se perceber isso claramente quando se vê os ensaios do "Carimbó na Roça", ocasião na qual os dançarinos e dançarinas vestidos com roupas de chita ou mescla, cabeça coberta por turbantes ou chapéus, como se fossem para o roçado, levando ao ombro, manivas, tipiti, paneiro, ralo, foice, machado, terçado, cavador, enxada e outros instrumentos para um plantio ou mutirão. A toada, os volteios rápidos, os requebros, as mexidas nos quadris e a esperteza nos passos, são próprios do Carimbó.

A dança do Carimbó , em certos lugares do Pará como Marapanim, antes era tida como dança de temporada, de 25 de dezembro até o Dia de Reis, em 06 de janeiro. Em Vigia, outro município paraense, o Carimbó é conhecido como Zimba e o ato de se dizer "vamos zimbar" significa convidar o outro para dançar o citado ritmo. É interessante que existia em Marapanim a figura do Mestre Inspetor, o caboclo que fazia comércio com sua canoa entre Marapanim e Abaetetuba e que em 25 de dezembro patrocinava uma “noite de Carimbó” em sua casa. Os homens tinham de estar vestidos de paletó e gravata.

Com o passar do tempo, houve alterações no estilo do Carimbó, por causa da questão do mercado musical. Gravadoras e artistas foram mudando o Carimbó original para o Carimbó de Vanguarda ou Carimbó Eletrônico, com o uso de instrumentos de sopro, guitarras, baixos, substituindo o chamado pau do Carimbó, que era escavado e com couro em uma das extremidades. Houve assim uma modificação naquele Carimbó original e nativo devido a fins comerciais.

O ritmo carimbó foi reconhecido em 2014 como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). E em junho de 2017 foi criada a Lei Municipal Pinduca, pela Câmara Municipal de Belém. Esta lei diz que as rádios da capital paraense incluirão na programação o Momento do Carimbó.

 

 

Grandes nomes do Carimbó:

1- MestresDuluca e Lucindo Costa

 

Estes mestres do Carimbó são originários do município de Marapanim. Os mestres Duluca e Lucindo, já falecidos, deixaram um número significativo de composições,partituras e um trabalho poético abrangente. Eles podem ser entendidos mais como historiadores regionalistas que como cantores/compositores, pois exploraram bem o cotidiano, os costumes, e as tradições.

Lucindo Costa compôs uma música especial que foi considerada por especialistas como antológica. A seguir alguns versos desta composição:

 

                  "Se eu soubesse que tu vinhas,
                   Eu fazia o dia maior,
                   dava um nó na fita verde,
                   Prá prender o raio do Sol". 

 

Mestre Lucindo tinha um pensamento do caboclo paraense, com alto sentimento Romântico de quem nasceu perto do mar, usando sua criatividade de poeta.


Em outra música que provavelmente era de Lucindo, vê-se o regionalismo da zona do Salgado, em especial o aspecto agrícola. A versão original era a seguinte:
 
                 "Dona Maria chegou
                  chegou de Moro-oca,
                  para fazer a farinha, farinha de tapioca
                 É prá rebolir, é prá rebolir,
                É prá rebolir, bolir, bolir, bolir, bolir".

 

Alguns grupos e conjuntos de carimbó substituíram o rebolir por remexer. Essa mudança afetou a música em seu sentido original, porque a Moro-oca que Lucindo menciona é um local fictício ou cabana indígena e o rebolir é arredondar o amido da mandioca para que seja produzido o caroço ideal da farinha de tapioca, não tendo relação com remexer ou requebrar.

 

Os anseios e o amor pela mulher amada estavam presentes nas músicas de mestre Lucindo, que utilizava elementos do seu cotidiano, de sua visão de mundo, com base Na sua realidade onde existia o mar, com pescarias e a confecção de artefatos de pescaria.Os instrumentos preferidos para essas músicas eram então a viola ou o banjo rústico.

Abaixo mais um exemplo dessa criatividade:

 

"Bateu vento na roseira,
Me mudei pro Marizá,
Cajueiro pequenino
Carregadinho de flor,
Eu também sou pequenino
Carregado de amor".

 

Além das palavras de amor, também em suas músicas há momentos de depressão, desilusão e incompreensão:   

 

"Se esta mulher fosse minha,
Eu ensinava a viver.
Dava limão com farinha,
A semana inteirinha,
Prá ela comer".

 

Também em suas músicas há momentos de aconselhamento baseados em sua experiência de vida:

 

 

"A folha da bananeira
de verde ficou madura
quem gosta de mulher dos outros
não tem a vida segura".

 

Há a questão ecológica presente em seu canto:

 

         "Minha rolinha que marisca pelo chão,
         Não mate minha rolinha, que marisca pelo ar,
        Não mate a rolinha ela não sabe avuar".

 

Ele também enalteceu a beleza da natureza e as praias onde ele pescava:

 

           "A praia do Algodoal
            É linda e tem riqueza,
            No farol do Maiandeua
           Onde mora a Princesa"

            coro:


            Eu já vi a princesa falá,
           Eu já vi a princesa cantá
           No morro do Maiandeua
          Na Praia do Algodoal"

E fez uma canção de despedida como forma de perpetuar a sua morte:

 

"Adeus morena. 
Meu amor, vou te deixar. 
Eu vou embora,
vou cantar noutro lugar".

O cantar de mestre Lucindo e dos mestres Malagueta, Membeca, Duluca tem com uma de suas características a defesa dos mais fracos e destacando o espírito de sobrevivência dos seres vivos como o camarão, maçarico, as rolinhas, o sarará etc, alertando-os do perigo em relação a predadores e ao Homem:

 

"Olha a cobra passarinho
Xô, xô, olha a cobra passarinho"
Periquitamboia pendurada no caminho,
Prá pegar, pegar, o passarinho.
Olha a cobra passarinho, xô, xô!...."

"Cuidado, sarará, que lá vem maguari, "
"Peixe-piaba, tubarão quer te comer".

 

Nesses mestres percebe-se todo um universo que lhes é comum: A mulher, o mar, os elementos da composição do mar (peixes e mariscos), a natureza e a exuberância praianas. A questão da pesca é muito forte nas composições desses autores de carimbo ligados à Marapanim:

 

"A onda jogava prá lá,
A onda jogava prá cá
Joguei minha rede no mar
Só pra ver o peixinho pegar"

 

.

Pescador-Mestre Lucindo

 

Pescador, pescador por que é
Que no mar não tem jacaré?
Pescador, pescador por que foi
Que no mar não tem peixe-boi?
Eu quero saber a razão
Que no mar não tem tubarão
Eu quero saber por que é
Que no mar não tem jacaré

Ah! Como é bom pescar
Na beira mar
Em noite de luar
Ah! Como é bom pescar
Na beira mar
Em noite de luar

Anel de Ouro-Mestre Lucindo

A menina bonita
Tem anel de ouro
Parece um tesouro
O dedinho dela

A menina bonita
Tem anel de ouro
Parece um tesouro
O dedinho dela

Ai quem me dera
Que eu fosse rico
Se eu tivesse dinheiro
Casaria com ela

Ai quem me dera
Que eu fosse rico
Se eu tivesse dinheiro
Casaria com ela.

Para ouvir

 

Mestre Lucindo - Foi ela que me deixou

https://www.youtube.com/watch?v=KuzdlftBab4

 

CARIMBÓ MESTRE LUCINDO - AS MELHORES DO MELHOR - O PANDA SOUND - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=eTNDFXSWZzo

 

2- Mestre Verequete:

Outro mestre que destaco é o Mestre Verequete, cujo nome completo é Augusto Gomes Rodrigues, nascido em 1916 em Quatipuru, interior do município de Bragança, no Pará e que morreu em 3 de novembro de 2009. Ele foi um músico brasileiro, cantor e compositor de carimbo, participando do grupo musical O Uirapuru. Foi chamado de “Rei do Carimbó”. Ele e outros grandes do carimbó como Mestre Vieira, Pinduca e Mestre Cupijó mudaram os rtimos populares paraenses com a introdução de outros elementos e assim tornando esses ritmos em sucessos do rádio.

Augusto Gomes ganhou o apelido de Verequete depois de ter narrado a colegas em seu trabalho que presenciou um acontecimento em um terreiro, no qual um pai de santo cantou “Chama Verequete”. Os colegas passaram a chamar Augusto de Verequete.

Verequete buscou compor carimbó tradicional chamado de “Pau e Corda” ou “Carimbó de Raiz”. Ele e Pinduca tornaram o carimbó mais popular no Pará e conseguiram mesmo projeção em outros lugares do Brasil entre os anos das décadas de 1970 e 1980. Verequete criou aproximadamente 200 músicas, lançou dez discos e quatro CDs. Alguns sucessos dele: “O carimbó não morreu”, “Chama Verequete”, “Morena penteia o cabelo” e “Xô peru”.

Verequete casou-se na primeira vez com Josenilda Pinheiro da Silva (conhecida como Dona Cenira), com quem teve apenas uma filha,Lucimar Rodrigues. Mas ele tinha quatro filhos de um relacionamento

Augusto Rodrigues foi casado com Josenilda Pinheiro da Silva (conhecida como Dona Cenira), com quem teve apenas uma filha, Lucimar Rodrigues, mas o mestre tinha outros quatro filhos do primeiro casamento. Cenira e Verequete conheceram-se em 1975, quando está tinha dezoito anos e trabalhava como garçonete em uma boate no bairro do Telégrafo, em Belém, que na ocasião contratou o cantor e o grupo.

A esposa junto com o filho mais velho, Augusto Carlos, e o neto, Felipe Rodrigues, também participaram do grupo O Uirapurú.

A causa da morte de Verequete em 2009 foi uma pneumonia grave e infecção generalizada, aos 93 anos. Recebeu do presidente Lula o título Comendador da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura. Em 2009,  Verequete faleceu na cidade de Belém aos 93 anos. Em 2002  Rogério Parreira e Luiz Arnaldo Campos dirigiram o documentário “Chama Verequete”.

Discografia do grupo  O Legítimo Carimbó ‎(CID) - 1974;O Legitimo Carimbó, Vol. 2 (CID) - 1974;Conjunto Uirapuru (Tapecar) - 1974;Verequete e o Conjunto Uirapurú - O Legítimo Carimbó Vol III‎ (CID)- 1975;Al Son De Carimbo ‎(Tropical) - 1980;Verequete e Conjunto Uirapuru Vol 9 ‎(Gravasom) - 1980;A Volta Do Carimbó ‎(Gravodisco) – 1994;Verequete da Coluna (Zig Zag) - 1999;Uirapuru Chama Verequete ‎(Na Music) – 2011;Conjunto O Irapuru Do Verequete (Spot).

 

Vou Tirar Cipó - 1974

Verequete

 

Eu vou para o gapó
Fui tirar cipó
Eu vou para o gapó
Fui tirar cipó

Vem cá moreninha
Vem dançar carimbó
Vem cá moreninha
Vem dançar carimbó

Eu já pulei
Olha o carimbó
Eu vou pular
Olha o carimbó
Eu vou brincar
Olha o carimbó
RRRRRRRRRRRRRR
Olha o carimbó
Opa
Olha o carimbó

Eu vou pó gapó
Fui tirar cipó
Eu vou pó gapó
Fui tirar cipó

Vem cá moreninha
Vem dançar carimbó
Vem cá moreninha
Vem dançar carimbó

Eu já pulei
Olha o carimbó
Eu vou pular
Olha o carimbó
Eu vou brincar
Olha o carimbó
Eu vou rodar
Olha o carimbó
Rá, rá
Olha o carimbó
Ôba
Olha o carimbó
RRRRRRRRRRRRRR
Olha o carimbo

Para ouvir:

https://www.vagalume.com.br/verequete/vou-tirar-cipo-1974.html

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

 


E

 

  Figura: https://www.google.com/search?q=imagem+de+grupo+de+carimb%C3%B2&sxsrf=APwXEdfWizu0RZAbn6pGSfowhQp