terça-feira, 30 de setembro de 2025

O Fim da Segunda Guerra Mundial

 



Há oitenta anos terminava a Segunda Guerra Mundial com a rendição do Japão. Em 2 de setembro de 1945 o Japão se rendeu oficialmente aos Aliados. A Alemanha, outro país importante do Eixo, tinha se rendido em 8 de maio aos aliados ocidentais e dia 9 de maio à União Soviética. Hitler, o maior líder nazista, estava morto desde 30 de abril e Mussolini, o líder fascista italiano (a Itália fascista também fizera parte do Eixo), foi executado por guerrilheiros italianos em 28 de abril do mesmo ano. Era o fim de uma guerra terrível iniciada oficialmente em primeiro de setembro de 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia.

O grupo militar nacionalista que governava o Japão iniciou sua participação na Segunda Guerra Mundial em 7 de dezembro de 1941, quando atacou Pearl Harbor, uma base naval dos Estados Unidos  no Havaí. Houve formidáveis combates aéreos e navais, assim como sangrentas batalhas terrestres em ilhas do Pacífico e no continente asiático de 1942 até a rendição japonesa em 1945.

No primeiro semestre de 1945 houve as últimas batalhas em ilhas do Pacífico entre Estados Unidos e Japão, com as derrotas desse país em Iwojima e Okinawa. E em agosto do mesmo ano, os Estados Unidos usaram duas bombas atômicas em Hiroshima e Nagazaki no Japão, em 6 e 9 de agosto e em 08 de agosto a União Soviética tinha atacado com um forte exército as tropas japonesas que ocupavam parte da China.

Apesar das duas bombas atômicas e da invasão soviética do norte da China, atacando as forças japonesas ali presentes, a rendição japonesa não foi imediata, pois grupos ultranacionalista japoneses não concordavam com os termos impostos pelos Aliados. Muitas das cidades japonesas, incluindo Tóquio, estavam devastadas por bombardeios, já havia dificuldades graves na fabricação de armamentos, a aviação tinha sido quase toda destruída e a marinha estava muito enfraquecida, sem condições de opor-se às esquadras aliadas e havia o risco iminente de haver uma terrível escassez de alimentos se a guerra continuasse.

Após vários debates entre líderes políticos e militares e com a intervenção do Imperador Hirohito , em 14 de agosto o Japão concordou em se render e a rendição foi assinada em 2 de setembro de 1945, a bordo do cruzador Missouri e na presença do general americano Douglas MacArthur, terminando completamente a Segunda Guerra Mundial. A derrota na guerra foi lamentada na época por muitos japoneses e houve por algum tempo antes da rendição oficial alguns focos de resistência à decisão de se render. Foi a decisão tomada pelo Imperador, apoiando os anseios de grupos políticos que desejavam a paz, que superou a vontade de grupos ultra nacionalistas

 

Segundo Sérgio Barcellos (História Secreta da Rendição Japonesa de 1945):

 “ É impressionante a história do que ocorreu no Japão naquele quente agosto de 1945. A Segunda Guerra já acabara em maio na Europa com a derrota completa da Alemanha, e tudo levava à certeza mundial de estar selada a derrota japonesa, de que era só uma questão de tempo. Mas no Japão não. Levantou-se o caráter nacional em toda a sua força terrível: “”Rendição é pior que a morte. Mais digno de nós é morrermos todos”.

E ainda o mesmo autor: “As semanas agitadíssimas antes da rendição japonesa, que marcou o fim do vasto império asiático, estão entre os eventos mais dramáticos da moderna história da Humanidade(...)” “(...) Entre o horror da explosão da primeira bomba atômica, que varreu Hiroshima do mapa em 6 de agosto de 1945, seguida pela declaração de guerra da então União Soviética, em 8 de agosto, e a segunda bomba atômica, um dia depois, em Nagasaki, o Japão viveu uma comoção interna só comparável às grandes tragédias gregas. Nela, sua elite militar, altamente treinada, continuava insistindo no juramento que fizera de vencer ou perecer no processo(...)”

E Lester Brooks, jornalista, soldado e diplomata. que serviu com o general MacArthur nas Filipinas e no Japão diz em sua obra História Secreta da Rendição Japonesa de 1945: “Do ponto de vista de Togo (ministro das relações exteriores) e dos ministros civis do Gabinete, estava óbvio que levaria tempo para convencer os comandantes das tropas de que a rendição era o desejo genuíno do Imperador e a legítima ordem das autoridades militares. Estava previsto serem enviados os irmãos de Hirohito para áreas remotas a fim de transmitir a palavra do Imperador, assegurando que a rendição era autêntica. Acreditava-se que isso seria necessário por causa dos problemas técnicos da transmissão via rádio e da conveniência de fazer chegar pessoalmente a verdade sobre a rendição por intermédio da mais alta autoridade disponível.”

Lester Borooks descreveu em seu livro o discurso que o imperador Hirohito que foi transmitido por rádio a seus súditos:

 “Aos nossos bons e leais súditos, depois de refletir profundamente sobre a tendência geral que se observa no mundo e sobre as reais condições prevalecentes hoje em Nosso Império, decidimos solver a presente situação recorrendo a uma medida extraordinária. Determinamos ao Nosso Governo que comunicasse aos Estados Unidos, à Inglaterra, à China e à União Soviética que Nosso Império aceita as disposições de sua Declaração Conjunta.

 A guerra já dura quase quatro anos. Malgrado o melhor de si que todos deram... a situação da guerra evolveu não necessariamente a favor do Japão, e a tendência geral do mundo voltou-se contra os interesses do país. Além do mais, o inimigo começou a empregar uma nova bomba terrivelmente cruel, cujo poder de destruição é realmente incalculável, cobrando a vida de muitos inocentes. Se continuássemos lutando, resultaria não apenas um colapso final e a obliteração da nação japonesa, mas levaria também à total extinção da civilização humana. Sendo essa a realidade, como vamos salvar os milhões de Nossos súditos? Ou explicar-nos perante os venerados espíritos sacrossantos de Nossos Antepassados Imperiais?

 ...Pensar naqueles que...tombaram nos campos de batalha, que morreram nos seus postos...ou... encontraram morte prematura,...em todas as famílias enlutadas... doi em Nosso coração noite e dia. ... Os feridos vítimas da guerra... objetos de Nossa profunda solicitude. A privação e o sofrimento a que Nossa Nação será submetida daqui por diante serão certamente grandes.... No entanto, está de acordo com o ditame do tempo e do destino que Tenhamos resolvido abrir o caminho de uma grande paz para todas as gerações vindouras, suportando o insuportável e tolerando o intolerável.

Conseguindo preservar e manter a estrutura do Estado Imperial, Nós estaremos sempre convosco, bons, e leais súditos, confiando em vossa sinceridade e integridade. Evitai o mais estritamente manifestações de emoção que possam gerar complicações desnecessárias, bem como contendas entre irmãos e atritos que criem confusão, capazes de vos levar a perder a confiança no mundo... Cultivai os caminhos da retidão, fortalecei a nobreza de espírito e trabalhai resolutamente para que possais assegurar a glória inerente ao Estado Imperial e manter a paz e o progresso no mundo.

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História


A atriz Cláudia Cardinale

 




Em 23 de setembro de 2025 faleceu a atriz Cláudia Cardinale em Paris. Ela estava em casa com seus filhos. Segundo o agente da atriz :"Ela nos deixa o legado de uma mulher livre e inspirada, tanto como mulher quanto como artista".

Claude Josephine Rose Cardinale  nasceu em Túnis, Tunísia, em 15 de abril de 1938. Seus pais eram italianos, nascidos na Sicília. Foi criada em La Goulette, município próximo a Túnis. Ela trabalhou em filmes de destaque do cinema como "Oito e meio" (1963), de Federico Fellini, "O leopardo" (1963), de Luchino Visconti, "A Pantera Cor-de-rosa" (1963), de Blake Edwards, "Era uma Vez no Oeste" (1968), de Sergio Leone, e "Fitzcarraldo" (1982), de Werner Herzog. Foi capa de cerca de aproximadamente 700 revistas nos anos de 1960. O escritor e roteirista italiano Alberto Morávia ficou impressionado com ela e escreveu sua biografia em 1965 quando ela ainda era pouco conhecida. O livro foi traduzido para diversas línguas e o autor disse que a obra era “a descrição de um corpo no espaço”.

Cláudia veio ao Brasil em várias ocasiões e participou de filmes no país. Um desses filmes, Uma rosa para todos, foi gravado em 1967 em favelas da cidade do Rio de Janeiro. Filmou nos anos de 1980 na Amazônia a obra “Fitzcarraldo”, do alemão Werner Herzog. Lançou o filme O gebo e a sombra, de Manoel de Oliveira, em 2012, na Mostra de Cinema de São Paulo. Nesse ano ela deu uma entrevista ao jornal O GLOBO . Ela disse:

 “Estar atuando é fantástico porque geralmente, quando a mulher envelhece na indústria do cinema, ela não recebe mais tantos papéis. É raro porque a maioria dos papéis, especialmente na TV, é para mulheres jovens que não estão interessadas em interpretar, somente em aparecer. A TV hoje só quer mostrar mulheres jovens e sexies, com bocas inchadas de tanto preenchimento e uma cultura de beleza tirânica. Eu não gosto porque a verdade é que você não consegue parar o tempo. Eu não faço lifting porque de outra forma você olha para si mesma no espelho e não se reconhece mais.”

Além de ter trabalhado com grandes cineastas da Itália, Cláudia também trabalhou com atores famosos de seu tempo áureo como Burt Lancaster, Alain Delon e Henry Fonda. Aos 16 anos, foi vitoriosa no concurso "A Mais Linda Garota Italiana na Tunísia" em 1957, sendo o prêmio uma viagem ao Festival de Cinema de Veneza. Nessa ocasião ela chamou logo a atenção e, acabou desistindo de seus planos de se tornar professora. Sobre isso ela comentou: "Todos os diretores e produtores queriam que eu fizesse filmes, e eu disse: 'Não, eu não quero!”. Porém, seu pai a convenceu a "tentar fazer cinema". Ela então começou a conseguir pequenos papéis em filmes, com a influência de seu mentor Franco Cristaldi, que depois se casou com ela.

Na época do início de sua carreira, ela foi vítima de um estupro por um produtor de cinema e engravidou. Ela criou seu filho Patrick e teve de trabalhar em filmes, embora não quisesse se expor, tendo dito em uma entrevista em 2017 ao jornal Le Monde: "Fiz isso por ele, por Patrick, o filho que eu queria manter, apesar das circunstâncias e do enorme escândalo. Eu era muito jovem, tímida, pudica, quase selvagem. E sem a menor vontade de me expor nos sets de filmagem." Quando estava grávida, foi aconselhada a dar à luz secretamente em Londres.. Patrick seria oficialmente seu irmão mais novo até que ela revelasse a verdade sete anos depois. Ela contou: "Fui forçada a aceitar essa mentira para evitar um escândalo e proteger minha carreira".

Ela entrou em uma era de ouro do cinema italiano, mesmo sem saber "uma palavra" da língua italiana. Ela falava somente francês, árabe e o dialeto siciliano de seus pais. Segundo ela em sua autobiografia de 2005: “Tornei-me a heroína de um conto de fadas, o símbolo de um país cuja língua eu mal falava". Até quando começou a trabalhar no filme "Oito e meio", de Fellini, vencedor do Oscar, em 1963 (quando o diretor quis ela que ela usasse sua própria voz), era dublada em italiano. No mesmo ano ela filmou, na idade de 25 anos, o drama épico de época "O Leopardo", de Visconti.  Para Felini ela tinha de estar loira e Visconti a queria morena com cabelos compridos. Foi chamada pelos críticos de "a personificação do glamour europeu do pós-guerra". Sobre isso comentou o jornal britânico The Guardian em 2013:"É quase como se a sensualidade tivesse sido imposta a ela".

Como atriz em Hollywood ela foi bem sucedida em "A Pantera Cor-de-Rosa", com Peter Sellers, e depois com "O Mundo do Circo" (1964), de Henry Hathaway, com Rita Hayworth e John Wayne. Por vários anos ela participou de filmes de Hollywood. Foi muito elogiada pelo seu papel em “Era uma vez no Oeste, de Sérgio Leone, em 1968.

Não quis mais fazer filmes de Hollywood e voltou a fazer filmes italianos e franceses, tendo recebido o prêmio David di Donatello de melhor atriz por seus papeis em Il giornodellacivetta (1968) e A Girl in Australia (1971). Com o diretor Pasquale Squitieri atuou em  I Guappi (1974), Corleone (1978) e Claretta (1984). Nesse período ganhou o Prêmio Nastro d'Argento de Melhor Atriz.

Cláudia era desejada por muitos, no entanto revelou que seu "único amor” era o diretor napolitano Pasquale Squitieri, pai de sua filha Claudia. O casal trabalhou em vários filmes por quatro décadas até a morte dele em 2017.Nunca aceitou fazer cirurgia plástica e atuou até os 80 anos. Ela trabalhou em 175 filmes e recebeu prêmios honorários nos festivais de Veneza e de Berlim. Defendia muito os direitos das mulheres, tendo sido nomeada Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO em 2000, em reconhecimento ao seu compromisso com a causa das mulheres e meninas. Ela disse a respeito: "Tive muita sorte. Este trabalho me proporcionou inúmeras vidas e a possibilidade de colocar minha fama a serviço de muitas causas".

Sobre seu sucesso Cláudia disse em 2014:"Se você quer praticar esse ofício, precisa ter força interior. Caso contrário, perderá a ideia de quem você é. Todo filme que faço implica tornar-se uma mulher diferente. E na frente de uma câmera, nem menos! Mas, quando terminei, sou eu de novo.”

Cláudia Cardinale faleceu em Nemours, França, aos 87 anos. 

 


domingo, 28 de setembro de 2025

Poesia Outubro Vem

 







Outubro vem

Toc, toc,toc,

Quem é?

É outubro

Que vem.

Outubro espere só um pouco,

Setembro ainda tem

Que terminar umas coisinhas.

Eu sei que você traz umas datas importantes

Eu sua sacola.

Depois será você

A ir embora.

Novembro desta vez trará COP 30

Para Belém.

Trará também

Feriado em domingo

E sábado.

Calma que é setembro ainda,

Ah! Meu bem ,

Eu já disse que você é linda?

Você é linda todos os meses,

Todos os meses do ano.

Você é linda demais!

Tive de somar todas as gotas do oceano,

E mesmo assim não ter certeza

Do tamanho da sua beleza. 

Que outubro traga paz,

Mas...

Ah! Sempre mais um mas,

O mas às vezes é tão chato

Ou muito sensato. 

Mas o pato coitado,

Será morto,fervido e cortado,

E servido em um prato,

Molhado

No tucupi,

Misturado

Com jambu. 

Minha querida,

Na mesa do Círio,

A família está reunida,

Só o pato é que não ri!

Márcio José Matos Rodrigues

 

 Figura: https://www.tudoreceitas.com/receita-de-pato-no-tucupi-paraense-2914.html


O ator Robert Redford

 










 

   Charles Robert Redford Jr, foi um ator, produtor e diretor nascido em Santa Mônica, Califórnia, Estados Unidos, em 18 de agosto de 1936. Ele recebeu diversos prêmios como um Oscar, um BAFTA, um Prêmio Cecil  B. De Mille e cinco Golden Globe Awards e outros. Em 2016 recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade. A Revista Times o considerou uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2014. 

Seus pais eram Charles Robert Redford e Martha Woodruff Redford. Tinha ancestrais irlandeses, escoceses e ingleses. Na sua época de estudante ele estudou na Van Nuys High School. Ele dizia que sua maior inspiração estava na arte e nos esportes. Aos 11 anos teve poliomelite, embora de forma leve. No tempo de estudante houve alguns momentos ruins, tendo se juntado a uma gangue de rua e sido preso. Sua mãe morreu com 40 anos e Robert ficou abalado.

 Em 1954 Redford concluiu o ensino médio e passou a frequentar a Universidade do Colorado, onde ficou por um ano e meio. Nesse período de sua vida ele trabalhou em um restaurante/bar chamado The Sink. Por causa de problemas com bebidas alcoolicas ele  perdeu sua meia bolsa de estudos e foi expulso da universidade. Após isso, viajou para a Europa e viveu por um tempo na França, na Espanha e na Itália, tendo estudando arte nesse período no exterior. Quando retornou para os EUA foi estudar pintura no Prat Institute no Brooklyn e também estudou na American Academy of Dramatic Arts (Turma de 1959) na cidade de Nova Iorque. 

A carreira dele começou no teatro e na televisão, em Nova Iorque. Teve um pequeno papel na peça Tall Story (1959), na Broadway. Depois vieram atuações em The Highest Tree (1959) e Sunday in New York (1961).  Na década de 1960, Redford apareceu como ator convidado em diversos programas de drama televisivo, como Naked City, Maverick, The UntouchablesThe AmericansWhispering SmithPerry Mason, Alfred Hitchcock Presents, Route 66, Dr. Kildare, Playhouse 90TateThe Twilight ZoneThe Virginian e Captain Brassbound's Conversion. 

    Em 1963 atuou em peça na Broadway, com o papel de marido recém-casado, em Barefoot in the Park. No início dos anos 1960 atuou nos filmes de cinema Tall Story (1960) e em 1962 no filme War Hunt e em seguida atuou no filme de comédia de guerra Situation Hopeless ... But Not Serious, onde trabalhou também o famoso ator Alec Guiness. Atuou no filme Inside Daisy Clover, em 1965, ganhando um Golden Globe de melhor ator revelação. Trabalhou no filme This Property Is Condemned, em 1966. 

    Robert foi o protagonista no filme Barefofoot in the Park em 1967. Em Butch Cassidy and the Sundance Kid ele e Paul Newman trabalharam juntos pela primeira vez e se tornaram amigos. O filme foi um grande sucesso e fortaleceu sua imagem na tela não só pela aparência, mas por um tipo inteligente, que inspirava confiança e até  mesmo sarcástico em algumas vezes. Destacou-se também nos filmes The Way We Were, em 1973; The Great Gatsby, de 1974; Three Days of the Condor , de 1975; All the President’s Men, de 1976; The Eletric Horseman, de 1979; Brubaker, de 1980; The Natural, de 1984 ; Out of Africa, de 1985; Sneakers, de 1992; All is Lost, de 2013; Truth (2015; Our Souls at Night, de 2017; The Old Man and the Gun, de 2018. Participou dos filmes Captain America: The Winter Soldier, em 2014 e Avengers: Endgame, de 2019, sendo essa a sua útima aparição em filmes de cinema. Teve também uma participação no filme de guerra de 1977 A Bridge Too far. 

    Como diretor Robert estreou no drama familiar Ordinary People, de 1980, filme que ganhou quatro Oscars, entre eles o de de melhor diretor. Dirigiu mais oitos filmes, como The Milagro Beanfield, no qual trabalhou a atriz brasileira Sônia Braga, que na época namorou com Robert. Ele foi um dos fundadores do Sundance Resort e Instituto Sundance de Cinema em 1981 e se empenhou em lutas pelo meio ambiente, pelos direitos dos indígenas americanos e de minorias. O seu ambientalismo e amor pela natureza eram explicados pelo ator como influências de aspectos de sua infância passada em parte no Texas. 

     A direção de Robert Redford foi muito elogiada no filme Quiz Show, a respeito do escândalo dos programas de perguntas e respostas no final dos anos 1950. O crítico de cinema David Ansen comentou: "Robert Redford pode ter se tornado uma estrela de cinema mais acomodada na última década, mas tornou-se um cineasta mais ousado e talentoso. 'Quiz Show' é seu melhor filme desde 'Ordinary People'". A primeira vez que Robert  trabalhou como produtor executivo foi no filme  Downhill Racer, em 1969. 

    Robert foi indicado ao Oscar de Melhor Ator pela sua  atuação na comédia policial The Sting, de 1973,onde esteve também Paul Newman. Teve três filmes entre os dez mais lucrativos do ano em 1974. 


    Os exibidores de cinema votaram em Redford como a maior estrela de bilheteria de Hollywood entre os anos de 1974 e 1976. Ele publicou em 1976 The Outlaw Trail: A Journey Through Time. No filme All the President's Men ele foi ator e produtor executivo. O filme recebeu oito indicações ao Oscar. O filme Indecent Proposal, de 1993, onde ele era um homem rico que testa a moral de um casal foi um grande sucesso. Redford ganhou um Oscar honorário em 2002 pelo conjunto da obra.

            

   Em 2004 Redford narrou o documentário IMAX Sacred Planet (2004), que mostrava uma jornada por alguns dos lugares mais exóticos e ameaçados do planeta. Nesse ano ele produziu o filme Diários de Motocicleta sobre o estudante de medicina “Che” Guevara. Foi um produtor executivo da série Dark Winds.

 

     Redford recebeu a Medalha Nacional das Artes em 1996 das mãos do presidente Bill Clinton. E foi nomeado em 14 de outubro de 2014 chevalier da Legião de Honra pelo presidente francês . Em 22 de novembro de 2016 o presidente Barack Obama homenageou Redford com a Medalha Presidencial da Liberdade. E por suas contribuições à cultura recebeu o Kennedy Center Honors. O ator foi o criador do Festival Sundance de Cinema, que se tornou o maior festival de cinema independente dos Estados Unidos. Apoiou certas vezes candidatos republicanos, mas deu apoio à candidatura do democrata Obama e tornou-se um crítico de Trump.

 

     Robert Redford faleceu em 16 de setembro de 2025 em Provo, Utah, Estados Unidos. Foi casado com Lola Van Wagenen de 1958 a 1985 com quem teve quatro filhos e com Sibylle Szaggars desde 2009.

  Sobre Robert Redford disse a ariz Sonia Braga:

"Fiz meu primeiro longa nos Estados Unidos a convite do Robert Redford. E, por conta do filme, ele me apresentou um dos lugares mais lindos do mundo: Novo México. 'Milagro' era uma história belíssima, porém eu não falava inglês. Foi então que uma pessoa muito importante na minha vida, a dialect coach Carla Meyers, veio da Califórnia especialmente para me ensinar palavra por palavra. Minha querida amiga até hoje.


Ser dirigida por Redford foi uma experiência única. Ruby, minha personagem, era uma mulher fascinante. Robert, por sua vez, tinha uma beleza serena, inquieta e uma intensidade rara no olhar. Ele sempre buscava mergulhar na alma dos atores em cada cena, perseguindo o instante perfeito. Uma das sequências foi filmada na chamada “hora mágica” em cinema, que dura apenas alguns minutos na hora do por do sol. Nós a refizemos em vários dias, porque ele acreditava que a atuação não estava como deveria. Entre as filmagens, conversávamos sobre tudo: a vida, as flores, os lugares. Ele queria saber muito sobre o Brasil. Robert amava flores.

Foi ele quem me levou a conhecer Sundance, para onde voltei muitas vezes e pudemos fazer longas caminhadas juntos. Sempre regressávamos com um buquê de flores selvagens, colhido pelo caminho. Quando 'Milagro' estreou, fomos juntos a Cannes. Eu já estivera lá duas vezes, mas nada se comparava aquele momento - não apenas como atriz, mas também como ser humano. Lembro que ele havia acabado de voltar de uma viagem à Rússia e trouxe de lá um buquê de flores selvagens para mim. O amor pela natureza era um elo profundo entre nós.


Já fazia muitos anos que não nos víamos. Mas, às vezes, ao caminhar por NY e fotografar minhas pequenas flores, um hobby meu, me vêm lembranças perfeitas: uma caminhada tranquila, uma flor rara, o cheiro da terra. A natureza é isso: linda, poderosa, capaz de nos aproximar. E talvez seja exatamente nisso que devêssemos pensar no mundo conturbado de hoje: nas coisas que nos unem, muito mais do que nas que nos separam.
RIP, Robert "

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Márcio José Matos Rodrigues





domingo, 21 de setembro de 2025

Poesias Maldade sua, Universos Paralelos e Chaplin ou Chapolin

 



Maldade sua

Ah! este mal que você me faz...

É maldade sua,

Estar a cada dia,

Mais maravilhosa,

Só para eu lhe querer mais.

Queria lhe dar agora,

A mais bela rosa,

Mas no momento só tenho os espinhos.

Quero ver você sorrir,

Não quero ver você ferir,

Os seus dedinhos.

Então receba de presente,

Minha poesia.

É tão pouco eu sei,

Mas aceite,

Eu lhe peço,

É uma rosa feita de alegria,

Não tem preço.

Alegria pelo seu sorriso,

Que não sei se eu mereço.

Se minha poesia é algo tão pequenino,

O seu sorriso é meu paraíso,

Os campos belos de primavera,

Onde corro feito um menino,

Onde  não há guerra,

Onde o sol nos dá calor,

E a natureza prospera,

Em uma terra,

Repleta de amor!

Márcio José Matos Rodrigues

 





Universos paralelos

Universos paralelos

Nestes teus cabelos

Onde fiz os meus castelos.

Os teus beijos,

Tem o gosto de bombons caramelos;

Sei antes de prová-los,

Porque o meu deserto à pé atravesso,

Verso a verso,

Sem cavalos,

Ou camelos..

Se o destino me parecer um tanto perverso,

Os teus beijos eu peço,

Mesmo sem tê-los.

O que eu gosto mesmo,

É de fechar meus olhos,

E nos meus sonhos

Sentir os teus beijos risonhos,

Loucos, avassaladores, sedutores,

Cheio de calores.

Beijar-te enquanto anjos cantores,

Fazem coro de vozes celestiais.

Quero tua paz,

Tua loucura,

Tua paixão que me cura,

Quero teus “ais” sensuais!

Márcio José Matos Rodrigues

 

 





Chaplin ou Chapolin

Sonhos de Chaplin,

Vem-me à cabeça.

Talvez de Chaplin eu tenha pouco,

E de Chapolim eu tenha à beça.

O que diz o Garoto,

Naquela peça?

Não quero o ouro,

Nem as Luzes da Ribalta.

Minha querida não esqueça ,

São Tempos Modernos,

Onde o  tempo é o Grande Ditador.






Márcio José Matos Rodrigues

 


terça-feira, 16 de setembro de 2025

Poesias Flor, Guerra e Primavera

 







Flor

Se és bela?

Dúvida?

Não, certeza!

Que dúvida pode haver

Diante de tão descomunal beleza?

Se tens a primavera

Em tua natureza,

Tu és a flor que encanta

Com tua natural delicadeza.

Livre em sua essência,

Inveja da hortência.

Olhando tua grandeza,

Até a rosa,

Majestosa em sua graça e leveza,

Faz a ti reverência.

Flor do amor,

Querência, 

Sonho em flor,

Rainha! Não princesa!

Márcio José Matos Rodrigues

 

 Guerra e Primavera

 




É tempo de Primavera, a estação das flores - Neoenergia 

 

 


Quantos sonhos de amor,

Vicejavam em tantas primaveras

Por incontáveis eras?

Sim, eu sei meu bem,

Encheram a terra

Com sangue de tanta gente.

É a guerra

Cruel e impiedosa.

Porém,

Sei também,

Que flores brotam da terra

E o perfume de alecrim

Você sente?

Diga para mim,

É a primavera!

Sinta o perfume delicado

De uma rosa.

Assim,

Se as guerras deixam pacifistas preocupados,

Na primavera

Os poetas ficam apaixonados!

Márcio José Matos Rodrigues

 

 

 


segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Poesia O meio de setembro

 





O Meio de setembro

Setembro está no meio,

Não está  no fim

Nem está cheio.

É mês de trinta!

Moça linda,

Sinta ,

O gotejar dos dias.

Você veio,

Com seus cabelos

Sobre seus seios.

E eu como passarinho

Querendo pousar em seu ninho.

Eu aqui nos meus castelos,

De sonhos construídos na areia

Da praia.

Sei que sou da arraia miúda,

A gente graúda

Passa,

Com seus carros bonitos

Da  Coreia.

Eu sozinho,

Como diz o Roberto,

"Sentado à beira do caminho",

Sem ao menos um patinete

Por perto.

Atrevo-me a escrever os meus versos,

O meu poema travesso.

Hoje em dia se veste calça rasgada,

Mas ai de mim se vestir camisa do avesso.

Serei rejeitado pela amada!

Eu sou um cavaleiro sem cavalo,

Um Dom Quixote sem Sancho,

Mas com pança;

Sem Rocinante,

Andante,

Deste mundo.

Que não cansa,

De sonhar com a sua Dulcineia,

Musa da esperança,

Mulher dos cabelos ao vento,

Pensamento profundo,

E de belo sentimento.








Márcio José Matos Rodrigues-15/09/2025



Figuras: https://www.google.com/search?q=imagem+de+dom+quixote+de+la+mancha+com+dulcineia&client=firefox-b-

 https://www.google.com/search?q=imagem+de+folhinha+com+15+de+setembro&client=firefox-b-d&sca_esv=