segunda-feira, 19 de junho de 2023

O Patrono da Artilharia do Brasil Emílio Mallet

 




Em 10 de junho de 1801 nascia em Dunquerque, na França, Emile Louis Mallet, que veio a ser anos depois o Marechal Emílio MalletBarão de Itapevi. É o patrono da Artilharia do Brasil. Na data de seu nascimento é comemorado o Dia da Artilharia.

Mallet tinha 17 anos quando veio para o Brasil e foi morar na cidade do Rio de Janeiro. Sua família era ligada à nobreza francesa. O imperador Dom Pedro I o convidou para entrar na carreira militar. Assim, Mallet foi se matricular na Academia Real Militar do Império, iniciando como primeiro cadete em 13 de novembro de 1822. Posteriormente escolheu se formar pelo curso de Artilharia. Já como segundo tenente, ele comandou uma bateria de Artilharia a Cavalo durante a Campanha da Cisplatina, no período de 1825 a 1828. Pela bravura na batalha de Passo do Rosário, ele recebeu a promoção à capitão. Depois do fim dessa guerra, ele casou-se com Joaquina Castorina de Medeiros, filha de um rico fazendeiro em Bagé, Rio Grande do Sul, que tinha parentesco com o Marechal Osório, que era colega e amigo de Mallet no Exército.

Foi demitido em 1831 do serviço ativo do Exército, devido a "não ser brasileiro nato". Em 1837 lutou no conflito chamado de Revolução Farroupilha, liderando uma Bateria a Cavalo, tendo sido dada a ele a incumbência de fortificar a vila de Rio Grande. Recebeu o título de Major da Guarda Nacional. Depois tornou-se, com a interferência de Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias), Chefe de Estado-Maior do comandante militar gaúcho Bento Manuel Ribeiro. Após o fim da guerra no Rio Grande do Sul, Mallet saiu da ativa e foi cuidar de suas terras em Bagé.

Em 1851 Mallet foi reintegrado ao Exército Imperial e participou da campanha na Guerra do Prata, envolvendo forças do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Durante o referido conflito Mallet pelo seu valor como militar passou a ser muito respeitado pela tropa brasileiro, pelos aliados e  inimigos. Participou também em 1864 e 1865, com o exército brasileiro aliado ao Partido Colorado, contra Aguirre, do partido Blanco, no Uruguai, em 1864 e 1865.

Na Guerra do Paraguai, Mallet liderava como tenente-coronel o Primeiro Regimento de Artilharia a Cavalo. Destacou-se nas vitórias brasileiras de Passo da Pátria, Estero Bellaco e em Tuiuti, a maior batalha da América do Sul. Nessa batalha ele tinha mandado cavar um fosso profundo para proteger a artilharia, o que foi muito importante para a vitória contra os paraguaios. Mallet disse uma frase que ficou conhecida: “Eles que venham. Por aqui não passarão.” Pela sua atuação em Tuiti Mallet foi promovido à coronel. Depois exerceu a função de Comandante da 1ª Brigada de Artilharia e teve participação relevante nas Batalhas de Humaitá, Piquiciri, Angustura, Lomas Valentinas e Campo Grande. Na fase final dessa guerra Mallet foi o comandante-chefe do comando-geral de artilharia do Exército. E ao terminar a guerra recebeu a promoção para Brigadeiro.

Mallet foi promovido em janeiro de 1879 a Marechal de Campo, em 11 de outubro de 1884 a Tenente-General e em 15 de julho de 1885 a Marechal de Exército. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em  2 de janeiro de 1886.

Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História




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