terça-feira, 16 de novembro de 2021

O cientista, astrônomo e escritor Carl Sagan

 




Em 9 de novembro de 1934 nascia no Brooklyn, em Nova York, nos Estados Unidos o cientista, astrônomo, físico, biólogo, astrofísico, cosmólogo, romancista, escritor de obras de ficção científica, divulgador científico, naturalista, roteirista, professor universitário, apresentador de televisão e ativista Carl Edward Sagan. Ele foi autor de mais de 600 publicações científica, como também de mais de vinte livros de ciência e ficção científica. Ele era de uma família de judeus ucranianos. Foi casado com Lynn Margulis, de 1957 a 1965 (com quem teve 2 filhos); Linda Salzman, de 1968 a 1981 (com quem teve um filho) e Ann Druyan, de 1981 até o ano da morte do cientista, 1996 (com quem teve dois filhos). Como cientista era um defensor árduo do método científico e também do ceticismo. Entre suas principais obras se destacam: The Demon-Haunted WorldPale Blue DotCosmosContact,Broca's Brain: Reflections on the Romance of Science.

Carl Sagan por meio do projeto SETI se envolveu na busca por inteligência extraterrestre. Foram enviadas mensagens em sondas espaciais para que possíveis civilizações extraterrestres soubessem a respeito da existência humana. Estudando a atmosfera de Vênus, foi um dos primeiros a estudar a questão do efeito estufa em escala planetária. Foi pioneiro na exobiologia e fundador da Sociedade Planetária. Na Universidade de Cornell foi professor e diretor do laboratório para estudos planetários. Ficou muito conhecido pela série televisiva Cosmos: Uma Viagem Pessoal.

O pai de Carl Sagan era o ucraniano Samuel Sagan, operário da indústria têxtil, que nos anos graves da Grande Depressão chegou a trabalhar como porteiro de cinema. Sua mãe era Rachel Molly Gruber, nascida em Nova York. Carl tinha uma irmã, Carol. Ao cursar o ensino fundamental ele já demonstrava ser muito curioso a respeito da natureza e com cinco anos ia sozinho à biblioteca para aprender sobre as estrelas.Em 1951 terminou, na Rahway High School, em Nova Jérsei, o ensino secundário. Seu pai fazia parte de um grupo de judeus reformistas (mais liberal que outros ramos do judaísmo) e, segundo Carl, não era muito religioso. Sua mãe era mais participativa no mesmo grupo religioso. 

Para um biógrafo que escreveu sobre Carl Sagan, a personalidade dele foi formada pelas suas relações próximas com os pais, que por vezes eram muito diferentes um do outro. A mãe tinha conhecido uma pobreza aguda na infância e que teve ambições intelectuais frustradas por condições pessoais e familiares que atingiram sua vida. Ela possivelmente projetou em seu adorado filho Carl certos sonhos que ela mesma não conseguiu realizar. Pelo lado do pai, conforme esse biógrafo, Carl admirava seu pai, um fugitivo europeu, que ajudava pessoas pobres e procurava ser um mediador nas relações que chegavam a ser tensas entre patrões e operários na indústria têxtil de Nova York. Os pais incentivaram o interesse do menino Carl por assuntos da ciência. Eles lhe compravam jogos de química e livros. Ele foi se interessando principalmente pelo espaço, em especial quando passou a ler histórias de ficção científica.

Sagan certa vez disse sobre a influência dos pais sobre ele:

“Meus pais não eram cientistas. Eles não sabiam quase nada sobre ciência. Mas ao me introduzirem simultaneamente ao ceticismo e ao saber, ensinaram-me os dois modos de pensamento coexistentes e essenciais para o método científico”.

Uma das lembranças que Carl Sagan citava de sua infância foi quando seus pais o levaram para a Feira Mundial de 1939, em Nova York. Ele ficou impressionado pelas exposições da feira, como a tecnologia que iria substituir o rádio: a televisão. Sobre isso ele escreveu:

“Claramente, o homem realizou maravilhas de um modo que eu nunca tinha imaginado. Como poderia um tom tornar-se uma imagem e luz tornar-se um ruído?”

Um evento muito divulgado na Feira em 1939 chamou também a atenção de Carl Sagan: o enterro de uma cápsula do tempo. Essa capsula do tempo continha lembranças dos anos 30 para serem recuperadas por humanos em um outro milênio. Já adulto, Carl com outros cientistas iriam criar cápsulas do tempo para irem para o espaço: a placa Pioneer e o Voyager Golden Record.

Seus pais durante a Segunda Guerra Mundial ficaram preocupados com o que estava acontecendo com os judeus na Europa. O menino Carl no entanto não conhecia bem o que estava acontecendo naquele continente. A mãe dele não queria que ele ficasse afetado emocionalmente pelo que ocorria no Holocausto. Em seu livro The Demon-Haunted World     ( O Mundo Assombrado pelos Demônios), Carl incluiu lembranças desses tempos, relatando que ao mesmo tempo que sua família estava aflita, procurava poupa-lo para que não perdesse seu otimismo.

Carl relatou sobre uma experiência que teve na infância quando esteve na biblioteca:

"Fui para o bibliotecário e pedi um livro sobre as estrelas... E a resposta foi impressionante. A resposta era que o Sol também era uma estrela, só que muito próxima. Logo, as estrelas eram outros sóis, mas estavam tão distantes que eram apenas pequenos pontos de luz para nós... A escala do universo de repente se abriu para mim. Era um tipo de experiência religiosa. Houve uma magnificência para ela, uma grandeza, uma escala que nunca me deixou. Nunca me deixará...”.

Também Carl Sagan escreveu sobre uma visita ao Museu Americano de História Natural e ao Planetário Hayden, em Nova York, quando ele tinha aproximadamente sete anos de idade:

"Eu era fascinado por representações realistas de animais e seus habitats em todo o mundo. Pinguins no gelo antártico mal iluminado; uma família de gorilas, com o macho tamborilando no peito; um urso-cinzento americano de pé em suas patas traseiras, com seus dez ou doze pés de altura, fitando-me direto no olho.

Segundo Ray Spangenburg, que escreveu sobre Karl Sagan:

“Nestes primeiros anos, Sagan tentou compreender os mistérios dos planetas, e isto tornou-se uma "força motriz em sua vida, uma faísca contínua para seu intelecto e uma busca pelo saber que jamais seria esquecida”.

Em 1954 Carl Sagan formou-se em artes na Universidade de Chicago e em 1955, com honras especiais, em ciências. Nessa Universidade ele tinha participado da Sociedade Astrônomica Ryerson. Em 1956 ele obteve mestrado em física e em 1960 o doutorado em astronomia e astrofísica. Carl também trabalhou com o geneticista Herman Joseph Muller. De 1960 a 1962, Carl foi pesquisador bolsista na Universidade da Califórnia, em Berkeley. E esteve trabalhando no Observatório Astrofísico Smithsonian em Cambridge, Massachusetts no período de 1962 a 1968. Também lecionou e pesquisou na Universidade Harvard até 1968. Nesse ano foi para a Universidade Cornell, em Ithaca, no estado de Nova York, na qual veio a ser nomeado professor titular e diretor do laboratório de estudos planetários em 1971.  Foi diretor associado ao Centro de Radiofísica e Investigação Espacial de Cornell, de 1972 a 1981. Até 1996 ele foi responsável por um curso de pensamento crítico na referida Universidade.

Em relação ao programa espacial dos Estados Unidos, Sagan teve grande participação, tendo sido desde os anos de 1950 um assessor da NASA e deu instruções aos astronautas antes de irem para a Lua. Outra participação dele foi no envio de naves espaciais robóticas de exploração do Sistema Solar, preparando experimentos para diversas expedições. Ele teve a ideia de colocar uma mensagem universal em sondas que fossem além do nosso sistema solar. Tal mensagem tinha de ser potencialmente compreensível por uma inteligência fora da Terra que a encontrasse.  Em 1972 foi mandada a primeira mensagem física ao espaço exterior. Era uma placa anodizada que foi junto com a sonda Pioneer 10. A Pioneer 11, lançada em 1973 levou uma cópia da placa. Nas sondas espaciais Voyager, em 1977, havia uma mensagem mais elaborada desenvolvida por Sagan: o Disco de Ouro da Voyager. Ele preferia que se continuassem as missões robóticas do que o financiamento de sistemas de transporte espacial ou de estações espaciais.

Nos anos 60 Sagan publicou um artigo, que depois foi divulgado em um livro chamado Planetas. Nesse artigo, baseado nas emissões de rádio que vinham de Vênus, ele dizia que esse planeta era seco e muito quente, com uma temperatura superficial próxima de 500º C, indo contra outros cientistas que tinham outra opinião mais branda em relação ao planeta.

Segan participou como cientista visitante na NASA em missões do programa Mariner a Vênus. A sonda Mariner2, em 1962, fez confirmações do que ele havia dito a respeito das condições da superfície do planeta. Também Sagan lançou a hipótese de que a lua Titã, de Saturno, poderia ter oceanos de compostos líquidos em sua superfície e que uma das luas de Júpiter, Europa, poderia ter oceanos subterrâneos de água. Essa lua, segundo ele, poderia dar condições para a existência de formas de vida. A sonda Galileu (que foi projetada com a participação de Sagan) confirmou depois a hipótese dele sobre o oceano subterrâneo de Europa. O astrônomo explicou que a névoa de cor vermelha de Titã é porque existem moléculas orgânicas complexas em uma chuva constante. Ele ajudou no entendimento sobre as atmosferas de Vênus e Júpiter e sobre certas características de Marte. Fez uma comparação entre a situação na Terra, com o aquecimento global, com a evolução natural de Vênus que o levou a uma extrema temperatura que não permite a existência de vida.

Sagan fez pesquisas sobre a possibilidade de vida extraterreste como a demonstração experimental da produção de aminoácidos por radiação e a partir de reações químicas básicas. Em 1994, por suas “distintas contribuições para a aplicação da ciência e para o bem-estar da humanidade” recebeu a Medalha Bem-Estar Público, que se trata da maior condecoração da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Sagan tinha habilidade para transmitir suas ideias e isso facilitou para que muitas pessoas compreendessem o cosmos. Ele, ao mesmo tempo que enfatizava o valor dos seres humanos, destacava a insignificância da Terra em relação ao Universo. Na série Cosmos (1980) ele foi apresentador, coautor e coprodutor, em conjunto com Ann Druyan, sua esposa na época e Steven Soter. A série, transmitida para mais de 60 países, assistida por mais de 600 milhões de pessoas, ganhou o Prêmio Emmy e o Prêmio Peabody , teve 13 episódios, foi produzida pela PBS e abrangia vários temas científicos. 

Sagan sugeriu a utilização de radiotelescópios na procura por sinais de formas de vida extraterrestre potencialmente inteligentes. Ele defendia a busca dos cientistas por vida fora da Terra e em 1982 publicou na revista Science em defesa do projeto SETI uma petição de cerca de 70 cientistas, entre eles sete ganhadores do Prêmio Nobel. Sagan e o Dr. Frank Drake prepararam a mensagem de Arecibo, uma sequência de sinais enviada em 1974 em direção ao espaço por meio do radiotelescópio de Arecibo. O objetivo era informar para possíveis extraterrestres a existência do planeta Terra.

Sobre a questão de alienígenas saberem da existência de nós terrestres, recordo que Stephen Hawking disse nos anos 2000 que há riscos na procura de vida inteligente extraterrestre, pois, segundo ele, uma civilização muito mais adiantada que a nossa pode nos ver como seres inferiores desprezíveis. Disse ele: “Se for o caso, eles nos verão como seres tão valiosos como as bactérias são para nós”. Outro cientista, Neil de Grasse Tyson concordou com Hawking fazendo a seguinte comparação entre os níveis de inteligência entre nós terrestres e uma civilização muito mais adiantada: “Uma mente tão brilhante quanto a de Stephen pode ser equivalente a de um bebê alienígena”. Para Hawking foi um erro a emissão de sons e sinais para tentar localizar vida extraterrestre, o que revela nossa localização. Hawking estava certo? Sagan teria sido ingênuo ou otimista demais? Mas à medida que desenvolvia suas pesquisas Sagan pareceu demonstrar menos fé em visitas  alienígenas ao planeta Terra.

Continuando sobre Sagan, ele foi editor da revista Icarus, para pesquisadores sobre planetas. Ele foi um dos fundadores da Sociedade Planetária, que é o maior grupo existente no mundo sobre pesquisa espacial, tendo mais de cem mil integrantes em cerca de 149 países. Ele foi membro do Conselho de Administração do Instituto SETI, Presidente da Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Astronômica Americana, Presidente da Seção de Planetologia da União Geofísica Americana e Presidente da Seção de Astronomia da Associação Americana para o Avanço da Ciência.

Durante a Guerra Fria, Sagan procurou alertar a população sobre os terríveis efeitos de um guerra nuclear. Ele inclusive foi um dos autores do artigo científico que previa por meio de hipótese, a respeito da ocorrência de um inverno nuclear após uma guerra com uso de armas atômicas. Ele também foi coautor do livro O Inverno Nuclear: O mundo após uma guerra nuclear.

O livro Pálido Ponto Azul, escrito por Sagan em 1994, entrou na lista do The New York Times dos mais vendidos de janeiro em 1995. Nesse mês e ano ele participou do programa de Charlie Rose, na PBS. Sagan combatia o que ele considerava ser pseudociência e era a favor do ceticismo científico.

No seu livro Pálido Ponto Azul, a respeito da Terra, Sagan escreveu:

“Olhem de novo para esse ponto. Isso é a nossa casa, isso somos nós. Nele, todos que você ama, todos que você conhece, todos que já ouvimos falar, todo ser humano que já existiu, viveram suas vidas. O agregado de nossas alegrias e sofrimentos, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e saqueador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e plebeu, cada jovem casal apaixonado, cada mãe e pai, cada criança esperançosa, inventores e exploradores, cada educador, cada político corrupto, cada superestrela, cada líder supremo, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu ali, em um grão de poeira suspenso num raio de sol.

A Terra é um cenário muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pense nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, em sua glória e triunfo, eles pudessem se tornar os mestres momentâneos de uma fração desse ponto. Pense nas infindáveis crueldades infligidas pelos habitantes de um canto deste pixel aos quase indistinguíveis habitantes de algum outro canto. Quão frequentes as suas incompreensões, quão ávidos de se matarem e o quão fervorosamente eles se odeiam.

Nossas atitudes, nossa imaginária auto-importância, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no Universo, é desafiada por este pálido ponto de luz.

O nosso planeta é um espécime solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Na nossa obscuridade - em toda essa vastidão -, não há nenhum indício de que a ajuda possa vir de outro lugar para nos salvar de nós mesmos.

A Terra é o único mundo conhecido, até hoje, que abriga a vida. Não há mais algum - pelo menos no futuro próximo -, para onde a nossa espécie possa emigrar. Visitar, pode. Assentar-se, ainda não. Gostando ou não, por enquanto, a Terra é onde temos de ficar.

Tem-se falado da astronomia como uma experiência criadora de humildade e construção de caráter. Não há, talvez, melhor demonstração das tolas e vãs soberbas humanas do que esta distante imagem do nosso miúdo mundo. Para mim, acentua a nossa responsabilidade para nos portar mais amavelmente uns para com os outros, e para protegermos e acarinharmos o pálido ponto azul, o único lar que nós conhecemos.”

Carl Sagan acreditava na existência de um grande número de civilizações extraterrestres, considerando a equação de Drake*. Diante da falta de evidências de que tais civilizações existam e mais o paradoxo de Fermi, poderia haver assim a tendência das civilizações tecnológicas a se autodestruírem, levando ao último termo da equação de Drake. A partir daí Sagan mostrou-se interessado em identificar e divulgar os vários modos em que poderia haver a destruição da Humanidade, com a esperança de evitar tal destruição e também permitir que os humanos possam viajar pelo espaço.

Sagan pediu demissão de seu posto de conselheiro científico do Conselho Científico da Força Aérea Americana e a partir de 1981, ano de seu casamento com a escritora Ann Druyan, ele aumentou seu ativismo político, principalmente contra a corrida armamentista, que se tornou em destaque no governo Reagan.

Sagan se colocou contra a Inciativa Estratégica de Defesa anunciada por Reagan, que estava relacionado a um sistema amplo de defesa contra ataques por mísseis nucleares, que ficou popularmente conhecido como o Programa Guerra nas Estrelas. Sagan dizia que era impossível um sistema desses poder ter toda a eficácia planejada e que tal projeto poria em risco o equilíbrio nuclear entre Estados Unidos e União Soviética. Quando o governo Reagan se recusou em 1985 a aceitar uma paralisação dos testes nucleares proposta pelo presidente soviético Gorbachev, houve protestos em 1986 e 1987 em um local de testes nucleares em Nevada. Sagan estava nesses protestos e foi preso junto com outros manifestantes.

Sagan não se dizia ateu, ele dizia: “Eu sou agnóstico”. Ele afirmava que era difícil provar ou refutar a ideia de um criador do Universo. Ele escreveu algumas vezes sobre o que pensava sobre a existência de Deus. Em uma dessas vezes ele disse sobre Deus:

“Algumas pessoas acreditam que Deus é um enorme homem de pele clara com uma longa barba branca, sentado em um trono em algum lugar lá em cima no céu, ocupado na contagem da queda de cada pardal. Outros – como Baruch Spinoza e Albert Einstein – consideraram Deus como essencialmente a soma do total das leis da física que descrevem o Universo. Eu não conheço nenhuma evidência convincente para a existência de um patriarca antropomórfico controlando o destino da humanidade a partir de algum ponto celestial escondido, porém seria uma insanidade negar a existência das leis da física.”

Sagan foi consultor no filme 2001: Uma Odisseia no espaço, de 1968. Ele acreditava que a imaginação é um dos motores fundamentais do conhecimento humano. Pensar cientificamente para ele era algo como fazer interrogações de modo metódico sobre diversos aspectos da natureza. Sobre OVNIs, Sagan acreditava que os cientistas deveriam estudar o fenômeno. Ele escrevia sobre o que percebia como falsas lógicas ou experiências sobre os discos voadores. Ele foi membro do Comitê Ad Hoc para a revisão do Projeto Blue Rock, de responsabilidade da força aérea dos Estados Unidos para investigar o fenômeno OVNI

Sagan escreveu em uma de suas últimas obras que considerava a probabilidade de que naves espaciais extraterrestres visitem a Terra ser muito pequena. Ele no entanto defendia que os arquivos que existiam sobre OVNIs deveriam ser postos à disposição para conhecimento geral e não ficassem inacessíveis pelo governo.

Aos 60 anos Sagan foi diagnosticado com mielodisplasia. Ele passou por três transplantes de medula óssea. Com 62 anos de idade, em 20 de dezembro de 1996, ele morreu de pneumonia no Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson de Seattle, Washington. Foi sepultado no Lake ViewCemetery, em Ihaca, Nova York. Em vida ele recebeu muitas premiações como cientista: Miller ResearchFellows (1960); Prêmio Klumpke-Roberts;de 1974; Prêmio Joseph Priestley, de 1975, por "distintas contribuições para o bem-estar da humanidade"; Prêmio do Projeto Apollo concedido pela NASA.;Medalha da NASA por Excepcionais Feitos Científicos; Medalha da NASA por Serviço Público de Destaque. (1977); Prémio Pulitzer de Não Ficção Geral de 1978, por seu livro Os Dragões do Éden; Prêmio de Astronáutica John F. Kennedy da Sociedade Astronáutica Americana; Medalha Konstantin Tsiolkovsky concedida pela Federação Cosmonáutica Soviética; Prêmio Peabody de 1980 pela série Cosmose vários outrosTambém recebeu premiações póstumas.

Na primeira edição em língua inglesa do livro de divulgação científica Uma Breve História do Tempo, do físico britânico Stephen Hawking, a introdução foi escrita por Carl Segan. 

O lugar de aterrisagem da nave não tripulada Mars Pathfinder foi rebatizado como Carl Sagan Memorial Station, em 5 de julho de 1997. La existe uma frase de Segan: “Seja por qualquer razão que eu esteja em Marte, estou encantado de estar aqui, e eu desejaria estar aqui com vocês.” Também levam o nome dos astrônomo o asteroide Sagan do cinturão de asteroides 2709 e a cratera marciana Sagan.

O Ames Research Center da NASA em 9 de novembro de 2001, no 67º aniversário de Carl Segan dedicou ao cientista o Carl Sagan Center for theStudyof Life in the Cosmos. Daniel Goldin, representando a NASA disse na ocasião: “Carl foi um incrível visionário, e agora seu legado poderá ser preservado e ampliado por um laboratório de pesquisa e capacitação do século XXI dedicado a melhorar nossa compreensão da vida no universo e para jamais perder a causa da exploração espacial”.

Diversas organizações defensoras do humanismo e do secularismo a partir de 2009 começaram a promover o Carl Sagan's Day em 9 de novembro, dia de aniversário do cientista. Na celebração do dia todo ano são organizados eventos de astronomia, palestras, feiras de ciência etc.

Poundstone, autor de "Carl Sagan: A Life in the Cosmos" disse sobre o cientista:"Ele trabalhou arduamente pelos seus alunos, arranjou-lhes empregos, preocupou-se com a sua educação, muitos deles estão agora muito bem colocados". E ainda o mesmo autor:

"Ele trabalhou arduamente, 18 horas por dia. Ele tinha uma paixão enorme pelo seu trabalho".

"Ele foi feito para a televisão, isso é certo, e ele parecia tão relaxado e normal nas suas calças de ganga ao contrário dos restantes cientistas. Mas havia muito mais que lhe estava destinado.”

“Como cientista, Sagan fez deixou uma marca real na ciência planetária no início de 1970 como professor jovem de Harvard", num momento em que a ciência planetária estava um pouco estagnada"

Frases de Carl Sagan:

"A ciência é mais do que um corpo de conhecimento. É uma maneira de pensar, uma forma de ceticismo que interroga o universo com uma fina compreensão da falibilidade humana"

"Em algum lugar, algo incrível está esperando para ser descoberto."

"Cada um de nós é, sob uma perspectiva cósmica, precioso. Se um humano discorda de você, deixe-o viver. Em cem bilhões de galáxias, você não vai achar outro como ele."

"O universo não parece ser nem benevolente nem hostil, apenas indiferente."

"Se você quiser fazer uma torta de maçã do nada, você precisa, primeiro, inventar o universo."

"A falta de evidência não é uma evidência da ausência."

"O cérebro é como um músculo. Quando está sendo usado, nos sentimos muito bem. O entendimento é prazeroso."

"Somos os representantes do cosmos. Somos um exemplo do que o hidrogênio pode fazer com 15 bilhões de anos de evolução cósmica."

"Quando você faz uma descoberta – mesmo se você for a última pessoa na Terra a ver a luz – você jamais vai se esquecer."

"Nenhum outro planeta no sistema solar é uma boa casa para os seres humanos; temos esse mundo ou nada. Essa é uma percepção muito poderosa."

Temos um grande problema se não entendermos o planeta que queremos salvar."

"Afirmações extraordinárias requerem evidências extraordinárias."

"Mesmo as estrelas, que parecem tão numerosas, são como areia, são como poeira – ou menos que poeira – na enormidade do espaço."

"O limite entre o espaço e a Terra é puramente arbitrário. E eu provavelmente sempre estarei interessado nesse planeta – é o meu favorito."

"Somos feitos de poeira de estrelas. Nós somos uma maneira de o cosmos se autoconhecer."

"A imaginação muitas vezes nos leva a mundos que nunca sequer existiram. Mas sem ela não vamos a lugar algum."

"A ciência não é somente compatível com a espiritualidade; ela é uma fonte profunda de espiritualidade."

"Para pequenas criaturas como nós, a vastidão é suportável somente através do amor."

"Somos como borboletas que voam por um dia e acham que é para sempre."

 

Observações: 

*A Equação de Drake é um argumento probabilístico usado para estimar o número de civilizações extraterrestres ativas em nossa galáxia Via Láctea com as quais poderíamos ter chances de estabelecer comunicação. (Wikipédia)

*O paradoxo de Fermi diz respeito a uma indagação feita pelo físico italiano Enrico Fermi (1901-1954) enquanto debatia à mesa com colegas, no ano de 1950. O paradoxo trata da discrepância entre a grande probabilidade de existir vida em outros planetas (em virtude do enorme número de planetas no Universo) e o fato de que jamais fomos capazes de detectar qualquer sinal de vida fora da Terra.


Sugestões de vídeos

Quarta dimensão explicada por Carl Sagan

https://www.youtube.com/watch?v=WMZNLy0hGEI

 

Possibilidade de Civilizações Extraterrestres (em português)

https://www.youtube.com/watch?v=jSBR13D2fsw

  

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

 

Figura:

https://www.google.com/search?q=imagem+de+carl+sagan&sxsrf=AOaemvKD-Rj-GY6-nex-4j6RCRcKQmGyPQ:1637105707091&tbm=isch&source=


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