sexta-feira, 21 de maio de 2021

O pintor renascentista italiano Sandro Botticelli


 



 

  

 

 

Em 17 de maio de 1510 falecia em Florença, na Itália, o pintor italiano do período renascentista Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, conhecido como Sandro Botticelli, sendo sepultado na Igreja de Todos os Santos, na qual tinha pintado, 30 anos antes, a Êxtase de Santo Agostinho. Botticelli era um apelido que ele e um de seus irmãos tinham e siginfica em italiano “pequeno tonel”.

 

Sandro Botticelli nasceu em Florença, em primeiro de março de 1445. Um irmão dele o ensinou ourivesaria. Quando adolescente, foi aprendiz no ateliê de Fillipo Lippi, tendo ajudando esse artista nas decorações da Catedral de Prata. Foi estudante na Escola Florentina do Renascimento. Recebeu influências do artista Masaccio e das tendências do estilo Gótico tardio. Interessou-se pela perspectiva central e foi um estudioso das esculturas da Antiguidade. Estudou com o artista Andrea del Verrochio, entre 1467 e 1470, um professor de Leonardo da Vinci. Sandro com vinte e cinco anos abriu o seu ateliê de pintura. Era o ano de 1470 e a ele foi dito para pintar a obra A Coragem, que ficaria no Tribunal do Palácio do Mercado.  Esteve em Roma em 1481 onde pintou os afrescos As Provações de MoisésO Castigo dos Rebeldes e A Tentação de Cristo. As últimas obras revelavam um expressionismo trágico. O pintor usava todas as cores, principalmente as cores frias. Na arte de tendência religiosa, pintou com destaque São Sebastião e um afresco sobre Santo Agostinho.

 

 

Com a expulsão dos Médici de Florença, Botticelli passou a seguir o monge beneditino Girolamo Savonarola que via a religião de uma forma rígida. Nessa fase o pintor criou as pinturas: A Natividade Mística e A Crucificação Mística. Essas obras revelam um fervor religioso do pintor e uma mudança em seu estilo.

 

Também foi um talentoso retratista e graças a sua habilidade fantástica de transpor para a linguagem formal todas as concepções de seus clientes ele foi um dos pintores mais disputados daquela época.

 

Embora não sendo muito lembrado por muito tempo, em tempos posteriores, no século XIX, sua arte passa a ser valorizada, especialmente pela interpretação filosófica de suas obras.

 

Botticelli foi contratado e protegido pela poderosa família Médici, tendo feito para membros dessa família registros da pintura com base na mitologia. Fez trabalhos também para outras famílias importantes de Florença e para o Vaticano, tendo pintado afrescos na Capela Sistina. Entre as obras que pintou para as ricas famílias estão o Retrato de Giuliano de Médici e A adoração dos Magos.

 

Sandro Botticelli participava do meio artístico e cultural relacionado à família Médici e foi influenciado pelo neoplatonismo cristão, unindo princípios dessa corrente com ideias clássicas. Segundo alguns estudiosos, sua obra Minerva e o Centauro estaria relacionada à ideia do amor desenvolvida pelo filósofo neoplatônico Marsilio Ficino. Na sua obra O Nascimento de Vênus, a deusa Vênus possivelmente seja a fonte do amor divino, numa visão ao mesmo tempo pagã e cristã. O nascimento de Vênus poderia ser a esperança em um “renascimento”. Também a obra A Primavera pode ter tido inspiração em outras obras artísticas.

 

Em 1472 Botticelli ingressou na fraternidade Companhia de São Lucas, que era voltada à caridade promovida por artistas. Em 1473 o pintor foi para Pisa para fazer uma pintura na catedral da cidade. Essa obra não existe mais.

 

Uma mulher nobre da cidade costeira italiana de Portovenere, de nome Simoneta Vespucci, serviu de modelo para as obras O Nascimento de Vênus e A Primavera. Era conhecida como a mulher mais bela do Renascimento. Ela era amante do irmão mais novo de Lourenço de Médici, Juliano de Médici, e casada com Marco Vespucci, que era primo do navegador Américo Vespucci. Simoneta morreu aos 23 anos de tuberculose. Mesmo ela tendo morrido, Botticelli continuou a usar seu rosto como modelo para pinturas. O pintor quis que antes de morrer fosse enterrado aos pés dela.

 

Segundo a professora licenciada em Letras Daniela Diana:

 

 

“(...) Reconhecido pela sagacidade e rapidez, Sandro era filho de um curtidor. Recebeu treinamento para ourives, mas atuou muito cedo no estúdio do pintor renascentista florentino Filippo Lippi (1406-1469), em Florença, de quem foi discípulo.

O estilo de Lippi, um dos mais importantes pintores da época, é evidenciado na maior parte da obra de Botticelli.

Por meio de Lippi, Botticelli apreendeu a técnica da perspectiva linear e o uso de cores pálidas e ressonantes muito usadas nas obras do renascentista.

Também sofreu influência de Antonio Pollaiuolo (1433-1498) e Andrea del Verrocchio (1435-1488) em 1460.

Inquieto e rápido, Botticelli abriu a própria oficina quando tinha somente 25 anos. Ali, ele aplicou o neoplatonismo– de influência platônica – reunindo ideias pagãs em figuras pertencentes ao cristianismo.

Contava com muitos aprendizes que completavam seu trabalho e, assim, teve a capacidade de produzir em grande escala.

A tristeza e melancolia eram a marca de seu trabalho. Em muitas de suas pinturas, a figura feminina é retratada de maneira imponente.

As obras seduziram a importante e influente família Médici, de quem recebeu financiamento e grandes somas de dinheiro.

Por meio dos Médici foi convidado pelo Papado para participar da pintura da Capela Sistina. Realizou o trabalho juntamente com artistas como Pietro Perugino (1446-1523), Domenico Ghirlandaio (1449-1494) e, depois, Michelangelo (1475-1560).

Sete retratos papais e três áreas foram pintadas pelas mãos de Botticelli. Foi vítima de perseguição por parte da Igreja e teve muitas pinturas consideradas ímpias queimadas em fogueiras.

O mesmo destino teve o amigo que o influenciou na velhice, o monge Girolamo Savonarola (1452-1498). Ele foi queimado na fogueira por seu discurso impetuoso tratando sobre a ira de Deus.

Morte

Sandro Botticelli morreu dia 17 de maio de 1510 em sua cidade natal. O artista morreu pobre e atropelado pela popularidade de seus contemporâneos como Michelangelo, Rafael Sanzio e Leonardo Da Vinci. .

Deixou inacabadas as pinturas que retrataram a “ Divina Comédia” de Dante Alighieri. Porém, sua obra foi redescoberta e hoje ele é considerado um dos principais expoentes do Renascimento.

Principais obras e características

A Primavera ou Alegoria da Primavera é considerada a maior pintura mitológica do Renascimento. Segundo historiadores, a obra foi encomendada a Botticelli pela família Médici para dar de presente a uma noiva.

É uma pintura de caráter humanístico e a maioria dos historiadores de arte consideram que o tema central reflete o amor e o casamento. Além disso, ele aborda temas como a sensualidade e fertilidade.

Botticelli concluiu o quadro em 1482, usando a técnica têmpera em uma tela de dimensões de 203 x 314 cm. A pintura está exposta no Galleria degli Uffizi, em Florença.

O Nascimento da Vênus (1484-1486)

No quadro de incrível delicadeza, a deusa Vênus (conhecida como Afrodite na mitologia grega) emerge do mar sobre uma concha. Esse evento esteve alinhado com o mito o qual explica o seu nascimento.”

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Para a autora Dilva Frazão:

“(...) Em seus últimos anos de vida, Botticelli afastou-se quase que completo da vida cotidiana de Florença. Praticamente recluso, preferia a meditação solitária. Após sua morte, só foi redescoberto pelos pintores românticos ingleses no século XIX.”

 

Para  Liane Oleques, Mestre em Artes Visuais:

  

“(...) Botticelli recebeu várias críticas de artistas da época que consideravam sua Vênus deformada, considerando que Botticelli desprezou as correções da figura humana que tanto preservou em pinturas anteriores. No entanto sua Vênus é tão bela que pouco se nota o pescoço alongado ou o modo estranho como o braço esquerdo se liga ao corpo.

Botticelli seguiu firme em seu estilo particular, mesmo recebendo duras crítica até de Leonardo da Vinci, que o criticava por violar os princípios geométricos, além da perspectiva.

É possível dizer que a produção de Botticelli está dividida em três temas: religiosos, míticos e retratos. São conhecidas cerca de 150 obras de sua autoria realizados em óleo sobre madeira, afrescos e desenhos. Assim entre suas obras de grande importância estão: PrimaveraMinerva e o CentauroVênus e Marte; Jovem com uma medalha; Natividade MísticaA anunciaçãoSalomé com a cabeça de João BatistaA virgem o menino com seis anjosCenas da vida de Moisés; entre outras.

Botticelli não costumava assinar ou datar suas obras, em função disso, tornou-se difícil afirmar a autenticidade e a cronologia de seus trabalhos, já que o artista teve inúmeros discípulos que o ajudavam na execução dos trabalhos, mas que também, fizeram cópias. (...) “

 

 

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Imagens de algumas  obras de Botticelli:

 

 

 

 

 


                                                                 A Primavera




                                                      O nascimento de Vênus



                                                 

                                                      A adoração dos magos


 Sugestões de vídeos:

 

Botticelli | O pintor da beleza | O Nascimento de Vênus | TopARTE #19 | VEDA

 

https://www.youtube.com/watch?v=YNsGho9COA8

 

A PRIMAVERA - Sandro Botticelli |A história por trás da Obra|

https://www.youtube.com/watch?v=UyYmufv4jYk

 

O simbolismo na obra de SANDRO BOTTICELLI - Série Arte no Renascimento

 

https://www.youtube.com/watch?v=NADwMXIfWS

 

 

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

 


Figurashttps://www.google.com/search?source=univ&tbm=isch&q=Imagem+de+sandro+botticelli&client

               https://www.google.com/search?q=A+Primavera+(Botticelli)&client=firefox-b-d&sa

              https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=O+Nascimento+de+Vênus&stick=

    https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=A+Adoração+dos+Magos+(Botticelli)&stic

 

 

 


 



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