domingo, 14 de setembro de 2025

ASPECTOS HISTÓRICOS DOS BAIRROS PRATINHA 1 E 2 E SUA RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE

 




      Na foto o funcionário da escola Isaac, que também participou dando seu depoimento, alunos da terceira etapa e o professor Márcio Rodrigues.

                           

                         

No dia 2 de setembro de 2025, os alunos do turno da noite da escola Santa Luiza de Marilac, das primeira, segunda, terceira e quarta etapas do Ensino Fundamental, apresentaram trabalhos referentes ao Projeto de Educação Ambiental e o seu desenvolvimento prático no Bairro. O referido projeto foi organizado pelos professores do turno da noite com apoio da coordenação noturna e da direção da escola e faz parte de um conjunto de projetos sobre o meio ambiente previstos para serem realizados na escola no ano de 2025. Cada etapa ficou sob a responsabilidade de um grupo de professores.

O meu grupo de professores é constituído por mim, Márcio Rodrigues, de História e Projeto de Vida; Elisa Yoshie, de Biologia e Educação Ambiental e Benedito Sarges, de Matemática. Trabalhamos nestes projetos com alunos da terceira etapa.

A turma de terceira etapa, no dia 2 de setembro, apresentou pesquisas sobre os bairros da Pratinha 1 e 2, enfatizando aspectos históricos e sobre o meio ambiente. A escola fica localizada na Pratinha 1. Os alunos da terceira etapa expuseram o trabalho falando sobre a história dos dois bairros, destacando a história do Educandário Eunice Weaver, um local histórico relacionado ao início dos bairros mencionados, ressaltando o motivo da criação dessa instituição ligada à política nacional na década de 1930, durante a chamada Era Vargas. Nessa época, eram afastados os filhos de hansenianos do contato com seus pais e eram isolados em instituições educacionais específicas.

O educandário em questão, criado em área de floresta pertencente a uma  fazenda, fazia parte dessa política nacional no Estado do Pará. Os alunos explicaram sobre o que é a hanseníase, meios de transmissão, a questão histórica e social em relação a esta doença no Estado do Pará  e sua relação com o educandário. Também foi explicado pelos alunos a ocupação irregular a partir da década de 1980 em terrenos antes pertencentes ao educandário e em áreas próximas e mais distantes, áreas que vieram a constituir juntamente com empresas localizadas próximas à baía de Guajará os bairros da Pratinha 1 e Pratinha 2. Além dessa parte histórica dos bairros também foram mostradas características e dificuldades atuais dos dois bairros, as contradições e problemas sociais, as necessidades de melhorias e aspectos relacionados à questão ambiental e nos dois bairros, que por décadas tem precisado de uma atenção maior das autoridades para resolver problemas de habitação, fornecimento de água, saneamento etc.  O professor de História fez uma análise da situação da cidade de Belém e seus problemas sociais em diversas épocas históricas, destacando a realidade dos bairros da Pratinha 1 e 2, inseridos no contexto da cidade. 

Os trabalhos realizados pelos alunos das quatro etapas foram muito interessantes, possibilitando aos alunos conhecerem mais aspectos referentes aos bairros Pratinha 1 e 2 e mostrando também seus próprios conhecimentos e vivências sobre os bairros, pois são moradores dos mesmo. É importante nestes trabalhos a interdisciplinaridade, considerando-se que há professores de várias disciplinas orientando as turmas. Alunos, professores e técnicos escolares aprenderam com as apresentações e a troca de conhecimentos e experiências. Conhecimentos ligados à afetividade, pois os alunos moram nos bairros e vivenciam a realidade dos mesmos e os professores trabalham na escola localizada no bairro Pratinha 1 e interagem com esses alunos. A questão do meio ambiente debatida em todos os trabalhos  serviu para reflexões em conjunto, questão por sinal muito em destaque em tempos de COP 30 e tão presente na vida de todos nós. Pois como diz a professora de Geografia Paloma Guitarrara em  seu artigo “Meio Ambiente” no site Brasil Escola:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

 

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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

 


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